Com uma proposta de US$ 82,7 bilhões contestada por reguladores, sindicatos, políticos e pela Paramount — que ofereceu mais dinheiro — a Netflix se vê no centro da maior disputa corporativa da história do streaming.
Netflix ou Paramount: quem ficará com a Warner?
, redator(a) da StartSe
6 min
•
16 dez 2025
•
Atualizado: 16 dez 2025
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A Netflix reafirmou nesta segunda-feira (15) que vai seguir adiante com a compra da Warner Bros. Discovery, mesmo em meio a críticas crescentes e concorrência direta de uma oferta bilionária rival.
Em carta enviada aos funcionários, os co-CEOs Greg Peters e Ted Sarandos afirmam que a operação trará “mais escolha e valor” aos consumidores e que a empresa continua comprometida em concluir o negócio.
O plano da Netflix é adquirir os estúdios da Warner, além da HBO e HBO Max, criando um gigante global com cerca de 450 milhões de assinantes.
A transação, estimada em US$ 82,7 bilhões, prevê pagamento por ação dividido entre dinheiro e ações, e deve levar entre 12 e 18 meses para ser concluída.
A proposta está nas mãos do conselho da Warner, que precisa decidir o futuro da empresa.
A calmaria durou pouco. Apenas três dias após o anúncio da Netflix, a Paramount lançou uma oferta pública hostil de US$ 108,4 bilhões, quase US$ 18 bilhões a mais que a proposta da concorrente.
A Paramount quer comprar toda a Warner Bros. Discovery — não só a divisão de entretenimento — incluindo canais tradicionais como CNN e TNT.
David Ellison, CEO da Paramount, argumenta que os conselheiros e acionistas “merecem avaliar uma oferta superior e totalmente em dinheiro”.
Traduzindo: a Paramount quer arrancar a Warner das mãos da Netflix.
E, segundo analistas, sua proposta pode encontrar menos resistência regulatória, já que não ampliaria tanto o domínio de uma única empresa no streaming.
A fusão proposta pela Netflix desencadeou reações rápidas de sindicatos, políticos e órgãos reguladores.
O Writers Guild of America (sindicato dos roteiristas) afirmou que a operação deve ser bloqueada, alegando risco de eliminação de empregos, redução de salários e aumento de preços para o consumidor.
Na esfera política, a oposição ganhou nomes de peso:
A senadora Elizabeth Warren chamou o acordo de “pesadelo antimonopólio”.
Bernie Sanders denunciou risco de “concentração oligárquica” na mídia.
O presidente Donald Trump disse que o negócio “pode ser um problema” e confirmou encontro com Ted Sarandos, mas não prometeu sinal verde.
Além disso, assinantes entraram com ação coletiva tentando impedir a fusão, e o Departamento de Justiça dos EUA prepara uma análise rigorosa. A União Europeia também deve se posicionar.
O recado é claro: a barreira não é só financeira—é política, jurídica e cultural.
A compra da Warner pela Netflix não é apenas uma aquisição — é uma tentativa de definir quem comandará a era pós-streaming, quando o que vale não é apenas catálogo, mas propriedade intelectual de peso, estúdios e capacidade de produção global.
A Warner detém marcas como DC, Harry Potter, HBO, Adult Swim, Looney Tunes e inúmeros sucessos de bilheteria.
Somar esse arsenal à Netflix criaria um conglomerado de conteúdo sem precedentes.
Por isso a resistência.
Por isso o aumento de preço da oferta rival.
Por isso o interesse da Casa Branca e da Justiça.
O movimento não é só de mercado — é de poder.
A Netflix garante que seguirá até o fim.
A Paramount garante que sua oferta é melhor.
Políticos e reguladores garantem que vão endurecer.
E o público já começa a reagir.
A disputa ainda está longe de acabar.
Mas uma coisa já está clara: quem vencer essa guerra não controla apenas um estúdio—controla o futuro da indústria do entretenimento.
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Jornalista e Copywriter. Escreve sobre negócios, tendências de mercado e tecnologia na StartSe.
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