Por que a Zenvia, plataforma de atendimento ao cliente, vai unir sua operação com a startup D1

Por Sabrina Bezerra

A Zenvia, plataforma de soluções para atendimento online, e a D1, provedora de Software como Serviço (SaaS) para orquestração de jornadas digitais, anunciaram nesta quinta-feira (25/03) a assinatura da união de suas operações — que deve ser concluída no segundo semestre deste ano. Com o negócio, as empresas somam juntas o faturamento de R$ 500 milhões. 

A movimentação traz troca de ações. Fernando Wosniak Steler, CEO da D1, vira acionista do grupo Zenvia junto com Cassio Bobsin, fundador e CEO da Zenvia. O Inovabra Ventures, braço de venture capital do Bradesco — que realizou investimento Série A na D1 —, e a Oria Capital, investidora da Zenvia, permanecem como acionistas. 

Steler continua como CEO da D1 e passa a fazer parte do Conselho de Administração da Zenvia.  

OBJETIVO

As empresas pretendem formar a maior plataforma de comunicação de experiência do cliente da América Latina. Para isso, vão aumentar o serviço de contato digital oferecido às empresas: da jornada de compra à comunicação final com o consumidor. “Demos um passo importante em nossa estratégia, ao nos consolidarmos como plataforma unificada de comunicação para experiência do cliente, oferecendo uma atuação ponta a ponta, desde as soluções até os canais de comunicação”, escreveu em nota à imprensa Cassio Bobsin, CEO da Zenvia.  

Como? De um lado, com a experiência da Zenvia — fundada há 17 anos e referência no mercado latino-americano de CPaaS (Communications Platform as a Service, ou, Plataforma de Comunicação como Serviço). A companhia foi listada no relatório global do Gartner, o Market Guide for Communications Platform as a Service, de 2020, como co-criadora de implementação de CPaaS. As soluções e ferramentas oferecidas pela empresa facilitam a conexão dos consumidores por meio de canais como chat, SMS, voz e WhatsApp. Atualmente, a marca atende mais de 9 mil empresas. Sua última aquisição foi em julho de 2020, quando comprou a startup argentina Sirena, que oferece comunicação para equipes de vendas por WhatsApp. Em novembro do ano passado, internacionalizou suas operações para o México. 

Do outro lado, a D1, fundada em 2012, que atua no mesmo setor, mas oferece serviços com foco na jornada online do cliente (do início da compra até o pós-venda) cresceu 287% no último ano em comparação com 2019. Seu portfólio totaliza cerca de 100 clientes, como Azul Seguros, Bradesco e Itaú. Em outubro do ano passado, a empresa comprou a Smarkio, especializada em automação do atendimento ao cliente com uso de inteligência artificial. 

“Crescemos 287% ao comparar 2019 com 2020 e planejamos continuar esse alto crescimento nos próximos anos, que deverá ser acelerado pela sinergia com a Zenvia. Juntos, já nos tornamos a maior plataforma de comunicação para experiência do cliente na América Latina. Estamos motivados em saber que ainda existe muito espaço para crescer”, escreveu Fernando Wosniak Steler, fundador e CEO da D1.

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SETOR DE TECNOLOGIA E CPAAS

O mercado da comunicação como serviço tem crescido nos últimos anos — e foi acelerado pela pandemia causada pelo novo coronavírus. Afinal, a chegada da covid-19 exigiu a digitalização das empresas e mudou o comportamento do consumidor. Segundo a pesquisa CX Trends 2021, 65% das pessoas buscam comprar de empresas que oferecem transações digitais rápidas e fáceis. Ainda de acordo com o relatório, as empresas que conseguem entregar uma boa experiência digital têm 75% mais chances de aumentarem os gastos de seus clientes. 

Além disso, segundo previsões da IDC Brasil, o mercado de tecnologia deve crescer 7%. E "50% das empresas voltam a aumentar seus investimentos no setor", diz a consultoria. 

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