Em carta dura aos acionistas, WBD diz que rival oferece “valor ilusório”, levanta riscos de segurança nacional e insiste que acordo com a Netflix é o caminho mais sólido.
Mais um episódio da "série" que envolve Warner, Paramount e Netflix.
, redator(a) da StartSe
4 min
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17 dez 2025
•
Atualizado: 17 dez 2025
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A Warner Bros. Discovery (WBD) recusou, nesta quarta-feira (17), a oferta hostil apresentada pela Paramount para assumir suas operações — e fez isso em tom firme. Em comunicado enviado ao mercado, a empresa classificou a proposta rival como “ilusória”, afirmando que ela não entrega valor real aos acionistas e ainda adiciona custos e riscos que não fazem sentido para o momento da companhia.
Ao mesmo tempo, a WBD reafirmou total confiança no plano já anunciado: vender a maior parte de seus ativos — incluindo Warner Bros., HBO e HBO Max — para a Netflix, em uma transação avaliada em US$ 82,7 bilhões e que criaria a maior potência global do entretenimento.
A oferta da Paramount, de US$ 30 por ação, foi apresentada como alternativa mais vantajosa e com “maior certeza de execução”. Mas a Warner contestou quase todos os pontos:
Questionou a solidez do financiamento da proposta;
Alegou falta de garantias concretas;
Afirmou que a estrutura da transação adicionaria complexidade e incerteza.
Para a WBD, a proposta parece mais ambiciosa no papel do que viável na prática.
Um dos elementos mais sensíveis da oferta da Paramount está na origem do dinheiro. A aquisição seria financiada por fundos ligados a famílias reais da Arábia Saudita, Catar e Abu Dhabi — um fator que imediatamente chamou atenção de legisladores dos EUA.
A Warner destacou que, por se tratar de uma das empresas de mídia mais influentes do país, transferir poder indireto para investidores estrangeiros pode gerar riscos de segurança nacional, especialmente em ano eleitoral e com autoridades de Washington já alertas ao tema.
A Paramount respondeu afirmando que seus financiadores abririam mão de direitos de voto e governança, mas, na avaliação da WBD, essa solução apenas ampliou as dúvidas sobre a real composição e influência do capital envolvido.
Com a recusa formalizada, a bola agora está com os conselheiros e acionistas da Warner Bros. Discovery.
Relatos iniciais mostram um campo dividido:
Parte dos investidores apoia a recomendação da empresa e considera a Netflix um parceiro mais previsível;
Outra parte vê na Paramount uma oferta financeiramente mais atraente no curto prazo.
A disputa, portanto, está longe de acabar — e pode redefinir o mapa global do entretenimento.
A WBD deixou claro que a decisão não é apenas financeira, mas estratégica: ela acredita que a venda para a Netflix oferece o menor risco regulatório e a maior probabilidade de aprovação em um setor cada vez mais consolidado e em constante escrutínio governamental.
A novela continua. E nós vamos acompanhar os próximos capítulos.
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Jornalista e Copywriter. Escreve sobre negócios, tendências de mercado e tecnologia na StartSe.
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