Em muitas empresas, seguir o processo tornou-se mais importante que entregar resultado. E quando isso acontece, a organização já começou a morrer.
A lentidão mata mais as empresas do que a concorrência
, redator(a) da StartSe
3 min
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18 dez 2025
•
Atualizado: 18 dez 2025
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Existe um momento perigoso na vida de qualquer empresa: quando seguir o processo se torna mais importante que atingir o objetivo.
Quando a pergunta deixa de ser "resolvemos o problema?" e passa a ser "seguimos o ritual corretamente?".
No começo, existem processos para facilitar. Para garantir que boas práticas sejam replicadas, que erros não se repitam, que o conhecimento seja preservado. Mas com o tempo, os processos viram fins em si mesmos.
O sintoma mais claro: quando alguém diz "eu sei que não faz sentido, mas é o processo". Essa frase é a confissão de que a organização perdeu o norte. Porque processo é ferramenta, não propósito. Se ele não serve mais ao objetivo, deveria ser descartado.
E aí surge um fenômeno tóxico: a performance de compliance. Pessoas não estão resolvendo problemas — estão mostrando que seguiram as regras. Não importa se o projeto atrasou, se o cliente não ficou satisfeito, se a solução não funciona. Importa que "todos os passos foram cumpridos".
Isso cria uma cultura de CYA ("cover your ass" — proteger as costas). Ninguém quer ser responsabilizado, então todo mundo documenta tudo. E-mails intermináveis não para decidir, mas para "deixar registrado que avisei". Reuniões não para resolver, mas para "garantir que todos estavam presentes".
O resultado é uma paralisia disfarçada de diligência.
A empresa fica lenta não porque falta competência, mas porque sobra ritual. E enquanto times gastam energia cumprindo etapas vazias, concorrentes ágeis testam, erram, ajustam e avançam.
Empresas que vencem reconhecem o processo como ferramenta mutável. Revisam constantemente: ainda serve? Ainda faz sentido? Ainda agrega valor? E quando a resposta é não, têm coragem de matar.
Porque no final, a pergunta que define a saúde da organização não é "nossos processos são robustos?".
É "nossos processos nos ajudam a vencer?" E se a resposta for não, você não tem governança — tem teatro corporativo.
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Jornalista e Copywriter. Escreve sobre negócios, tendências de mercado e tecnologia na StartSe.
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