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Soft skills: o que são e por que são tão importantes na carreira

Saiba quais são as habilidades comportamentais mais requeridas pelas empresas.

Soft skills: o que são e por que são tão importantes na carreira

(Foto: kate_sept2004 via Getty Images)

, jornalista

11 min

2 jun 2021

Atualizado: 27 mai 2024

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Em um mercado de trabalho cada vez mais automatizado, surge uma dúvida: qual é o papel do ser humano no mundo corporativo? Você deve pensar que são destacados os profissionais com habilidades técnicas em tecnologia. Não está errado (e falaremos sobre isso em outro artigo), mas as empresas estão também mais atentas às soft skills — são as chamadas habilidades comportamentais, que incluem criatividade, competências emocionais e pensamento crítico, por exemplo. 

Segundo Juliana Alencar, Chief Culture Officer da StartSe, “as máquinas são melhores do que os seres humanos em tarefas de repetição. Com isso, o papel do ser humano passa a ser literalmente ser humano. A gente precisa se desenvolver pensando cada vez mais em estratégias de resolução de problemas complexos. Se uma pessoa tem uma hard skill (habilidade técnica) como sua única fortaleza, isso será muito frágil para a carreira dela. Visto que estamos em um momento de mudança ágil, principalmente por causa da transformação digital.”

Do ponto de vista da empresa, ter os funcionários com as soft skills certas melhora o resultado. “Por isso, é importante, antes de contratar, fazer um mapeamento das principais soft skills para aquele cargo. Caso contrário, o resultado será ao contrário: baixo faturamento e alto turnover — rotatividade de pessoas”, afirma Juliana França, gerente da Page Personnel e Michael Page. Caso os funcionários contratados não tenham as habilidades comportamentais necessárias para aquela posição, é possível desenvolvê-las (entenda no último tópico). “Todo mundo é capaz de desenvolver uma soft skill”, diz Juliana França.

Para entender quais são as soft skills mais requisitadas em um cenário pós-pandemia, como desenvolvê-las e por que é importante, nós analisamos o relatório “The Future of Jobs”, realizado pelo Fórum Econômico Mundial (WEF), e conversamos com alguns especialistas. Mas antes de falar sobre as principais soft skills, é importante entender que não existe fórmula mágica. “O ideal é ter o pensamento crítico (entenda mais abaixo) para ir além das tendências ditas e entender quais têm mais sentido para a carreira e para o negócio”,  diz Fernanda Leite, fundadora da Mandacaru Thinking, startup de cultura e comportamento. 

Segundo o relatório anual “The Future of Jobs”, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial (WEF), algumas das habilidades mais requisitadas até 2025 são:

QUAIS SÃO AS SOFT SKILLS MAIS REQUISITADAS ATÉ 2025


- Pensamento analítico e pensamento crítico 
É a capacidade de analisar as situações e, a partir da interpretação de dados, sugerir ideias e soluções inovadoras para a empresa. “É fugir do efeito manada [termo usado para definir situações das quais pessoas reagem todas da mesma forma]. É quando os profissionais têm a capacidade de ter a própria opinião. Normalmente, são pessoas que conseguem tomar decisões e vão contra a tendência. Eles não seguem o chefe, eles ampliam novos olhares. Ter funcionários assim na equipe, é fundamental para trazer novas ideias”, afirma Fernanda.

- Aprendizagem ativa
Antes, era comum a empresa criar um plano de carreira para o funcionário, mas isso ficou no passado. Sai na frente, os profissionais capazes de trilhar a sua própria jornada corporativa. O profissional de aprendizagem ativa “é alguém que protagoniza. Ele não é refém de um trilha de conhecimento, ele amplia o olhar do que ele quer na companhia. Em outras palavras, não é pautado, ele que pauta”, explica Fernanda. 

Trata-se da pessoa capaz de buscar conhecimento contínuo, visto que os processos mudam com frequência. “O profissional de sucesso do futuro sempre vai ter cabeça de CEO (senso de dono), coração de estagiário (eterno aprendiz) e vestirá a camiseta da humildade (para escutar e aprender com todos, independente da idade e do cargo)”, afirma Juliana Alencar.

