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Como essa startup aproveita energia que seria descartada

“Pegamos a energia que poderia ser desperdiçada e transformamos em pequenas baterias de dinheiro para os clientes”, afirma Rudá Pellini, cofudandor da Arthur Mining

Como essa startup aproveita energia que seria descartada

Os cofundadores da Arthur Mining: Rudá Pellini, presidente, e Ray Nasser, CEO (Crédito: divulgação)

, conteúdo exclusivo

5 min

22 fev 2023

Atualizado: 19 mai 2023

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Há mais de um ano, falamos aqui no Startups sobre a Arthur Mining, uma empresa criada por brasileiros mas sediada nos Estados Unidos que montou um negócio baseado em serviços de mineração de criptoativos. No entanto, frente ao turbulento cenário cripto visto principalmente a partir do segundo semestre do ano passado, as coisas mudaram. Agora uma energytech, a Arthur acabou de captar uma rodada de investimento no valor de US$ 4,6 milhões (R$ 23,5 milhões).

A rodada foi captada junto a diversos family offices, dos Estados Unidos e do Brasil, com investimentos e ligações a grandes marcas do setor de energia em ambos os países. O acordo colocou o valuation da Arthur na casa dos US$ 100 milhões.

Os recursos serão investidos principalmente na compra de mais equipamentos de mineração e processamento de dados – as chamadas ASICs – que são basicamente as geradoras de caixa da operação. Em entrevista ao Startups, o cofundador e presidente da Arthur, Rudá Pellini, explica a estratégia.

“Esse aporte ajudará a intensificar nossa geração de caixa, dando os recursos para investir em tecnologia e go-to-market para nossa operação de energia”, afirma o brasileiro, que fundou a Arthur ao lado do norte-americano Ray Nasser, que é CEO da companhia.

Em suma, a Arthur não deixou de ser uma empresa de mineração de criptoativos, apesar de se posicionar agora como uma energytech. O segredo está nos detalhes: a empresa quer se posicionar em um mercado pouco explorado no país: o aproveitamento do excedente de energia que muitas geradoras acabam perdendo ou vendendo no mercado a preços reduzidos.

Para seus clientes, a startup desenvolve, implementa e gere data centers de alto desempenho para mineração de bitcoins, otimizando o consumo de energia ociosa e subvalorizada através de soluções de hardware, infraestrutura e algoritmos patenteados. “Pegamos esta energia que poderia ser desperdiçada e transformamos em pequenas baterias de dinheiro para os clientes”, afirma Rudá.

Nas palavras do cofundador da Arthur, este produto já era oferecido para clientes norte-americanos, especialmente no mercado de flare gas de operações de petróleo, resíduo que não é transformado em energia e vira poluente. Segundo Rudá, no Brasil as opções para explorar fontes de energia são ainda maiores, podendo atender a clientes de energia hídrica, eólica, solar, assim como outras fontes renováveis.

“Pensamos na operação brasileira prevendo que EUA seria 65% do faturamento e o Brasil, 35%, mas já estamos revendo estimativas, pois pode aumentar essa fatia. Temos vários players batendo à nossa porta interessados na nossa solução”, afirma.

Segundo ele, os primeiros contratos já devem ser divulgados nas próximas semanas, e devem colaborar na meta da companhia em chegar a um faturamento global de US$ 40 milhões este ano.


Potencial no Brasil

De acordo com Rudá Pellini, o plano de crescimento da Arthur no cenário brasileiro envolvia uma meta de operar 8 megawatts de energia em seu primeiro ano. Entretanto, a meta já foi quase dobrada. “Já temos um pipeline de 15 megawatts junto aos clientes que estamos fechando contrato”, afirma.

Apesar do começo promissor, o executivo afirma que isso é uma parcela pequena em todo o potencial que o mercado nacional de energia guarda. O Brasil possui uma das maiores matrizes energéticas do mundo, o que também resulta em um dos maiores desperdícios.

“Em 2021, cerca de 19% da energia do gird brasileiro foi perdida. Isso representa algo em torno de US$ 12 bilhões em energia que não se converte em receita”, dispara, ao explicar como diversas geradoras estão interessadas em transformar este excedente em “combustível” de mineração de criptoativos.

Pensando um pouco mais para a frente, a companhia não descarta a entrada no segmento de data center, entregando um serviço semelhante para ajudar clientes a alimentar máquinas de alto nível de processamento. “Para aplicações de AI, por exemplo, também se usam ASICs, apenas numa configuração diferente de quando são usadas para mineração”, explica Rudá.

No entanto, a curto prazo o plano da Arthur é focar nas oferta de suas “baterias de criptoativos”, um modelo de negócio que, pelo menos nos EUA, já tem grandes nomes de olho. Empresas como a Shell e Duke Energy já estudam planos de parcerias com mineradoras de bitcoin para reduzir seus desperdícios.

“Queremos chegar na frente para atender o mercado brasileiro. Este foi um dos motivos de acelerarmos a nossa captação e go-to-market no Brasil. O mercado cripto caiu em 2022, mas deve voltar a subir e nós queremos estar prontos”, finaliza.

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