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Como essa healthtech usa algoritmo para cuidar da saúde mental dos profissionais

Youfeel Health, fundada por Renata Tomazeli, oferece tecnologia para que diagnósticos de ansiedade ou depressão sejam mais rápidos e precisos. Entenda!

Como essa healthtech usa algoritmo para cuidar da saúde mental dos profissionais

(Foto: Stefan Tomic via Getty Images)

, jornalista

12 min

14 jun 2022

Atualizado: 17 ago 2023

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Por Sabrina Bezerra

Psicóloga. Resolveu sair de uma grande empresa para fundar uma startup. Estava disposta a empreender depois de observar que a cultura das empresas do Vale do Silício era diferente das tradicionais. Foi para o polo de inovação e empreendedorismo com a StartSe. Voltou para o Brasil. Colocou em prática toda a teoria que aprendeu. E entendeu que a sua missão seria: causar um impacto positivo na saúde mental das pessoas. Essa história faz parte da vida da empreendedora Renata Tomazeli.

Ela fundou a Youfeel Health, startup que oferece para as empresas tecnologia para que diagnósticos de ansiedade ou depressão sejam mais rápidos e precisos. Foi reconhecida pela Forbes na linha de empreendedorismo feminino à frente de healthtech, e este ano pelo BRICS. Conversamos com a Renata e abaixo você confere alguns trechos da entrevista:

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Renata Tomazeli_Spaces

Renata, como você descobriu que o nicho da sua startup seria saúde mental?

Em 2017, eu estava observando o mercado. Percebi que a cultura das empresas do Vale do Silício era diferente das tradicionais. Além disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertava que o Brasil já era — antes mesmo antes da pandemia — um dos países mais ansiosos do mundo em depressão e burnout — e como isso impactava o trabalho das pessoas.

Mas não apenas. Uma pessoa da família foi diagnosticada com transtorno depressivo, e eu mergulhei no assunto. Encontrei dados alarmantes de que o número de suicídios na faixa etária de 10 anos, por exemplo, era enorme. Hoje, a cada 40 segundos morre uma pessoa por suicídio.

Olhei para o contexto e pensei ‘preciso fazer algo em relação a isso’. Foi aí que entendi — principalmente por causa da imersão que fiz no Vale do Silício — que a tecnologia tinha um papel fundamental na saúde mental das pessoas. Vi que tinha uma oportunidade de negócio.

E qual foi o primeiro passo que você deu ao voltar do Vale do Silício?

Coloquei no papel tudo o que aprendi [quando começou a imersão, Renata não conhecia profundamente o mercado da Nova Economia]. Estruturei o meu pitch e fiz mentoria com um professor do Vale do Silício. 6 meses depois voltei para o Vale.

Por quê?

Desta vez, eu fui focada em validar a minha ideia. Deu certo. No dia do Demo Day eu apresentei o meu projeto e, entre 100 brasileiros, a minha startup ficou em primeiro lugar. Foi uma experiência incrível. Senti que valia a pena, que poderia ajudar outras pessoas. Depois disso, eu comecei a procurar aceleradoras, me inscrevi e fui selecionada. Fui aproveitando as oportunidades que foram surgindo. A partir daí a ideia virou de fato um negócio.

Como foi a experiência do programa de aceleração?

Fiz o programa, desenvolvi o produto, mas cheguei a conclusão que para continuar, precisaria trabalhar com algo que fosse expandir a minha visão. 

Como assim?

Precisava ter contato com outros empreendedores para melhorar o meu negócio. Daí, eu fui voluntária do JA Startup [programa de empreendedorismo no qual jovens criam startups. Uma parceria entre a StartSe, Gerdau, Junior Achievements e o Colégio Farroupilha]. 

Primeiro, eu aprendi muito como voluntária em São Paulo, depois em Minas Gerais. E, então, recebi o convite para liderar a iniciativa. Topei. Lembro que conversei com o Pedro Englert, e ele disse ‘é uma oportunidade para você expandir o seu conhecimento e entender como a StartSe, por exemplo, trabalha.’

Era a oportunidade que eu precisava. Isso porque, de um lado, eu liderava o JA, do outro eu teria aprendizados intensos para desenvolver meu negócio e fazer as coisas acontecerem. 

Depois de 2 anos eu percebi que liderando junto com a StartSe tinha acelerado o meu desenvolvimento como empreendedora. Consegui aprender o que precisava. Me senti segura o suficiente para seguir o meu sonho. Ganhei bagagem. 

