A empresa remove a exigência de tempo mínimo para adquirir ações — um movimento agressivo para conquistar especialistas disputados por um mercado que nunca pagou tão alto por inteligência humana.
OpenAI
, redator(a) da StartSe
5 min
•
15 dez 2025
•
Atualizado: 15 dez 2025
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A OpenAI anunciou que eliminará completamente o período de carência que obrigava novos funcionários a trabalhar seis meses antes de começarem a receber o direito às ações que compõem sua remuneração.
Esse período — chamado no jargão de mercado de cliff — funciona como uma “espera mínima” para que o profissional comece a adquirir suas ações ao longo do tempo. Agora, quem entrar na OpenAI passa a receber esse benefício desde o primeiro dia.
Fidji Simo, CEO de Aplicações, apresentou a mudança como uma forma de reduzir risco para novos contratados: se forem desligados antes da marca de seis meses, não perderão mais o direito às ações.
A medida segue um movimento parecido da xAI, de Elon Musk, que adotou política semelhante para atrair especialistas de ponta.
O motivo por trás dessa mudança é claro: a disputa por profissionais de IA nunca foi tão acirrada.
Gigantes de tecnologia e startups profundamente capitalizadas estão competindo por um grupo muito pequeno de pessoas capazes de treinar modelos avançados — e oferecendo remunerações inéditas.
Dados públicos de pedidos de vistos especializados mostram que:
Na OpenAI, profissionais técnicos recebem entre US$ 200 mil e US$ 530 mil de salário base;
Alguns pesquisadores ganham mais de três vezes a média da indústria;
Na xAI, faixas salariais vão de US$ 250 mil a US$ 500 mil.
E a remuneração não para no salário. Antes do lançamento do GPT-5, a OpenAI distribuiu bônus multimilionários para cerca de um terço da empresa.
Alguns pesquisadores receberam até US$ 5 milhões, pagos trimestralmente em dinheiro, ações ou uma combinação.
A mensagem é clara: quem domina IA de ponta hoje não disputa vagas — disputa propostas.
A remoção de períodos de carência não é exclusiva da OpenAI.
Nos últimos anos, empresas como Google, Meta, Uber e DoorDash também eliminaram a exigência de um ano de espera antes de funcionários começarem a adquirir ações.
O padrão está mudando:
Em 2025, apenas 20% das empresas de capital aberto usaram um período de carência em suas concessões de ações.
Entre empresas privadas, o número ainda é alto — 88% —, mas o movimento de flexibilização começou.
Ao remover o período de espera, a OpenAI se posiciona como uma das empresas mais agressivas na oferta de condições favoráveis a funcionários.
É um recado para o mercado: se quiser competir pela elite da IA, terá de reescrever suas regras.
A decisão da OpenAI não é apenas uma política de RH. É uma estratégia de mercado.
Com modelos de IA cada vez mais complexos e uma demanda explosiva por talento especializado, empresas que mantiverem regras rígidas de aquisição de ações podem simplesmente desaparecer do radar dos melhores candidatos.
E num setor em que desempenho depende diretamente de cérebros raríssimos — não de máquinas — flexibilidade virou vantagem competitiva.
O recado implícito é simples e poderoso: a inteligência artificial avança rápido, mas quem realmente decide quem vence essa corrida ainda é a inteligência humana.
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Jornalista e Copywriter. Escreve sobre negócios, tendências de mercado e tecnologia na StartSe.
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