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Construtech: a inovação no mercado da construção civil

As construtechs vem oferecendo soluções inteligentes para problemas históricos da construção civil, ganhando mais espaço no mercado brasileiro

Construtech: a inovação no mercado da construção civil

(Foto: baranozdemir via Getty Images)

, Jornalista

8 min

9 mai 2022

Atualizado: 19 mai 2023

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Por Camila Petry Feiler

A consultoria McKinsey & Company chegou a definir o segmento da construção civil como de “baixíssima digitalização nos canteiros de obras e com excessivos métodos artesanais”. Mas o cenário mudou: de mercado engessado, ele agora entrega soluções inovadoras, que vão do planejamento ao pós-obra com as construtechs

E está crescendo, viu? De acordo com o Mapa de Construtechs e Proptechs publicado em 2021 pela Terracotta Ventures, os últimos cinco anos apresentaram um aumento de 235% no número de startups ativas atuando no setor. No ano do levantamento, eram 839 construtechs atuando ao longo de todo ciclo de projetos, construção, aquisição e propriedades em uso.

O QUE É CONSTRUTECH?

As construtechs identificam possibilidades de melhoria no campo da construção civil, dentro e fora da obra, e desenvolvem tecnologias, inovações e soluções para atender esses pontos específicos. E mais do que isso: “as startups na construção civil, as construtechs, vêm questionar o modo como as coisas são feitas na construção civil já há muito tempo”, explica Iago de Oliveira, sócio fundador e consultor de sustentabilidade da Bloco Base, empresa que entrega soluções em eficiência e sustentabilidade na construção civil.

E o impacto delas é imenso. Por trabalharem com toda a cadeia, elas atingem as construtoras e outras organizações que trabalham no mercado civil: mineradoras, empreiteiras, incorporadoras, profissionais liberais — como arquitetos e engenheiros — e, até mesmo, o consumidor final, que deseja administrar seu novo imóvel. Dessa forma, elas ganham espaço para ressignificar o modo como o mercado agiu durante tanto tempo. 

Para o especialista, é exatamente isso que une grande parte desses negócio: questionar o status quo. “Por que? O que a Bloco Base oferece, por exemplo, que é democratizar a cultura da construção sustentável, já existe em algum nível, mas para um público muito rico. Então a gente percebe que isso existe e tem que ser ampliado, melhorado e mais pessoas têm que ter acesso. No fim, muitas desse segmento acabam democratizando, por intenção ou não, mas acabam por fazer.

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Algumas olham para eficiência, outras para segurança no canteiro de obra, outras olham para gerenciamento de processo, outras para sustentabilidade, mas, de alguma forma, elas se encaixam em uma das 4 principais divisões do ciclo da construção:

  • Projetos e viabilidade: engloba startups com soluções para a fase pré-obra.
  • Construção: envolve as soluções em torno do ambiente de obra.
  • Aquisição: envolve aplicações ao longo da jornada de compra, venda ou locação do imóvel
  • Propriedades em uso: envolvendo soluções destinadas às edificações comerciais, industriais ou residenciais em uso.

COMO AS CONSTRUTECHS IMPACTAM O SETOR?

Construção (Foto: Getty Images)

As construtechs trazem uma mudança de paradigma, apresentando ao setor novas formas de atuar em um meio tão tradicional.  Isso não só por meio de tecnologias e serviços, como também por processos e modelos de gestão inovadores. Inclusive, para Iago, além da cultura, um dos destaque das construtechs é a inovação e a possibilidade de escalabilidade dessa inovação – mais do que a tecnologia envolvida. 

Dessa forma, é possível transformar a experiência do cliente e criar relações mais próximas com eles. Descobrindo seus gostos, desejos e dificuldades, utilizando-os para oferecer um serviço que realmente condiz com suas expectativas e orçamento, fidelizando a ponto de conquistar recomendações. Para o cliente, isso mostra novos níveis de transparência e, para os colaboradores, um ambiente mais colaborativo, de fato, e inclusivo. 

5 CONSTRUTECHS PARA VOCÊ FICAR DE OLHO

Como a gente já comentou, o mercado vem crescendo e, por incrível que pareça, foi um setor que se manteve bem mesmo durante a pandemia. E por mais que São Paulo ainda seja o polo com maior número de startups desse segmento, contando com mais de 339 ativas, as duas startups brasileiras entre as 20 maiores startups da construção civil do mundo são a catarinense Brasil ao Cubo e a paranaense TecVerde. Por isso, separamos 4 construtechs para você conhecer e se inspirar:

Brasil ao Cubo

A Brasil ao Cubo desenvolve projetos de construção modular offsite, nos quais edifícios são erguidos em módulos individuais pré-fabricados e depois montados no canteiro de obras. O método permite obras prontas 4 vezes mais rápido do que no método tradicional com controle de custos, redução do desperdício e facilidade na gestão do tempo.

Tecverde

A Tecverde foi pioneira em trazer o modelo de construção industrializada em woodframe para o Brasil. Agora eles estão focando em 3 principais frentes: Residencial para casas térreas; Negócios Corporativos para obras comerciais (varejo e franquias); e TecHome para loteamentos.

Âmbar

A Âmbar é uma startup que começou com uma proposta de construção modular e hoje atua em duas vertentes – industrialização e digitalização – a partir da plataforma de soluções criada em 2018, integrando novas soluções para o cliente.

Dataland 

A empresa oferece soluções inteligentes para coleta, catalogação e clusterização de dados que gerem informações e facilitem a tomada de decisões dos seus clientes. Dessa forma, ela busca transformar e direcionar a ocupação urbana a partir da ciência de dados (data science) diante do grande volume de informações disponíveis. 

Bloco Base

A Bloco Base é uma consultoria em construção sustentável, eficiência e conforto. Eles entregam de maneira assertiva soluções viáveis em sustentabilidade para o ambiente construído.

POR QUE IMPORTA?

Essas startups são fundamentais para ajudar construtoras, empreiteiras, empresas de arquitetura, indústria de materiais, imobiliárias, mineradoras e governos a reduzirem custos, duração do projeto, mão de obra e desperdício de materiais. Para isso, elas apostam em tecnologias verdes, impressão 3D, materiais sustentáveis e um olhar aguçado para as novas possibilidades do mercado.

Isso faz diferença em tempos de ESG, onde o consumidor quer saber mais sobre a obra, o impacto para o meio ambiente e as funcionalidades (como a escolha por janelas que iluminem mais o ambiente e exijam menos iluminação artificial ou a priorização de espaços para gestão de resíduos no condomínio, por exemplo). Como exemplifica Iago, “a gente olha pra uma edificação e pensa ‘não, não pode. a gente [construção civil] não pode mais continuar a ser responsável por gerar mais de 50% dos resíduos sólidos urbanos.’"

Isso significa que por maior que tenha sido o crescimento das construtechs nos últimos anos, ele é um mercado em ascensão, com espaço para o desenvolvimento de novas tecnologias, soluções e inovações em um setor que cresce tanto como o da construção civil. 

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Jornalista focada em empreendedorismo, inovação e tecnologia. É formada em Jornalismo pela PUC-PR e pós-graduada em Antropologia Cultural pela mesma instituição. Tem passagem pela redação da Gazeta do Povo e atuou em projetos de inovação e educação com clientes como Itaú, Totvs e Sebrae.

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