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Como os mercados vegano e de cannabis medicinal atraem com oportunidades de negócio?

Conheça as principais oportunidades e desafios destes mercados no Brasil e como escalar negócios neste contexto

Como os mercados vegano e de cannabis medicinal atraem com oportunidades de negócio?

Mulher manipulando cannabis (Fonte: Getty Images)

, conteúdo exclusivo

6 min

24 ago 2023

Atualizado: 24 ago 2023

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Embora incipientes, os mercados de plant-based e cannabis medicinal têm dados promissores para os próximos anos. O mercado de produtos à base de plantas deve movimentar entre US$ 100 bilhões e US$ 370 bilhões até 2035, segundo o The Good Food Institute (GFI). Já o mercado de cannabis medicinal deve atingir um ganho global de US$ 105 bilhões até 2026, de acordo com dados da Prohibition Partners.

O potencial vem conquistando o ecossistema de startups em todo o mundo, com cada vez mais empreendedores criando soluções para estes setores, e investidores direcionando esforços (e dinheiro) para empresas de forte crescimento. Mas quais as principais oportunidades e desafios destes mercados no Brasil e como escalar negócios neste contexto?

Para responder ou, pelo menos, refletir sobre essas questões, João Cristofolini, cofundador da Vegan Business, e Fernando Domingues, cofundador da Cannect, participaram de um painel mediado por Diogo Garcia, da KPMG, durante o primeiro dia do Startup Summit. O evento acontece entre os dias 23 e 25 de agosto, em Florianópolis, com a expectativa de receber 200 palestrantes e 10 mil pessoas para criar insights e oportunidades de negócios.

(Foto: Getty Images)


“O mercado vegano no Brasil ainda nem começou direito. Há marcas surgindo, mas ainda estamos na ponta do iceberg de um mercado gigante”, afirma João. Ele explica que a adoção a produtos de origem vegetal tem crescido substancialmente, e tende a se tornar ainda maior nos próximos anos. “Há várias razões para isso. Às vezes, alguém optou por não comer carne. Outras, envolvem questões de religião, sustentabilidade ou até alergia a produtos de origem animal. Independentemente, o número de consumidores preocupados com a causa está aumentando”, pontua.

Com um aumento da demanda, o apetite dos investidores cresce também. “Os investidores obviamente querem investir em negócios que gerem retorno financeiro. Mas também estão de olho na sustentabilidade, com a tese de empresas e soluções que ajudam a construir um mundo melhor”, observa. Segundo João, nessa roda todo mundo sai ganhando: quanto mais empresas e produtos, mais barato será o preço final nas prateleiras dos mercados, o que aumenta o número de consumidores e, naturalmente, aumenta o consumo dos alimentos, trazendo retornos para as próprias empresas e seus investidores.

“O mercado vegano ainda não é tão hypado ou inflacionado quanto outros. É uma oportunidade de investir em empresas reais que estão baratas comparada a outros segmentos e que dificilmente vão deixar de existir, porque as pessoas não vão deixar de se alimentar. Por isso, considero um investimento muito menos arriscado”, avalia João. O executivo ressalta que no Brasil estão surgindo fundos de venture capital focados especificamente na tese plant-based, além de grandes varejistas adquirindo startups ou fechando parcerias de negócio para se aproximar deste mercado.

Neste contexto, o uso da tecnologia contribui para que as startups produzam a um custo menor, oferecendo produtos com um gosto semelhante – ou até melhor – do que os de origem animal, e aumentando a escala para mais pontos de venda. “A tendência é que as carnes feitas em laboratório se tornem mais baratas do que a carne tradicional, o que ajuda a popularizar o produto”, completa.

No caso do mercado de cannabis, a Cannect surge para facilitar o acesso a esses produtos, conectando o médico (com a prescrição), ao paciente e os medicamentos por meio de um marketplace. A solução atraiu investidores como Supera Capital, Globo Ventures e BluStone. “Nossa rodada série A trouxe diversos aprendizados. Era o pico da crise de tech e demissões em massa, e temos investidores importantes apostando no negócio”, pontua Fernando.

Ele ressalta a importância de investir em acesso, educando cada vez mais médicos sobre os benefícios e oportunidades de tratamento com cannabis medicinal, considerada mais natural do que os medicamentos tradicionais.

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