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Netflix agora cobra pelo compartilhamento de senhas: como irá funcionar e o impacto no negócio

Contas do streaming só poderão ser usadas em uma mesma residência. Procon-SP acionou a empresa

Netflix agora cobra pelo compartilhamento de senhas: como irá funcionar e o impacto no negócio

Logo da Netflix na TV (foto: David Balev/Unsplash)

, jornalista da StartSe

10 min

25 mai 2023

Atualizado: 25 mai 2023

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“Amar é compartilhar a senha”, tweetou a Netflix em 2017. Agora essa frase deve ter um adendo: amar é compartilhar a senha com quem mora com você.

A Netflix havia anunciado o fim do compartilhamento de senhas em alguns países em fevereiro deste ano, mas adiou devido às críticas. A medida entrou em vigor nesta terça-feira (23) no Brasil e em outros locais. Chile, Argentina, Guatemala e Peru estão entre os territórios que receberam a mudança primeiro.

No Brasil, a plataforma inclusive foi notificada pelo Procon-SP para explicar a decisão (saiba mais abaixo).

Como a Netflix irá bloquear o compartilhamento de senhas?

A Netflix está limitando o uso das contas por endereço. De acordo com a empresa, apenas pessoas que moram na mesma residência podem compartilhar senhas. Mas os assinantes ainda poderão usar a conta fora de casa, na rua ou enquanto viajam.

Como a Netflix irá identificar quem mora na mesma casa?

A companhia possui alguns métodos diferentes para realizar essa identificação. São eles:

  • WI-FI: a Netflix irá analisar se os acessos nos perfis são da mesma rede de internet.
  • Endereço de IP.
  • IDs dos aparelhos usados pelos moradores.

Acessos que fogem aos padrões estabelecidos acima poderão ser bloqueados (e também desbloqueados, em caso de engano) pela empresa.

O que acontece se alguém de fora da casa acessar a conta da Netflix?

Netflix na tela do computador em home office (foto: Clay Banks/Unsplash)

O uso da conta será bloqueado no aparelho em questão. Além disso, o usuário deverá pagar uma cobrança de R$ 12,90 por mês para cada residência extra que usar o aplicativo.

Quem escolher sair de um plano e criar outra conta poderá transferir seu perfil com todo o histórico de exibição. A empresa criou a funcionalidade “Transferir um Perfil” e “Gerenciar Acesso e Aparelhos” para apoio neste momento de transição.

E se eu usar a minha conta da Netflix em viagem?

Há casos excepcionais em que o usuário da conta está viajando ou até mesmo possui mais de uma residência. Neste caso, o importante é que ele assista algum conteúdo no WI-FI principal da conta a cada 31 dias.

Além disso, o usuário também pode requisitar um código temporário para o uso da conta da Netflix em um local diferente. O código fica disponível por uma semana.

Bloqueio do compartilhamento de senhas: uma decisão de negócio para a Netflix

Por que a Netflix está encerrando o compartilhamento de senhas? A própria companhia respondeu em uma conferência sobre resultados aos investidores: ela calcula que mais de 100 milhões de residências compartilham contas – cerca de 43% de sua base global de usuários.

De acordo com a empresa, o compartilhamento de senhas tem impactado no seu investimento em novos conteúdos.

Mas, embora a decisão tenha sido polêmica, os testes que foram iniciados em alguns países da América Latina já estão gerando resultados. Segundo a CNBC, executivos da Netflix notam inicialmente uma onda de cancelamentos, mas depois os usuários que usavam senhas emprestadas criam suas próprias contas ou usam a modalidade “membro extra” (pagando o valor adicional).

No último trimestre, a Netflix revelou uma base total de 232,5 milhões de usuários ao redor do mundo. O crescimento no primeiro trimestre de 2023 foi de 1,75 milhões de usuários globais, abaixo da expectativa de Wall Street de 3 milhões de novas contas.

Como a novidade da Netflix está repercutindo no Brasil?

Os usuários estão “reclamando muito" no Twitter desde que a notícia foi anunciada. A maioria não está feliz com a medida; alguns estão confusos em como irá funcionar na prática.

