Em tempos de incerteza, quem sustenta o desconforto primeiro constrói vantagem antes de todos os outros
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6 min
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8 jul 2025
•
Atualizado: 8 jul 2025
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Nunca é um bom dia pra mudar. Porque mudar dói.
Mudar tira o chão antes de mostrar o caminho.
Mudar é aceitar que o que te trouxe até aqui talvez já não te leve mais adiante.
É admitir que sua zona de conforto virou sua zona de estagnação.
Mudar é péssimo.
É exaustivo, imprevisível, ambíguo.
É uma ameaça à identidade, uma fricção constante com aquilo que você já domina.
“As pessoas não resistem à mudança. Elas resistem a serem mudadas.”
— Peter Senge
Por isso, mudança quase nunca é estratégica.
Na maior parte das empresas, ela só acontece em modo pânico.
Só entra em cena como consequência de uma crise ou como reação à dor.
Mudamos quando perdemos market share.
Mudamos quando clientes vão embora.
Mudamos quando a inovação do vizinho nos atropela.
A verdade é que a mudança só vira agenda quando é tarde demais.
Por que resistimos tanto a mudar?
A psicologia nos ajuda a entender.
Segundo pesquisas da Harvard Business Review, 70% das tentativas de mudança organizacional falham — e a principal razão não é estratégia ruim, mas resistência humana à perda percebida. E essa perda pode ser simbólica, emocional, funcional ou de status.
“Toda mudança é, antes de tudo, um processo de luto.”
— William Bridges, autor de Transitions
Mudar exige humildade para admitir que o plano antigo já não serve.
Exige desapego da reputação construída no modelo anterior.
Exige coragem para contrariar aliados e convicções.
E, acima de tudo, tempo emocional para sustentar o desconforto da ambiguidade.
Mudar não é substituir um PowerPoint.
É substituir certezas que você gostava de ter.
E por isso, sempre adiamos.
Adiar é fácil.
É confortável.
É gerenciável.
Criamos roteiros mentais de postergação que nos fazem sentir produtivos sem fazer nada de essencial.
Essas frases, embora pareçam prudência, são sintomas de uma procrastinação elegante.
Segundo estudo da McKinsey (2023), 84% dos líderes reconhecem que suas empresas demoram demais para agir sobre sinais claros de transformação — mesmo quando os dados indicam urgência.
Enquanto isso, alguns já começaram.
A única vantagem competitiva real que existe hoje é temporal.
Enquanto a maioria procrastina com um pacote viral de desculpas verdadeiras, alguns vão lá e simplesmente fazem.
E acertam antes.
Aprendem antes.
Escalam antes.
A Adobe, que foi das últimas empresas a adotar software por assinatura em 2012 — e colheu os frutos anos depois, saindo de US$ 4 bilhões em receita para mais de US$ 19 bilhões em 2023, justamente por mudar a tempo.
A Netflix, que abandonou o aluguel físico quando ele ainda dava lucro — e virou a maior empresa de streaming do planeta.
A Microsoft, que trocou Ballmer por Satya Nadella e passou a matar linhas inteiras de produto para colocar o cliente no centro e a nuvem como novo motor. Hoje vale mais de US$ 3 trilhões.
Essas empresas não mudaram porque precisavam. Mudaram porque entenderam que precisariam.
“A oportunidade está no tempo entre o sinal fraco e a reação da maioria.”
— Amy Webb, futurista e autora de The Signals Are Talking
Por isso, a oportunidade nunca foi tão grande.
O mundo está distraído.
O mundo está cansado.
O mundo está empurrando a mudança com a barriga — com medo, com cansaço, com apego.
E em terra de distração, quem tem foco é rei.
Quem se antecipa, governa.
Quem sustenta o desconforto, transforma.
Quem muda quando ainda não precisa, colhe quando todos estão em pânico.
Hoje não é um bom dia pra mudar.
Mas é por isso mesmo que hoje é o melhor dia para começar.
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Experiente Diretor de Marketing, Inovação e Estratégia com um histórico comprovado em vários indústrias. Hábil em Gestão de Marketing, Planejamento de Mercado, Planejamento Estratégico, Customer Marketing, Inovação e Transformação Digital.
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