Um dos maiores aportes tecnológicos da história do país coloca o Ceará no mapa global da infraestrutura de IA — e mostra que a disputa por poder computacional chegou a um novo patamar.
Foto: Alexander Shatov/Unsplash
, redator(a) da StartSe
4 min
•
4 dez 2025
•
Atualizado: 4 dez 2025
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A corrida global por poder computacional acaba de ganhar um capítulo brasileiro — e dos grandes. A ByteDance, dona do TikTok, confirmou um investimento superior a R$ 200 bilhões para construir um data center no Ceará. O número não só oficializa o movimento, como também derruba todas as expectativas: é quatro vezes maior do que os R$ 50 bilhões inicialmente projetados nas negociações reveladas pela Reuters em abril.
Trata-se de um marco histórico. Quando concluído, o complexo será o primeiro data center desse porte na América Latina, posicionando o Brasil como peça estratégica na infraestrutura que sustenta a nova economia da IA — um ativo hoje tão valioso quanto petróleo já foi um dia.
A instalação ficará no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, em parceria com a Omnia — empresa de data centers controlada pela Pátria Investimentos — e a Casa dos Ventos, referência em energia renovável. A escolha do local não é casual: proximidade com cabos submarinos, logística consolidada e abundância de energia limpa para sustentar o consumo colossal de processamento.
E colossal não é exagero. Segundo Monica Guise, diretora de Políticas Públicas do TikTok no Brasil, o data center começará operando com 300 megawatts de capacidade elétrica. Para dimensionar: isso é equivalente ao consumo de uma cidade de 350 mil a 400 mil habitantes.
O movimento segue a cartilha das big techs. Meta, Google, Microsoft e Amazon hoje despejam entre US$ 30 bilhões e US$ 50 bilhões por ano em infraestrutura de IA e data centers — valores comparáveis aos investimentos de países inteiros. A ByteDance se junta a essa disputa, ampliando seu musculatura global em um momento em que a eficiência de IA depende diretamente de ter data centers próprios, abundantes e hiperotimizados.
Para o Brasil, a mensagem é dupla: o país entrou no mapa estratégico da IA — e os próximos anos devem atrair mais infraestrutura, mais empresas e mais empregos qualificados.
A nova guerra fria tecnológica tem endereço. E agora, um deles se chama Ceará.
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Jornalista e Copywriter. Escreve sobre negócios, tendências de mercado e tecnologia na StartSe.
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