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Nova geração quer ser dona, não funcionária — e isso muda tudo para empresas e executivos

Pela primeira vez, jovens brasileiros preferem empreender a seguir a estabilidade da CLT. O que isso revela sobre o futuro do trabalho, e como empresas devem se adaptar para não perder essa geração.

Nova geração quer ser dona, não funcionária — e isso muda tudo para empresas e executivos

Foto: Pexels

, Redator

5 min

11 jun 2025

Atualizado: 11 jun 2025

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Pela primeira vez, os jovens brasileiros entre 16 e 34 anos colocam o empreendedorismo à frente da estabilidade da CLT. O dado, revelado por uma pesquisa da Hibou, pode parecer sutil à primeira vista — 33% dos jovens querem empreender, contra 32% que priorizam a carteira assinada. Mas o simbolismo por trás dessa virada é enorme: trata-se de uma mudança estrutural na forma como as novas gerações enxergam o trabalho, a carreira e o papel das empresas em suas vidas.

Para executivos e empresários, o alerta está dado: o modelo tradicional de atração e retenção de talentos não conversa mais com o novo imaginário profissional. Jovens querem autonomia, propósito e flexibilidade. E estão dispostos a arriscar mais para conquistar isso.

O que as empresas devem repensar agora

1. Modelos de liderança mais flexíveis

Jovens avessos à hierarquia tradicional e ao comando-controle dificilmente se engajam em estruturas rígidas. Para mantê-los dentro das organizações, será necessário repensar não apenas as políticas de liderança, mas o desenho do trabalho em si: mais autonomia, mais espaço para iniciativa própria e menos microgestão.

2. Intraempreendedorismo real (não só no discurso)

Se empreender virou meta para muitos, por que não canalizar esse impulso para dentro da empresa? Programas de intraempreendedorismo podem funcionar como válvulas de retenção, desde que venham acompanhados de investimento real, mentorias e abertura para erro.

3. Programas de desenvolvimento repensados

A educação formal já não dá conta: apenas 46% dos brasileiros trabalham na área em que se formaram. Entre os mais jovens, esse número é de 59%, mas cai para 24% entre os mais velhos. A desconexão entre ensino e mercado é real. Empresas que investem em programas de capacitação contínua e personalizados saem na frente.

4. Apoio à jornada empreendedora

Há um universo de oportunidades em torno dos jovens que querem criar seus próprios caminhos. Plataformas de educação alternativa, microcrédito, contabilidade digital, IA aplicada à gestão, mentorias e networking têm demanda crescente. Empresas visionárias podem ser parte ativa desse ecossistema — investindo, apoiando ou até cocriando soluções com e para esse público.

Não é só sobre “fuga de talentos”. É sobre transformação.

Ver jovens saindo da carreira tradicional para empreender não deve ser lido apenas como “perda de talentos”. É um sinal de que os talentos estão pedindo outras formas de se relacionar com o trabalho. Mais autonomia, mais impacto, mais liberdade para experimentar — mesmo que isso signifique viver de “freelas”, trabalhar em tempo parcial ou montar um negócio do zero com poucos recursos.

A “gig economy” e o freelancer tech crescem não só como modos de sobrevivência, mas como pontes para esse empreendedorismo desejado — ainda que muitas vezes precário. O desafio das empresas é oferecer internamente um ambiente tão criativo, fluido e estimulante quanto o mercado externo parece prometer.

Oportunidade para quem está atento

Empresários e executivos que quiserem se antecipar a esse movimento devem se perguntar:

  • Como oferecer mais autonomia aos jovens talentos dentro da organização?
  • Que estruturas (ou mentalidades) internas precisam ser revistas?
  • Como podemos apoiar — em vez de conter — o impulso empreendedor das novas gerações?

A resposta não está em resistir à mudança, mas em abraçá-la com inteligência, pragmatismo e inovação. 

Porque o futuro do trabalho, ao que tudo indica, será cada vez mais liderado por quem decide criá-lo, e não apenas segui-lo.

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