A decisão coloca o país na linha de frente global, inspira outros governos e acende o debate mais quente do século: até onde vai a proteção, e onde começa o controle?
Adolescentes sem rede social: um desafio que a Austrália resolveu enfrentar.
, redator(a) da StartSe
6 min
•
26 nov 2025
•
Atualizado: 26 nov 2025
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A Austrália está prestes a tornar-se o primeiro país do mundo a impor uma proibição nacional de redes sociais para menores de 16 anos — e pretende fazê-lo em 10 de dezembro, apesar de um processo judicial que tenta barrar a medida. O caso foi levado à Suprema Corte pelo Digital Freedom Project, representando dois jovens de 15 anos que afirmam que a lei fere a liberdade de comunicação política dos adolescentes.
Mesmo assim, a resposta do governo foi categórica. A ministra das Comunicações, Anika Wells, declarou no Parlamento:
“Não seremos intimidados por processos judiciais. Não seremos intimidados pelas Big Techs. Em nome dos pais australianos, permanecemos firmes.”
A partir de dezembro, Meta, Snap e outras plataformas poderão enfrentar multas de até AU$ 50 milhões se permitirem contas de menores.
Enquanto a Austrália enfrenta seu próprio embate constitucional, a Flórida ganhou na Justiça o direito de começar a aplicar sua lei: proibir menores de 14 anos de acessar redes sociais e exigir consentimento dos pais para jovens de 14 e 15 anos.
O 11º Circuito suspendeu uma liminar que bloqueava a lei desde junho — um movimento que reforça o cenário global de governos reagindo ao impacto das plataformas na saúde mental, manipulação e segurança de menores. Organizações como NetChoice e CCIA contestam a medida com base na Primeira Emenda, argumentando que restrições desse tipo violam liberdade de expressão.
Enquanto isso, a Meta já notificou 500 mil jovens australianos (350 mil no Instagram, 150 mil no Facebook): suas contas serão desativadas a partir de 4 de dezembro.
A onda regulatória não está isolada. A Malásia anunciou que planeja adotar uma proibição semelhante a partir de 2026, citando riscos como cyberbullying, golpes, exploração sexual e radicalização.
O governo estuda aplicar verificações eletrônicas usando documentos oficiais, como passaportes e carteiras de identidade — um modelo semelhante ao da Austrália. A medida deve atingir plataformas como TikTok, Instagram, YouTube, Snapchat, X, Reddit, Twitch e Kick. Serviços como WhatsApp, Pinterest e alguns games (como Roblox) seguem isentos — ao menos por enquanto.
O caso australiano vai muito além de uma disputa jurídica — ele inaugura um debate que deve dominar a política digital na próxima década: até que ponto governos devem regular o acesso de jovens às redes em nome da segurança, e quais direitos podem ser sacrificados no processo?
De um lado, pesquisadores alertam para o impacto das redes sociais sobre ansiedade, vícios comportamentais e saúde mental de adolescentes. Meta já admitiu em investigações internas que plataformas como Instagram podem agravar problemas de autoimagem em jovens.
Do outro, organizações civis argumentam que banir o acesso cria desigualdades e abre portas para modelos perigosos de verificação de identidade, que podem comprometer privacidade e vigilância digital.
A Austrália decidiu não esperar.
A Flórida ganhou autorização para agir.
A Malásia começa a seguir o mesmo roteiro.
O movimento está apenas começando — e promete redefinir a relação entre Estado, tecnologia e juventude.
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Jornalista e Copywriter. Escreve sobre negócios, tendências de mercado e tecnologia na StartSe.
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