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Assaí confirma venda de ativos, mas nega fechamento de lojas

A alta dos juros colocou os planos do atacadista em reavaliação. Agora, a empresa lança um novo plano para continuar crescendo, apesar de cenário macroeconômico

Assaí confirma venda de ativos, mas nega fechamento de lojas

, Jornalista

7 min

6 abr 2023

Atualizado: 19 mai 2023

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A escala de juros fez a rede de atacarejo Assaí reavaliar os planos. O presidente da empresa, Belmiro Gomes, anunciou a possibilidade de revisitar investimentos e vender ativos em função do aumento do custo do capital.

Com a repercussão do anúncio da empresa, o Assaí reforçou que a venda de lojas não está entre os ativos que serão negociados para gerar novos investimentos – a nota na íntegra está no fim do texto.

“O Assaí esclarece que não fechará lojas. A Companhia realizou uma expansão recorde no setor em 2022 com 60 inaugurações e 16 mil novos postos de trabalho e, para este ano, mantém um plano elevado de inaugurações, ainda relevante e superior à média do setor. A informação da notícia sobre a “venda de ativos” foi comunicada esta semana a investidores como parte de medidas estudadas pela Companhia e refere unicamente a um processo bastante comum no mercado chamado “Sale and Lease back” (SLB). Inclusive, o Assaí já realizou operações desse tipo no passado.”

Porém, a empresa confirmou que fará uma revisão que envolve caráter imobiliário – vendendo imóveis para alugar e garantir fluxo de caixa.

Por quê? A empresa busca "fazer frente ao custo de dívida", mas ainda não sabe a magnitude disso. Afinal, após anos com taxas de juros muito baixas, que permitiram empréstimos baratos, as empresas precisam se adaptar ao novo cenário. 

O que está em jogo no caso do Assaí?

  • Venda primária de ações: a companhia negou a especulação, alegando outros possíveis movimentos antes. Porém, a questão pode ser avaliada pelo colegiado do grupo.

“Pela pressão de juros, e uma alavancagem maior, é mais fácil uma revisão de investimentos ou venda de ativos de lojas próprias. Falo isso, pois há outras cartas na mesa antes de uma primária”, diz o executivo. 

Construção das lojas em andamento: hoje, o Assaí tem 22 obras de lojas em andamento, considerando as conversões das unidades do Extra em Assaí. Isso será mantido, segundo o presidente.

“O objetivo é chegar, devemos ultrapassar o número de 300 lojas até o final de 2023. A gente sabe que havia uma expectativa nossa e do mercado como um todo de uma melhor curva da taxa de juros, mas a curva atual ou mesmo as expectativas atuais elas não mudam o plano da companhia, elas não mudam o investimento em novas lojas.”


  • Novo momento da empresa como corporation: o grupo francês Casino passou de controlador, com 40,9% para 11,7% do capital social da empresa. Agora, o Assaí quer propor uma mudança e se tornar uma corporation, sem acionista controlador.

“Para refletir, para fazer as alterações do ponto de vista de governança necessárias para a segurança dos minoritários, inclusive com reflexo na próxima formação do conselho de administração nos mesmos níveis de participação societária, colocando o Assaí conforme a gente já vem destacando em outros trimestres ou em outras reuniões individuais, no caminho, em uma rota para se tornar uma Corporation.”

  • Renovação do conselho: focado em pessoas com novas competências, Sandra Vicari, diretora-executiva de gente e sustentabilidade, disse que a nova formação será mais focada em ESG, inovação, governança, conhecimento em empresa de capital aberto, gestão de pessoas e gestão de cadeia do varejo.

Como surgiu o Assaí?

A empresa é brasileira e foi fundada em 1974, em São Paulo, e se tornou o primeiro negócio do segmento a ser listada na Bolsa de Valores de São Paulo (B3). Ela entrou para o ranking anual das 15 marcas mais valiosas do Brasil, promovido pela Brand Finance. 

O Assaí é uma empresa de Cash & Carry, também conhecido como atacarejo, que atende pequenos e médios comerciantes e consumidores em geral, seja na compra de itens unitários ou grandes volumes. Com faturamento de aproximadamente R$ 60 bilhões em 2022, está presente nas cinco regiões do País com mais de 260 lojas distribuídas em 23 estados, além do Distrito Federal. Possui mais de 76 mil colaboradores(as) e, mensalmente, recebe mais de 30 milhões de clientes em suas lojas.

Por que importa?

Apesar das perspectivas de menor lucro e maiores gastos em 2023, o mercado tem visto com bons olhos as movimentações do Assaí. Inclusive, a nova composição do conselho, com sete membros independentes, mostra o comprometimento da marca em se tornar independente, de acordo com analistas. 

Depois de sofrer com as taxas de juro e a inflação alimentícia, o grupo se prepara para reorganizar os gastos, fortalecendo a frente de governança e ESG. O cenário incerto, apesar do otimismo do presidente, tem movimentado a marca em torno de medidas ágeis para garantir retorno financeiro e sustentação a longo prazo.

Posicionamento do Assaí

Após a publicação do artigo, o Assaí Atacadista entrou em contato com a reportagem para esclarecimento. Segue texto na íntegra:

Primeiramente, o Assaí esclarece que não fechará lojas. A Companhia realizou uma expansão recorde no setor em 2022 com 60 inaugurações e 16 mil novos postos de trabalho e, para este ano, mantém um plano elevado de inaugurações, ainda relevante e superior à média do setor. A informação da notícia sobre a “venda de ativos” foi comunicada esta semana a investidores como parte de medidas estudadas pela Companhia e refere unicamente a um processo bastante comum no mercado chamado “Sale and Lease back” (SLB). Inclusive, o Assaí já realizou operações desse tipo no passado.

Trata-se de operação de caráter meramente imobiliário em que é feita a venda de imóveis próprios, passando a pagar aluguel sobre este mesmo imóvel. Dessa forma, o Assaí consegue capital para investimento e ampliação de negócios, se dedicando a sua atividade, que é a venda no comércio atacadista de produtos alimentares, não implicando em hipótese alguma no encerramento de nossas lojas.

Essa não é ainda uma decisão e simplesmente foi informada como uma opção diante do aumento do custo do capital com a escalada dos juros básicos (Selic), o que tem feito não apenas o Assaí, mas diferentes empresas, avaliarem medidas para se preparar a um cenário de permanência ou elevação das taxas de juros atuais, sem prejuízo de suas atividades.

Independente disso, o Assaí reafirma seu compromisso com o país, seja por meio da abertura de lojas ou da geração ímpar de empregos.

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Imagem de perfil do redator

Jornalista focada em empreendedorismo, inovação e tecnologia. É formada em Jornalismo pela PUC-PR e pós-graduada em Antropologia Cultural pela mesma instituição. Tem passagem pela redação da Gazeta do Povo e atuou em projetos de inovação e educação com clientes como Itaú, Totvs e Sebrae.

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