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Seleção e recrutamento digital: quais são os principais desafios?

Da seleção ao onboarding, saiba como as empresas devem se adaptar à nova realidade do processo de contratação

Seleção e recrutamento digital: quais são os principais desafios?

Pessoas conversando por computador (foto: inkedIn Sales Solutions/Unsplash)

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Um oferecimento

Por Daniel Navas 

A pandemia trouxe algumas dificuldades para o mercado de trabalho, e isto inclui o setor de Recursos Humanos. Afinal de contas, de uma hora para outra, esta área precisou repensar o modelo de recrutamento, que antes era presencial, para algo totalmente virtual. E o grande desafio estava na forma de seguir com o processo de forma digital, mas sem perder a humanização. 

Por ser algo virtual, o receio era que as etapas se tornassem impessoais, o que não pode acontecer. “Temos que pensar que estamos lidando com pessoas, como nós, por trás das telas. Precisamos ser os facilitadores deste processo, e não mais um bloqueio para o candidato”, conta Patricia Suzuki, Diretora de Gente e Gestão na Catho

É HORA DE “QUEBRAR O GELO”

(Foto: Anchiy via Getty Images)

Na opinião de Patricia, uma das formas que pode resolver esta falta da humanização, é adotar práticas que “quebrem o gelo” e que saiam de um escopo estritamente formal. “É muito importante deixar o candidato confortável com o processo. Fazer um acolhimento desde o primeiro contato, agradecer pelo interesse e tempo dedicado, se aprofundar em algum assunto que foi iniciado por e-mail, ou abordar algum tema que observou ser de interesse do candidato”, conta. 

Além disso, também é de extrema importância entender que, no contato remoto, situações adversas podem ocorrer. Um exemplo típico é a conexão de internet ruim, que pode dificultar um pouco a conversa entre candidato e recrutador. Ou então, alguma situação que pode, sem querer, atrapalhar a entrevista. Neste momento, vale a compreensão e empatia. Assim, evita que a pessoa que está sendo entrevistada fique mais nervosa e não saia tão bem durante a conversa, deixando de mostrar todo seu potencial. 

VANTAGENS DO RECRUTAMENTO DIGITAL

Complexidades à parte, o processo de seleção virtual também tem o seu lado positivo. E uma das maiores vantagens apontada pelos profissionais da área está na velocidade em que as informações são transmitidas e as etapas realizadas. “Com um processo on-line, a otimização acontece já na divulgação da vaga. É por meio de plataformas de recrutamento e seleção, como a da Catho, que a empresa pode divulgar as oportunidades em poucos cliques e, logo em seguida, receber centenas de currículos. Isso não é possível nos meios tradicionais (presencial), afirma Patricia. 

Além disso, outro ponto positivo é ter a possibilidade de encontrar talentos de qualquer lugar do Brasil, pois não há mais esse limite geográfico neste formato de seleção. Claro que isso só é possível se o modelo de trabalho for, de fato, remoto também.

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COMO DEVE SER O PROCESSO SELETIVO DE RECRUTAMENTO DIGITAL? 

Assim como em um recrutamento presencial, o formato on-line também deve seguir algumas etapas principais que, de modo mais abrangente, são: 

Etapa 1: Planejamento 

Essa é uma das fases mais importantes, pois é essencial para guiar os próximos passos do processo seletivo. Por isso, é preciso definir as estratégias na busca por este talento para suprir as necessidades da empresa. Para isto, algumas perguntas precisam ser respondidas. São elas: Por que precisamos de uma nova pessoa no time? No que essa pessoa vai agregar? Qual é o escopo da posição (job description)? Quais seriam as hard e soft skills necessárias? Quais canais serão utilizados para divulgar a vaga e por quanto tempo a empresa irá receber currículos? 

Etapa 2: Recrutamento 

Nesta fase, com o desenho da vaga feito, chegou o momento de divulgá-la. Com os canais escolhidos, a etapa inicia-se tanto internamente — caso a empresa tenha a política de dar espaço para os colaboradores participarem do recrutamento — quanto externamente, por meio da divulgação da vaga para novos talentos no mercado. 

Etapa 3: Seleção 

Nesta etapa recrutador e empresa devem ter critérios claros para escolher os perfis mais adequados, analisando o que é imprescindível e o que pode ser trabalhado nas etapas adiante.

Etapa 4: Entrevistas e Testes 

Após escolher os perfis que mais se destacaram, chegou o momento de conhecer melhor estes profissionais, convidando-os para uma entrevista inicial para aprofundar as informações contidas no currículo, além de avaliar o fit cultural. 

Conforme o processo vai avançando, as entrevistas são guiadas de modo que chegue até seu líder direto — provavelmente a pessoa que terá maior poder de decisão na hora de escolher este talento. Também é nesta etapa onde acontecem os testes técnicos, como a proposta da realização de cases ou testes das habilidades mais requisitadas pelo mercado, como Inglês, Excel, Compreensão de Texto e Raciocínio Lógico. Neste momento é preciso atenção, afinal as avaliações precisam fazer sentido com o propósito da vaga. 

Etapa 5: Contratação e Feedbacks 

Após encontrar o candidato ideal, inicia-se o processo de contratação, com envio de documentações, exame admissional, registro em carteira, onboarding etc. É recomendável que os candidatos não aprovados sejam informados do encerramento do processo seletivo. 

Dessa forma, a empresa garante uma boa experiência do candidato que, nessa oportunidade, não foi contratado — mas poderá ser no futuro. “Destaco que essa experiência gera uma percepção muito boa da marca empregadora, além de contribuir para a humanização do processo”, afirma Patricia. 

ONBOARDING VIRTUAL 

Mulher em call no computador com pessoas (foto: SDI Productions/Getty)

Esse é um outro desafio para a área de RH e a empresa como um todo. Isto porque, o onboarding também precisa que a humanização prevaleça, ainda que haja distância. “Hoje é muito comum o envio de um kit onboarding. Será a primeira interação com esse talento, que agora é um colaborador. E, para tornar esse início especial, é muito carinhoso quando enviamos um kit com alguns mimos personalizados, além dos equipamentos necessários para que ele desenvolva seu trabalho”, aponta Patricia. 

Além disso, se preocupar com a saúde ocupacional também é muito importante e mostra cuidado com o colaborador. Também é adequado preparar o time para que receba esse novo integrante com muito entusiasmo. “Pouco a pouco, esse colaborador vai integrando a empresa e conseguindo realizar suas atividades de forma colaborativa”, finaliza Patricia. 

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