Entenda por que 92% das empresas não conseguem tirar sua estratégia do papel e o que fazer para romper esse ciclo.
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7 min
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21 jul 2025
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Atualizado: 21 jul 2025
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Nos últimos anos, ao discutir estratégia com médias e grandes empresas, percebi um padrão perturbador:
estratégias de transformação são exceção quando funcionam — e não regra.
Segundo a Bain & Company (2023), apenas 8% das empresas conseguem traduzir estratégia em execução com consistência. O restante sofre com o que chamam de “execution gap”: um abismo entre o que se planeja e o que se faz.
Muitas empresas estão presas entre o apego ao passado e a resistência ao futuro, vivendo o que costumo chamar de um “presente crônico” — longo, persistente e infinito. Um looping estratégico onde se repete o mesmo playbook esperando que o mundo pare de girar.
“O maior risco estratégico hoje não é errar o plano. É não conseguir tirá-lo do papel.”
— Piero Franceschi
E mais: o problema raramente é a falta de visão.
Em grande parte dos casos, as lideranças sabem para onde deveriam ir. Mas não conseguem articular esse caminho dentro de um sistema enraizado, lento e autocentrado.
É como se a estratégia estivesse clara no slide — mas presa no piche do sistema.
Pensando nisso, criei o infográfico abaixo com as 5 principais barreiras que tenho observado na prática:
O time não entende — ou pior, não acredita — na estratégia definida. Falta clareza, contexto, propósito. Isso sabota o engajamento e transforma a execução num “favor” ao topo.
A execução depende de competências, tecnologias ou ativos que não estão disponíveis, e não há plano para desenvolvê-los. Estratégias ambiciosas colapsam diante de recursos escassos.
Muitas frentes simultâneas, todas consideradas “prioridade”. Resultado: energia diluída, times exaustos e efeito marginal.
Projetos críticos seguem sem governança clara. Ninguém sabe ao certo quem é dono de quê, quais os marcos esperados, como medir progresso.
Incentivos, metas e bônus que contradizem a direção estratégica. Gente promovida por entregar curto prazo, mesmo que sabote o futuro.
Invariavelmente, nossas empresas estão com o pé atolado em uma dessas poças de piche.
Algumas com os dois pés. Outras, até com as mãos amarradas.
E esse piche é viscoso: chama-se cultura.
E é por isso que não adianta tentar mudar a estratégia sem mudar a gestão.
Cabe a nós identificarmos e nos livrarmos desse substrato por meio de uma transformação real — cultural, política e de liderança.
Como sempre digo em minhas palestras:
a gestão age como uma doença autoimune.
Ela ataca tudo o que é novo em nome de preservar o que já existe — mesmo que o que já existe esteja matando a competitividade da empresa.
Somos e fomos treinados para um tipo de gestão que precisa mudar para que a empresa também mude.
Uma gestão que confunde controle com clareza.
Que premia quem entrega, mas ignora quem transforma.
Que celebra a estabilidade, mas teme a disrupção.
“A cultura devora a estratégia no café da manhã.
E a má gestão mastiga o resto no almoço.”
— Livre adaptação de Peter Drucker
Diga-me o que você achou. E principalmente: em qual dessas barreiras a sua estratégia está presa hoje?
Talvez a primeira mudança não seja no plano — mas na forma como você conduz quem vai executá-lo.
Quer revisar o propósito da sua empresa com profundidade e método?
O Executive Program da StartSe foi criado para líderes que entendem que crescer sem sentido não é mais uma opção. Piero Franceschi, professor do Executive e autor do texto que você acabou de ler, fala mais sobre isso na imersão. Participe da próxima edição e aprenda pessoalmente com quem já liderou transformações reais no mercado.
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Experiente Diretor de Marketing, Inovação e Estratégia com um histórico comprovado em vários indústrias. Hábil em Gestão de Marketing, Planejamento de Mercado, Planejamento Estratégico, Customer Marketing, Inovação e Transformação Digital.
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