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Segundo a empresa, o foco é soluções e produtos digitais que atendam todas as áreas da companhia, potencializando ou criando novos negócios a partir daí
escritório da Arezzo, com sofá preto, mesas pequenas e redondas e letreiro com o nome da marca na parede (Foto/Divulgação: Arezzo)
Quando alguém chega no ZZ Hub, o espaço criado pela Arezzo&Co em Campo Bom (RS) para ser sua sede de inovação, os primeiros a recepcionar são os cachorros. São os ZZ Dogs, dois cães da vizinhança que acabaram sendo adotados pelo local (eles têm até crachá). Neste primeiro contato, já é possível perceber como a proposta do ZZ Hub é algo à parte da sede principal da empresa, que fica na mesma cidade, mas guarda toda a vibe “corporativa” pra si.
Logo na recepção do prédio, um letreiro imenso na parede diz “Rumo a 2154”, uma menção a uma fala do CEO da Arezzo&Co, Alexandre Birman, vislumbrando como a empresa fundada pelo seu pai em 1972 – e hoje listada na bolsa – pode viver muito além de seus idealizadores.
Na visão da própria Arezzo, o ZZ Hub tem um papel: o de representar e materializar a transformação digital da companhia que começou como uma fábrica de sapatos e ao longo dos últimos anos se sedimentou como um dos maiores grupos de moda do país.
Desde o final de 2021, o hub ocupa o prédio de dois andares que até alguns anos atrás funcionava como a matriz da companhia, repaginado para abrigar diferentes operações, todas voltadas à parte de inovação. No térreo, arquibancadas e estações de trabalho para atividades colaborativas com outras empresas e um coworking para startups parceiras ou aceleradas. No 2º andar, fica o núcleo de criação de produtos e negócios digitais para as marcas da própria Arezzo&Co.
O ZZ Hub é o local onde “fervem” as novas ideias para o crescente ecossistema de negócios da companhia-mãe, que nos últimos anos realizou diversos movimentos de aquisição e abertura de novas frentes de negócio. Conforme explica o Chief Digital Officer da companhia, Maurício Bastos, na última década a companhia caminhou a passos largos de um modelo industrial e de varejo por franquias para a aquisição de novas marcas e criação de canais digitais de atuação como o e-commerce e marketplace – o ZZ Mall.
Se há alguns anos, a Arezzo&Co contava só com marcas como Schutz e Anacapri em seu portfólio, hoje essa carteira se estende a mais de 17 nomes, em 3 verticais diferentes de negócio. Só nos últimos anos, marcas de calçado como a Vans Brasil e outras de vestuário como Reserva, Carol Bassi e Baw foram adquiridas. Contudo, a companhia de Alexandre Birman não ficou nos produtos, adquirindo também serviços como a startup de roupas usadas Troc.
“Em inovação, nosso marco inicial ocorreu em 2018 com a criação da área de Ttransformação digital, onde aceleramos o processo de criação de soluções e apoiamos a transformação do mindset digital na companhia. A área acompanha o direcionamento estratégico da empresa em se consolidar como uma plataforma digital de moda, com experiência de marca”, explica Maurício.
Para o head de negócios digitais da Arezzo&Co, Murilo Jovtei, hoje o local funciona como um espaço de transformação digital mas também da cultura da empresa. Um dos instrumentos disso é o ZZ Labs, laboratório em que soluções mais disruptivas são testadas e validades antes de se transformarem em processos de negócio.
“Nosso foco é o de criar soluções e produtos digitais que atendam todas as áreas da companhia, potencializando ou criando novos negócios a partir daí”, pontuou Murilo durante a visita do Startups ao hub.
Para dar um exemplo, Murilo citou um hackathon recente que a companhia fez com a AWS no ZZ Hub em março. A solução escolhida foi a do grupo Fortune Tellers, que desenvolveu um projeto para auxiliar os consumidores online que têm dúvidas sobre algum produto do grupo ou que desejam prová-los antes de realizar a sua compra. Pouco mais de três meses depois, ela já está rodando em regime piloto dentro do ZZ Labs. “Já está até gerando prova de resultado, isso é bem bacana”, avalia o executivo.
Outro passo dado pela Arezzo para posicionar seu hub como um espaço de fomento à inovação foi o de reforçar seu foco no ecossistema e inovação aberta. Para isso, a companhia investiu, por meio do Labs, em um programa de aceleração de startups.
Lançado em março, o programa selecionou 3 startups para uma incubação de seis meses, desenvolvendo produtos e soluções alinhadas com desafios de negócio vividos pela dona do ZZ Hub.
