Mais de 10 mil empregos serão eliminados até 2028. A inteligência artificial deixou de ser promessa — virou critério de reorganização global.
HP: nova realidade com a IA
, redator(a) da StartSe
5 min
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26 nov 2025
•
Atualizado: 26 nov 2025
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A onda de reestruturação que a IA vem provocando ganhou dois novos capítulos de peso. Na terça-feira, HP e ABN Amro anunciaram planos para cortar milhares de postos de trabalho até 2028 — mostrando como a inteligência artificial está redesenhando setores inteiros, da tecnologia ao financeiro, em escala planetária.
A HP pretende eliminar entre 4.000 e 6.000 empregos, enquanto o banco holandês ABN Amro vai cortar 5.200 posições em tempo integral — quase um quarto de sua força de trabalho. Os anúncios simultâneos expõem uma tendência inequívoca: a IA agora é o centro gravitacional das decisões corporativas.
O CEO da HP, Enrique Lores, explicou que os cortes vão atingir áreas de desenvolvimento de produtos, operações internas e suporte ao cliente. A empresa espera economizar US$ 1 bilhão em três anos — impulsionada por processos redesenhados com IA agêntica, testados desde 2022.
Em fevereiro, a companhia já havia demitido até 2.000 funcionários como parte de uma reorganização anterior. Agora, os cortes adicionais podem representar até 10% da força de trabalho global.
No ABN Amro, a CEO Marguerite Bérard afirmou que a IA permitirá “decisões mais deliberadas” em setores como atendimento, operações e compliance — incluindo verificações contra lavagem de dinheiro, onde até 35% das funções podem desaparecer. O pacote de cortes — 5.200 empregos — faz parte de um plano agressivo de modernização digital.
A reação foi imediata.
Os sindicatos holandeses classificaram o anúncio do ABN Amro como um “choque”, destacando que o banco deve registrar bilhões em lucro líquido este ano e, mesmo assim, está reduzindo drasticamente sua equipe. O sindicato FNV afirmou que a decisão é “incompreensível”, especialmente em um contexto de altíssima pressão de trabalho e absenteísmo recorde.
O banco diz que cerca de metade das reduções virá por desgaste natural — e que já eliminou mais de 1.000 vagas apenas em 2025.
Os números contam a história maior.
Segundo a Challenger, Gray & Christmas, empresas de tecnologia nos EUA citaram IA em 48.414 demissões só este ano — sendo 31.039 em outubro. No total, mais de 1,1 milhão de cortes foram anunciados por empresas americanas em 2025.
A HP estima US$ 650 milhões em custos de reestruturação, com impacto maior em 2026. O ABN Amro segue o mesmo ritmo: menos pessoas, mais automação, mais IA integrada no core das operações.
Os cortes não são apenas redução de despesas — são a marca de uma transição histórica.
A IA não está apenas ajudando empresas: está determinando como elas serão, quem compõe suas equipes e que trabalho permanecerá humano.
O que HP e ABN Amro anunciaram hoje é só mais um capítulo.
A reorganização global do trabalho já começou — e será profunda, acelerada e inevitável.
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Jornalista e Copywriter. Escreve sobre negócios, tendências de mercado e tecnologia na StartSe.
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