Qual foi o maior aprendizado que você teve nesse período?

Foram vários, mas o que mais me marcou foi quando o Pedro Englert disse que precisamos criar uma visão de entender onde queremos chegar — e mesmo que a gente comece com metas pequenas, podemos sempre aumentar e aumentar e causar cada vez mais um impacto maior na vida das pessoas.

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MODELO DE NEGÓCIO

A Youfeel é uma startup que usa tecnologia para que diagnósticos de ansiedade ou depressão sejam mais rápidos e precisos. Como funciona na prática?

Com base nos dados biométricos das pessoas, direcionamos para tratamentos de saúde mental mais efetivos para os funcionários das empresas. Isso porque, um único modelo de saúde mental não serve para todo mundo

Depois, são conectados com os profissionais da saúde mais recomendados para atendê-los. E, no aplicativo tem outros planos de ação e ferramentas para o cuidado da saúde mental. Além disso, conto em exclusividade que o próximo passo é focar também na prevenção.

Qual é a fonte de receita?

Temos um plano de assinatura por vida. Dependendo do número de colaboradores — e eles têm acesso ao aplicativo. Mas, não trabalhamos apenas com o app. Temos também ações pontuais, como: workshop e palestras que são contratação específica. A gente sugere dependendo da avaliação feita. O valor está vinculado ao número de colaboradores. 

Foto: Guido Mieth via Getty Images

COMO TRABALHAR SAÚDE MENTAL NAS EMPRESAS

Atualmente, principalmente após a chegada da pandemia de coronavírus, a incidência de afastamentos por transtornos mentais cresceu 30% de 2020 a 2022, segundo relatório da startup Closecare. Como as empresas devem lidar com a situação?

Sim. As empresas no Brasil gastam mais de 300 bilhões todos os anos em relação à saúde mental. Por isso, além de olhar e cuidar do problema existente, é preciso abrir o leque para além do problema. 

Por exemplo: como pode potencializar o desenvolvimento olhando para a saúde mental? Como pode ser mais estratégico no dia a dia para que as pessoas tenham mais saúde mental?

Uma boa dica é: além de oferecer cuidados com a saúde mental dos profissionais, as empresas devem cuidar das pessoas que possam ter futuramente problemas mentais. Devem prevenir.

Hoje, por exemplo, a Youfeel Health avalia sono, atividade física e nutrição das pessoas, e com base na coleta dos dados conseguimos acompanhá-los e ajudá-los a cuidar e a prevenir problemas mentais.

Afinal, com a saúde mental em dia, conseguimos potencializar o nosso melhor, ser mais produtivo e mais criativo para desenvolver as capacidades dentro das organizações.

Investir em saúde mental não é só o certo, é estratégico, é lucrativo, e é o que vai construir uma empresa sustentável.

Fale um pouco mais sobre o mercado de saúde mental e a importância da prevenção, por favor?

Precisamos melhorar o acesso à saúde mental, mas não adianta apenas dar acesso. Como disse, cada pessoa precisa de um cuidado específico para ela — e é isso que o algoritmo ajuda. A mesma lógica é usada na prevenção. Por exemplo, a psicanálise pode funcionar para alguns, o exercício físico para outros… Por isso, vejo o mercado de saúde mental direcionado para a ciência de dados.

Agora, para encerrar, em Pequim aconteceu o Fórum de Liderança Feminina do BRICS 2022 e a Cerimônia de Premiação do Concurso de Inovação de empreendedoras mulheres do BRICS. O prêmio reconhece empreendedoras de destaque dedicadas à promoção do bem-estar social e desenvolvimento econômico. Você disse em seu LinkedIn sobre o orgulho em estar entre as vencedoras representando o Brasil. Fale um pouco mais sobre esse sentimento, por favor?

Eu fiquei muito orgulhosa do reconhecimento de inovação para mulheres com potencial de escalas. E estar lá como vencedora representando o Brasil é motivo de orgulho e também de uma responsabilidade de escalar esses cuidados precisos e causar um grande impacto, mas também vejo como uma responsabilidade como mulher empreendedora. Afinal, hoje, só 5% das startups são fundadas por mulheres e outras 5% mulheres como co-fundadoras. Quero inspirar outras mulheres e trazer equidade social.

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Sabrina Bezerra é head de conteúdo na StartSe, especializada em carreira e empreendedorismo. Tem experiência há mais de cinco anos em Nova Economia. Passou por veículos como Pequenas Empresas e Grandes Negócios e Época NEGÓCIOS.

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