- Capacidade de resolver problemas complexos
Os problemas complexos são aqueles que normalmente nunca aconteceram antes. Por isso, o profissional capaz de criar novas e simples soluções, de enxergar o problema como oportunidade de inovação, e não como obstáculo, é um dos mais requisitados. Principalmente em tempos de mundo VUCA (volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade).

 - Criatividade
Em tese, criatividade é a capacidade de encontrar o novo, o diferente. “São os profissionais que buscam novas formas e alternativas de fazer algo”, diz Fernanda. No entanto, para que os profissionais possam ser criativos, “a companhia não pode ter a cultura de gestão de medo, e sim propiciar um ambiente psicologicamente seguro, pois a criatividade envolve erros”, conta Fernanda.

- Capacidade de liderar e influenciar
Habilidades de liderança não são apenas para CEOs ou gerentes. São habilidades que ajudam a lidar com a responsabilidade e a pressão, inspirar colegas e partes interessadas e abraçar a mudança na busca por soluções melhores”, diz a consultoria de recursos humanos Robert Half. 

- Usar tecnologia no trabalho
O uso da tecnologia vai além dos profissionais especializados no setor. São os funcionários — independente da área de atuação — que compreendem que a digitalização facilita os processos do dia a dia e sabem como usá-las a seu favor. “Com isso, a empresa ganha velocidade na entrega das tarefas, e os funcionários ganham horas a mais para fazer outras coisas”, conta Juliana França.

- Inteligência emocional
É a capacidade das pessoas em  aprender a lidar com as próprias emoções e o efeito delas no ambiente corporativo. “É saber se conectar com si próprio e ter autocontrole da gestão de suas emoções”, diz Silva. Além disso, o profissional inteligente emocionalmente sabe lidar com situações inesperadas do dia a dia, motiva e mantém o time — sendo líder ou não — engajado. 

- Resiliência 
Está atrelada a soft skill de inteligência emocional. Isso porque, “elas pensam positivo e têm maior índice de resiliência. Elas atravessam momentos difíceis, mas sabem lidar bem com isso. Tem um ponto positivo mesmo diante do caos. Não ficam desesperadas e deprimidas. Ao contrário, renascem com mais velocidade e mais qualidade. São pessoas que se adaptam às transformações rápidas do mundo”, explica Fernanda.

COMO DESENVOLVER AS SOFT SKILLS

O primeiro passo não é reconhecer as fragilidades, mas sim, as suas fortalezas. É o que diz Juliana Alencar. “Faça pesquisas com pessoas próximas a você, como os seus amigos, os seus colegas de trabalho e a sua família. Pergunte quais são as suas melhores habilidades comportamentais.” Depois sim, liste as os seus pontos a desenvolver. Feito isso, “peça feedback para as pessoas. Até mesmo para as que não gostam muito de você (risos). Elas são fundamentais para descobrir os seus pontos cegos”, diz Fernanda. Além disso, “crie o hábito da leitura. Busque conhecimento. Esse é o exercício mais completo que existe”, afirma ela. Também converse com a área de recursos humanos da empresa, veja se eles oferecem algum programa de desenvolvimento. “Ou busque uma mentoria externa”, aconselha a especialista. Por último, você deve colocar o aprendizado em prática no dia a dia.

COMO A EMPRESA PODE AJUDAR OS PROFISSIONAIS A DESENVOLVER AS SOFT SKILLS

Primeiro, “faça um mapeamento com as habilidades comportamentais das pessoas para treiná-las e desenvolvê-las", diz Juliana Alencar. Como fazer isso? Pergunte aos funcionários quais habilidades eles gostariam de potencializar e, claro, ofereça educação”, completa a especialista. Como, por exemplo, programas de mentoria e fórum de treinamento.  

Além disso, as empresas podem ajudá-los a desenvolver soft skills por meio da experiência. “Dê alguns projetos para que os funcionários possam lidar com a situação na prática”, aconselha Fernanda. Também é importante reconhecer as fortes habilidades dos funcionários. “Para que eles sintam-se confiantes”, diz Juliana Alencar.

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Sabrina Bezerra é head de conteúdo na StartSe, especializada em carreira e empreendedorismo. Tem experiência há mais de cinco anos em Nova Economia. Passou por veículos como Pequenas Empresas e Grandes Negócios e Época NEGÓCIOS.

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