O Procon-SP inclusive já notificou a empresa após receber diversas reclamações de clientes. Com o comunicado, o órgão espera receber esclarecimentos como: o que está sendo anunciado aos assinantes e qual o novo critério de cobrança do serviço, além de como ele será aplicado. As informações serão usadas para avaliar se a medida está em acordo com o Código. de Defesa do Consumidor.

Os usuários brasileiros têm se mostrado infelizes com a novidade porque já dizem pagar pelo número de telas correspondente ao número de usuários. Isso está diretamente relacionado ao plano escolhido. Esses são os planos em vigência no Brasil atualmente:

  • Padrão com anúncios: acesso limitado a séries. Disponível em Full HD em dois aparelhos por vez. R$ 18,90/mês.
  • Básico: acesso ilimitado e sem anúncios. Disponível em HD e em apenas um aparelho por vez (para assistir e baixar). R$ 25,90/mês.
  • Padrão: acesso ilimitado em Full HD em dois aparelhos por vez. Opção de adicionar um assinante extra que não more com o usuário. R$ 39,90/mês.
  • Premium: acesso ilimitado em Ultra HD. Disponível em 4 aparelhos compatíveis por vez. Opção de adicionar até dois assinantes extras que não morem com o usuário.

Por que importa?

Netflix (foto: divulgação)

Uma grande receita será cada vez mais importante para a Netflix. Embora ela seja pioneira no setor de streamings, ela já passou por uma queda inédita no número de assinantes em 2022 (e foi superada temporariamente pela Disney+ pelo mesmo motivo)

O pioneirismo é positivo, mas não garante sua liderança no mercado em um setor cada vez mais concorrido. E esse será, inclusive, seu único modelo de negócios agora.

A empresa anunciou o fim do seu serviço de aluguel de DVDs (que existe desde 1998). Os últimos discos serão enviados aos usuários em 29 de setembro de 2023.


“Nosso objetivo sempre foi fornecer o melhor serviço para nossos membros, mas como o negócio continua diminuindo, isso se tornará cada vez mais difícil”, diz o comunicado publicado pelo CEO Ted Sarandos.

Concorrência em alta

O anúncio do fim do compartilhamento de senhas foi feito no mesmo dia em que o HBO Max virou apenas “Max” nos Estados Unidos. Agora o streaming da HBO também traz opções dos canais Discovery (como resultado da fusão entre a Warner Bros e Discovery). A mudança (que veio com reajuste nos preços de assinatura) deve chegar ainda este ano no Brasil.

Além disso, existem cada vez mais opções de streamings no Brasil – e alguns deles custando menos de R$ 20, como Paramount+, Lionsgate, Looke, Amazon Prime Video e Apple TV.

Varejo… Ou streaming?

É hora de falar sobre varejo + streaming. Assinantes Prime da Amazon têm, dentre outros benefícios, acesso ao Amazon Prime Video e frete grátis.

Já o Mercado Livre não tem o streaming próprio, mas oferece uma assinatura de R$ 49,90 (atualmente em promoção por R$ 14,99) que ajuda a fidelizar clientes. Na prática, ao assinar o pacote, os usuários se tornam “nível 6” e possuem acesso gratuito ao Disney+ e Star+.

O pacote traz, ainda, além de frete grátis (a depender do valor da compra), descontos no Lionsgate+, HBO Max e Paramount+. É nova forma de ter acesso a diversos streamings, mas pagando muito menos (já que o Disney+ custa R$ 33,90/mês e o Paramount+ a partir de R$ 14,90),

E por que é hora de falar sobre isso? Porque, após a notícia da Netflix, os usuários estão fazendo as contas e entendendo quais são os streamings e pacotes que valem a pena para eles – e a iniciativa do Mercado Livre tem sido muito citada no Twitter, mesmo sem a Netflix fazer parte disso. Aguardemos os resultados dessas decisões…

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Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero. Apresenta o podcast Agora em 10 na StartSe e também atua na área de Comunidades na empresa. É especialista em inovação, tecnologia e negócios.

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