Larry Ellison quer criar o “Vale do Silício 2.0”, só que em Oxford

Larry Ellison, fundador da Oracle e por algumas horas o homem mais rico do mundo, decidiu que não basta ter mudado o rumo da tecnologia nos últimos 40 anos. Agora, ele quer redesenhar o futuro da ciência e da inovação — e escolheu Oxford, na Inglaterra, como palco desse movimento.

O bilionário está investindo 1 bilhão de libras na criação do Ellison Institute of Technology (EIT), um campus de 28 mil m² que une pesquisa médica, oncologia, supercomputação, IA aplicada à governança, agricultura sustentável e energia limpa. A entrega está prevista para 2027.

Mais do que laboratórios e prédios futuristas, o plano é transformar Oxford — tradicional centro acadêmico — em uma nova potência de inovação global.

Um Vale do Silício com sotaque britânico

Ellison está levando cérebros e recursos para a cidade. Alguns funcionários já deixaram a Califórnia rumo à Inglaterra, mas o objetivo é claro: recrutar diretamente da Universidade de Oxford e oferecer 20 bolsas de estudo internacionais por ano para formar talentos que vão enfrentar os maiores dilemas da humanidade.

O EIT terá estrutura para acelerar descobertas em medicamentos, engenharia genética para combater a fome e soluções em energia limpa. Em outras palavras: ciência de ponta com impacto real e escala global.

Filantropia ou estratégia de poder?

Ellison sempre teve uma relação ambígua com a filantropia. 

Assinou o Giving Pledge em 2010, prometendo doar 95% de sua fortuna. Mas, após o manifesto tecno-otimista de Marc Andreessen em 2023, mudou o discurso: inovação de mercado já é a maior forma de filantropia.

O novo instituto será sem fins lucrativos, mas com a missão explícita de criar empresas comerciais para o bem público. Elon Musk, amigo de Ellison, chama isso de filantropia 2.0 — aquela em que empresas como Tesla e SpaceX são, ao mesmo tempo, negócios e impacto social.

O império Ellison

Filho de uma família simples de Nova York, que nunca concluiu a faculdade, Ellison fundou a Oracle em 1977 a partir de uma ideia de banco de dados que a IBM não enxergou. Décadas depois, transformou a empresa em referência mundial em software corporativo.

Hoje, além da ilha no Havaí onde mora, dos filhos em Hollywood e da amizade com Musk e Tony Blair, Ellison se posiciona como arquiteto de um futuro tecnológico que une mercado, academia e política.

Se ele vai conseguir transformar Oxford no novo Vale do Silício, ainda não sabemos. 

Mas uma coisa é certa: quando o homem mais rico do mundo resolve mudar o jogo, o mundo presta atenção.

Enquanto isso não acontece, o Vale do Silício segue como o berço e o epicentro da inovação mundial. Lá a atmosfera de negócios é diferente. E isso se confirma por quem faz a Imersão Executiva no Vale do Silício, que a StartSe organiza. Registre o seu interesse nas próximas turmas aqui.