As três empresas são a Abbiamo, que atua na orquestração de processos logísticos com foco na experiência de entrega ao consumidor final (last mile); a Easypro, voltada para soluções de checklist e produtividade; e a Growdev, empresa de tecnologia focada na formação de profissionais para o mercado de produtos digitais.
Mesmo que os irmãos Anderson e Jefferson Birman tenham criado a Arezzo em Belo Horizonte, a pequena Campo Bom, a 80km de Porto Alegre, acabou se tornando a casa definitiva da companhia. É uma cidade pacata até demais (eu sei, pois nasci e cresci lá), cujo principal passatempo dos habitantes é caminhar na ciclovia (sim, isso mesmo). Um dos polos calçadistas do país até meados dos anos 1990, depois da virada do século Campo Bom aos poucos viu a empresa dos Birman se tornar um de seus (poucos) alicerces econômicos.
Com isso em mente, e também com o plano de ter suas atividades mais próximas, a Arezzo preferiu manter sua parte de inovação por perto. Em vez de alocar seus times de inovação em ecossistemas mais ativos como o de Porto Alegre (coisa que empresas como Grendene e Renner fizeram ao ocupar espaços no Instituto Caldeira), a Arezzo quis movimentar a sua região.
A região do Vale do Sinos, onde está Campo Bom e Novo Hamburgo (cidade vizinha e maior, com cerca de 200 mil habitantes) possui um pequeno ecossistema de empreendedores, incluindo um parque tecnológico bancado pela universidade local, a Feevale. Com o hub, o plano da Arezzo é aumentar a conexão e a criação de oportunidades com estes ambientes de fomento.
“Mesmo com as evoluções e resultados obtidos, enxergamos que ainda há muitas oportunidades para capturar. Estar inserido no ecossistema de startups é parte fundamental para promovermos a inovação e criarmos novas soluções com valor para o negócio. Fortalecer o ecossistema de inovação no Vale dos Sinos faz parte da nossa direção”, aponta Maurício Bastos.
Ao falar deste propósito, Murilo traz o exemplo da Growdev, edtech de Campo Bom que em sua essência não tem muito a ver com o core business da Arezzo&Co, mas que mostra uma visão mais abrangente do cenário, de olho da formação de capital humano para a empresa nos próximos anos. Inclusive, recentemente a ZZ Ventures, braço de VC do grupo, anunciou um investimento de valor não revelado na startup.
“À medida que a demanda do mercado por produtos digitais deve aumentar, também precisamos preparar o mercado para evitar que em dez anos tenhamos uma escassez de profissionais qualificados”, explicou Murilo ao falar de como a Growdev se encaixa no projeto da empresa.
Para o fundador e CEO da edtech, Manoel Roldão, o aporte da ZZ Ventures servirá não apenas para o desenvolvimento de projetos alinhados com as necessidades da investidora, mas também para chegar mais “encorpada” ao mercado nacional. “Temos uma projeção de triplicar nosso crescimento em 2022, e com a aceleração no ZZ Hub temos o suporte para estruturar a escalada da empresa nos próximos anos”, destacou o CEO.
Para Maurício Bastos, o ZZ Hub cumpre para a Arezzo&Co um papel que as grandes empresas podem fazer pelos ecossistemas de inovação: o de gerar conexões. “A conexão com o ecossistema passa pela parceria com grandes players de tecnologia para acelerar startups, estar presente nos maiores eventos de tecnologia, estarmos conectados com universidades, entre outras diversas frentes promovidas pela companhia”, destaca o executivo.
Inclusive, segundo destaca o executivo, uma das portas que a Arezzo está disposta a abrir é a de aproximar os grandes centros da região onde o hub está. “Uma das startups aceleradas no ZZ Hub, por exemplo, está inserida num ecossistema relevante de São Paulo e promove trocas bastante enriquecedoras com as startups aceleradas que são do Vale dos Sinos”, explica Maurício.
Para o futuro próximo, o plano da companhia é intensificar mais a sua atuação com o cenário local, algo que aos poucos está rolando com o arrefecimento da pandemia. Para Murilo, a meta é criar mais conexões com os empreendedores locais, com mais pessoas de fora da empresa participando e cocriando soluções dentro do hub.
“Claro que somos uma empresa e precisamos gerar crescimento para o negócio, mas com o hub também queremos nos consolidar como um polo de inovação em moda na região Sul e no país”, finaliza o diretor.
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