Avance na carreira e renove seus conhecimentos na mesma velocidade que o mundo muda: na do AGORA
Ver todosCertificações internacionais inovadoras que trazem o que há de mais atual em gestão para um mundo em transformação
Imersões executivas presenciais nos mais avançados polos de inovação e empreendedorismo do mundo
NOVO
As ferramentas de inteligência artificial desenhadas para o seu negócio
Conteúdo diário sobre inovação, empreendedorismo e os temas mais relevantes do AGORA para que você não perca nada
Rede social vai exibir taxas cobradas pelas empresas após nova política de dados anunciada pelas gigantes da tecnologia.
Site do Facebook no celular (foto: Solen Feyissa/Unsplash)
, Head de Conteúdo
5 min
•
7 jun 2021
•
Atualizado: 27 jan 2023
Por Alberto Cataldi
O Facebook tem um problema. E esse problema envolve dois nomes gigantes: Apple e Google. As duas empresas comunicaram que vão pedir aos usuários dos seus sistemas operacionais (iOS e Android, respectivamente) que autorizem o uso dos seus dados de navegação para que recebam anúncios direcionados. Esse é exatamente o modelo de negócios do Facebook: monitorar onde e como você navega para oferecer publicidade que tenha maior potencial de ser clicada.
O opt-in para ser rastreado ou não por aplicativos como o Facebook já começou a ser exibido para usuários dos iPhones com iOS 14.5. Ao abrir um app que tenha a função de rastreamento, uma janela aparece perguntando algo do tipo: Permitir que o Facebook rastreie suas atividades através de apps e sites de outras companhias? A empresa não informou (nem deverá informar) quantas pessoas têm optado pelo “não”, mas a reação do Facebook parece dar uma ideia…
Nesta segunda (07/06), algumas horas antes da Apple iniciar o seu grande evento de novidades Worldwide Developers Conference, Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, fez um anúncio claramente pensado para atrapalhar a festa do vizinho: a nova interface para criadores na rede social vai exibir as taxas cobradas sobre o lucro de quem disponibiliza seus produtos na rede. Ou seja, as pessoas poderão ver o tamanho da fatia que empresas como a Apple levam do bolo quando um produto é oferecido no Facebook.
A provocação foi tão clara que a tela de exemplo divulgada por Mark mostra justamente uma taxa hipotética cobrada pela Apple em uma transação com um sinal de negativo (-) sobre o lucro original do produto. E a estratégia tem motivo: a Apple está passando por um processo judicial contra a empresa de games Epic justamente por sua prática de cobrar taxas sobre operações realizadas por aplicativos de iPhone – mesmo que essas transações não sejam feitas na plataforma da Apple. Ou seja, o Facebook retaliou justamente no campo onde a empresa da maçã está mais vulnerável.
Embora o Google esteja passando pelo mesmo escrutínio sobre sua prática de cobrança de taxas, sua postura sobre a permissão prévia para rastreamento já era esperada. Engenheiros da empresa afirmam há algum tempo que devem abandonar a tecnologia de cookies em breve e até mesmo seu onipresente sistema de entrega de anúncios Google Ads irá deixar a prática de rastreamento individual, optando por uma entrega de anúncios baseada em cohorts – agrupamentos de pessoas com interesses similares, mas que não permite mapear o comportamento individual de ninguém.
O que talvez o Google tenha percebido muito antes do Facebook é a importância que as pessoas têm dado para a privacidade online. Depois de uma década de compartilhamento irrestrito de dados, as pessoas parecem ter entendido o valor de suas informações no ambiente da web. Isso vem desde escândalos como o vazamento dos arquivos da NSA por Edward Snowden até o caso da Cambirdge Analytica, que afetou o resultado das eleições nos Estados Unidos.
Uma pesquisa realizada pela McKinsey em 2020 revelou que 87% dos entrevistados não se relacionariam com uma empresa que gerasse preocupação com o uso de seus dados. Os seis dados que foram considerados os mais importantes de serem compartilhados são: o conteúdo de e-mails, a identidade de correspondentes, conteúdos de downloads, informações de localização, conteúdos de chats e histórico de navegação.
Apesar de inovador e disruptivo, o Facebook parece estar agindo como uma empresa da velha economia: ao invés de entender a tendência e se adaptar a ela, decidiu criar mais barreiras e confrontar a opinião pública.
As pessoas querem ter mais controle sobre seus dados e autonomia nas suas escolhas. Isso pode até afetar o bolso do Facebook, mas não é como se a empresa não pudesse ter previsto isso através justamente da análise do comportamento dos mais de 1 bilhão de usuários que eles possuem na plataforma. Isso só prova que é fácil ficar preso no modelo que existia e esquecer que a realidade está em constante mudança. Assim como o mercado.
O Planejamento Estratégico Tradicional se tornou um mecanismo "ingênuo" para acompanhar o ritmo da Nova Economia. Conheça o programa S4D - Strategy for Disruption e veja o inédito Planejamento Estratégico 4D StartSe, único no mundo e capaz de gerar Poder Competitivo e Adaptativo Real para seu negócio.
Assuntos relacionados
, Head de Conteúdo
Head de Conteúdo e Partner na Startse. Mais de 20 anos de experiência na coordenação e produção de conteúdo editorial e para marcas. Fala sobre estratégia, inovação, tecnologia e comunicação.
Leia o próximo artigo