De Snap a Netflix, 2022 não foi um ano fácil para as startups, que tiveram que reavaliar as operações e enxugar os times
Netflix (Fonte: Divulgação)
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7 min
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8 nov 2022
•
Atualizado: 19 mai 2023
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Você deve ter visto que o Twitter iniciou uma grande onda de demissões em sua força de trabalho global, uma iniciativa do novo CEO Elon Musk para reduzir custos e tornar a operação da rede social mais eficiente. Apesar do impacto deste passaralho, cuja estimativa é de dispensar 50% do quadro da companhia, ele é apenas 1 exemplo em uma grande lista.
Em 2022, diversas grandes empresas gringas tiveram que reavaliar suas operações e enxugar seus times, um movimento que aconteceu no mundo inteiro, dado o conturbado cenário financeiro que o ano trouxe para o mercado. Também vimos essa mudança aqui no Brasil, com diversas startups grandes como Facily, Loft, QuintoAndar e outras também demitindo.
Tá, mas e lá fora, quais foram as empresas que fizeram layoffs este ano? Fizemos aqui uma lista com 7 startups badaladas para você conferir:
No fim de agosto, segundo reportou o NY Times, a Snap iniciou um processo de enxugamento interno, com o plano de demitir cerca de 20% de seus funcionários, descontinuando pelo menos seis produtos da marca que não estavam dando resultados.
Segundo a publicação, os cortes na força de trabalho de 6,4 mil pessoas da Snap se concentraram em divisões como Zenly, um aplicativo de mapeamento social que a Snap adquiriu em 2017, bem como uma equipe que trabalha em maneiras de os desenvolvedores criarem aplicativos dentro do Snapchat. A divisão de hardware da Snap também entrou nos cortes, semanas depois que a empresa anunciou que estava cancelando sua câmera de drone Pixy.
Durante a pandemia, a plataforma de negociação de ações Robinhood viu um boom em usuários. Entre 2020 e 2021, a equipe da startup cresceu drasticamente: de 700 pessoas para cerca de 3,8 mil, segundo o CEO Vlad Tenev. Mas esse crescimento foi aparentemente exagerado e rápido demais, e Robinhood foi forçado a reduzir o número de funcionários em 9% – mais de 300 pessoas no total – em abril.
Então, em agosto, a empresa anunciou que cortaria mais 800 empregos, ou cerca de 23% de sua equipe.
Na mensagem aos funcionários, Tenev disse que a rodada anterior de demissões “não foi longe o suficiente” para reduzir os custos em meio à inflação recorde e à queda do mercado de criptomoedas, que reduziu a atividade de negociação na plataforma.
No início do mês passado, a startup de equipamentos de home fitness Peloton anunciou sua quarta onda de demissões, subindo a conta total de cortes para mais de 4,6 mil neste ano. Para atenuar a situação, o CEO Barry McCarthy chamou o passaralho de “a fase final da jornada de transformação da empresa”.
O processo começou em fevereiro, com a demissão de 2,8 mil pessoas e quando a startup anunciou que seu ex-CEO, John Foley, sairia em meio a uma desaceleração contínua nos negócios da empresa. A segunda rodada de demissões chegou em julho, atingindo funcionários de Taiwan, e uma terceira onda de funcionários veio em agosto.
As razões para a queda? O arrefecimento da pandemia fez as pessoas voltarem a se exercitar fora de casa, além de problemas reportados por usuários com os produtos da marca.
A Shopify, um dos nomes mais fortes do e-commerce nos EUA, demitiu cerca de 1.000 funcionários em julho, o equivalente a 10% de sua força de trabalho em todo o mundo. Em um memorando aos funcionários, o CEO Tobi Lutke assumiu responsabilidade, apontando que a apostou alto no boom do comércio eletrônico na era da pandemia, algo que não se sustentou em 2022.
“Agora está claro que a aposta não valeu a pena. Em última análise, fazer essa aposta foi a minha decisão e eu entendi errado”, escreveu Lutke na carta, que foi postada no site da empresa.
Essa aqui você já deve ter visto, e ao longo de 2022 pudemos acompanhar como o gigante do streaming foi acumulando resultados pouco animadores. Porém, em maio também vieram os cortes: cerca de 150 profissionais em todo o mundo, com mais 300 demissões em junho. Antes disso, a empresa já tinha desativado seu fan site, o Tudum, com 25 pessoas dispensadas.
Mais recentemente, a Netflix reduziu seu departamento de animação, anunciando que demitiria 30 funcionários.
A empresa pode estar vendo uma reviravolta em suas finanças, no entanto. A empresa de streaming relatou perder 200 mil assinantes no primeiro trimestre e quase 1 milhão no segundo. No entanto, em meados de outubro, a Netflix adicionou 2,4 milhões de assinantes, revertendo seu declínio.
2022 não está sendo um bom ano para o mercado cripto, e a Coinbase, uma das maiores exchanges do mundo, sentiu na pele. A plataforma de troca de criptomoedas anunciou que reduziria sua equipe em 18% para garantir a saúde financeira durante o cenário desfavorável deste ano.
Mais de 1.000 funcionários foram notificados de que foram demitidos quando não conseguiram fazer login em suas contas de e-mail de trabalho – a empresa disse em um documento regulatório que sua força de trabalho será reduzida para cerca de 5 mil funcionários até o final do segundo trimestre de 2022.
O CEO da Coinbase, Brian Armstrong, escreveu em um post no blog que as demissões são o resultado do crescimento muito rápido da empresa, mudanças nas condições econômicas e a necessidade de manter os custos baixos durante uma recessão.
Antes de existir a Kavak, teve a Carvana. A startup norte-americana de compra e venda de carros usados surgiu em 2012 e viu durante a pandemia seu negócio crescer, com o aumento da demanda por carros seminovos. Mas então veio 2022, e as demissões também apareceram.
Em maio, a Carvana cortou 12% de sua equipe, ou cerca de 2,5 mil funcionários, anunciou a concessionária online em um documento regulatório. Em um e-mail para os funcionários, o CEO Ernest Garcia III disse que a empresa superestimou o crescimento em meio a um momento desafiador na indústria automobilística.
Ao cortar pessoal, a Carvana alegou que pretende encontrar “um melhor equilíbrio entre seus volumes de vendas e níveis de pessoal”.
(Por Leandro Miguel Souza, publicado originalmente em Startups.com.br)
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