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O mito do profissional de tecnologia satisfeito

Nem mesmo quem constrói o futuro parece satisfeito com o presente.

O mito do profissional de tecnologia satisfeito

Imagem: ChatGPT

, redator(a) da StartSe

5 min

4 set 2025

Atualizado: 4 set 2025

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Uma pesquisa da Michael Page mostra que 53% dos profissionais de tecnologia no Brasil estão insatisfeitos com seus salários. O índice não apenas ultrapassa a média global (36%), como também supera a da América Latina (47%). O dado desmonta a ideia de que o setor de tecnologia é um refúgio de estabilidade e reconhecimento. Pelo contrário: revela um abismo entre expectativa e realidade.

Onde nasce o descontentamento

O problema não é apenas o valor depositado na conta. Muitos relatam nunca terem recebido aumento ou aguardam reajustes há anos. Para piorar, a promoção — símbolo clássico de valorização — tornou-se um evento raro. Trinta por cento dos profissionais de tecnologia nunca foram promovidos; outros 35% só lembram de uma evolução há mais de dois anos. Resultado: talentos desmotivados, que se sentem ignorados por estruturas rígidas, lideranças distantes e culturas empresariais que falham em reconhecer valor real.

A contradição que precisa ser encarada

O senso comum diz que motivação se compra com bônus ou aumentos. A pesquisa desmente: a insatisfação não é apenas financeira, é existencial. O que os profissionais de tecnologia parecem buscar não é só dinheiro, mas trajetória, reconhecimento e mobilidade. Quando 54% estão ativamente procurando uma nova oportunidade, não é apenas mercado aquecido, é fuga em massa de quem sente que não tem espaço para crescer onde está.

O caminho passa por uma inversão de lógica

A solução não é “pagar mais” como resposta automática, mas reconstruir a forma como empresas enxergam carreira. 

Reconhecimento não pode ser episódico, precisa ser sistêmico. O contraintuitivo aqui é simples: reter talentos não é sobre dar aumentos, mas sobre dar direção e sentido na carreira das pessoas.

Lições corporativas

Empresas que querem sobreviver ao êxodo de talentos precisam:

  • Criar trilhas de crescimento transparentes, onde o profissional entenda claramente o que precisa para evoluir;
     
  • Estabelecer avaliações periódicas objetivas, que mostrem critérios claros e reduzam a sensação de favoritismo ou arbitrariedade;
     
  • Conectar remuneração a impacto real, deixando explícito como conquistas individuais e coletivas se traduzem em ganhos;
     
  • Estimular a mobilidade interna, permitindo que profissionais explorem novas funções e projetos antes de procurar fora;
     
  • Investir em lideranças preparadas, capazes de dialogar com o time de forma honesta e inspiradora.
     

Essas ações não eliminam a pressão por salários competitivos, mas transformam remuneração em parte de um ecossistema mais robusto de reconhecimento e pertencimento.

Enxugando gelo

Ignorar esse movimento é enxugar gelo: manter talentos desmotivados dentro da empresa apenas adia o inevitável. Quando a cultura trava, o talento escapa. No fim, não é a falta de dinheiro que custa caro, mas a incapacidade de construir trajetórias que mantenham os melhores caminhando ao lado da companhia.

No fim, a crise que sufoca os profissionais de tecnologia também atinge, em níveis diferentes, lideranças de outros setores. Porque essa é a consequência da falta de clareza no jogo corporativo: líderes que não sabem construir narrativas de futuro para suas equipes, organizações presas em modelos antigos de gestão e carreiras sem bússola. 

Executive Program da StartSe nasce justamente para preencher esse vácuo. Ao mergulhar nos frameworks mais atuais de liderança global, em três dias de imersão, o programa provoca executivos e gestores a repensarem como constroem trajetórias, reconfiguram modelos de reconhecimento e desenham planos de crescimento que fazem sentido para o profissional e para a empresa. 

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Imagem de perfil do redator

Jornalista e Copywriter. Escreve sobre negócios, tendências de mercado e tecnologia na StartSe.

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