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Demissão em massa: como motivar quem permanece na empresa?

Para quem fica nas organizações, é importante saber como lidar com o sentimento de instabilidade

Demissão em massa: como motivar quem permanece na empresa?

Pessoas em reunião no escritório (Foto: Pexels)

, Sócia e head de educação na StartSe

8 min

2 mai 2023

Atualizado: 1 jun 2023

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No primeiro trimestre de 2023, observamos um movimento de demissões em massa global, principalmente no setor de tecnologia e inovação. Um levantamento da Layoffs aponta:

  •  Já foram dispensados quase 110 mil colaboradores ao redor do mundo entre janeiro e março deste ano. Esse número já ultrapassou o montante de demissões ocorridas no ano de 2022 inteiro.

Porque as empresas de tecnologia estão demitindo em massa?

No cenário internacional, empresas de grande relevância como Meta (dona do Facebook, Instagram e WhatsApp), Amazon e Alphabet (que controla o Google) encabeçaram o movimento de dispensa. E no Brasil, algumas das empresas que demitiram colaboradores nos últimos meses foram iFood, Loft, Neon, C6 e PagSeguro.

O FMI (Fundo Monetário Internacional) publicou um relatório no qual cita os principais fatores que contribuíram para esse fenômeno: o contexto internacional incerto com a guerra entre Ucrânia e Rússia, a desaceleração do crescimento econômico e a alta da inflação pós-pandemia. Esses acontecimentos explicam o conservadorismo dos investidores, empreendedores e empresários no momento atual. 


O que fazer após demissão em massa?

O investimento de risco em inovação e tecnologia, em um momento de retração, perde recursos, colocando um freio nos gastos das empresas desse setor, que buscam equilibrar as contas e diminuir os seus custos fixos, sendo a folha de pagamentos um dos principais deles.

Mas sabendo que essa é a tendência já vivenciada neste ano, como os profissionais e as empresas devem se posicionar para reduzir os impactos negativos desse movimento, mesmo para aqueles que não chegaram a perder os seus empregos?

Do ponto de vista das empresas, é fundamental manter uma comunicação clara e transparente com os colaboradores, evitando um clima de tensão ou desconfiança por parte da equipe. 

  • Rituais entre a alta liderança da organização e os demais membros do time ajudam a compartilhar a situação do negócio, próximos desafios e como cada um pode contribuir para superá-los. 
     
  • Pelo menos uma vez ao mês, é interessante realizar uma reunião para demonstrar os resultados e traçar objetivos organizacionais para os próximos 30 dias.

Após isso, é importante que cada líder de equipe faça o desdobramento das metas e principais projetos com os liderados, passando um direcionamento claro sobre o foco de cada mês. Também é necessário abrir um canal de relacionamento direto entre liderança e time, com momentos regulares de feedback e apoio nos desafios individuais que cada um enfrenta no ambiente de trabalho. Reuniões curtas semanais ou quinzenais ajudam a contornar problemas cotidianos antes que eles cresçam e comprometam a produtividade e engajamento dos colaboradores.

Reunião de equipe definindo metas com post-its (foto: Getty)

Do lado dos colaboradores, as atitudes mais adequadas ao momento são vigilância constante, proatividade e prudência. A vigilância constante envolve a observação atenta do noticiário econômico nacional e global, as análises de desempenho mensais do setor de atuação da sua empresa e o acompanhamento da situação específica da sua empresa (vendas, faturamento, gastos, principais desafios e projetos em andamento). Captando as informações certas, é mais fácil responder de maneira adequada ao tomar decisões dentro da empresa e de carreira pessoal.

A proatividade consiste em trabalhar para gerar os resultados que o negócio mais precisa no momento, investindo o seu tempo e energia nos projetos e iniciativas que trarão maior retorno dentro da sua função. Deste modo, a sua relevância e contribuição aos grandes objetivos da organização aumentam, tornando você menos vulnerável a ser dispensado em caso de crise ou riscos financeiros na empresa.

A prudência é o principal ponto de ponderação antes de tomar qualquer decisão de carreira ou se posicionar perante situações desafiadoras que envolvam desafios técnicos ou de relacionamento com pessoas. Em um ano de retração econômica, manter o equilíbrio e avaliar bem todos os fatores em questão é a melhor saída para evitar desgastes desnecessários e desfechos indesejáveis.

Para aqueles que souberem navegar no contexto atual, o futuro próximo reserva mais oportunidades de crescimento e desenvolvimento profissional, alicerçadas em uma construção de carreira sólida mesmo em momentos de crise no mercado de trabalho.

*Esta coluna foi publicada originalmente no Correio Braziliense

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Imagem de perfil do redator

Ana Machado é sócia e head de educação na StartSe. Mestre por Stanford, Forbes Under 30 e colunista do jornal Correio Braziliense. Atua há 10 anos no setor educacional, tendo co-fundado uma escola de inglês para alunos de baixa renda na periferia de São Paulo e com passagens por organizações do terceiro setor e privadas, em cargos de liderança.

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