A varejista segue a tendência de outros players do setor em ampliar e diversificar a oferta de produtos. Saiba o que está por trás da estratégia.
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11 min
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13 ago 2021
•
Atualizado: 8 ago 2023
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Por Sabrina Bezerra
A Americanas pagou R$ 2,1 bilhões na compra do Hortifruti Natural da Terra, rede varejista especializada em produtos como frutas, legumes e verduras. O negócio é uma estratégia para ampliar a linha de itens frescos e saudáveis.
"Essa iniciativa […] permite participar de diferentes momentos na jornada de consumo, aumentando a base de clientes ativos, a frequência de compras e expandindo o nosso alcance”, diz em comunicado enviado à StartSe Miguel Gutierrez, CEO da Americanas.
O movimento mostra, mais uma vez, a forte tendência das grandes varejistas em ampliar e diversificar a oferta de itens. Quanto mais variedade, mais clientes serão alcançados, mais vendas, mais lucro. Essa é a lógica das companhias que estão desembolsando bilhões de seus caixas para abocanhar outras empresas já consolidadas no mercado. Magazine Luiza é um exemplo: entre 2020 e 2021, a companhia fez uma série de aquisições para diversificar o negócio.
No caso da Americanas, não é surpreendente potencializar o setor de alimentos saudáveis. Por quê? Ora, 80% dos brasileiros estão buscando consumir produtos mais frescos e nutricionalmente mais ricos já há alguns anos, segundo dados de 2018 divulgados pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Esse comportamento foi acelerado ainda mais com a chegada da pandemia de coronavírus. O Estudo NutriNet Brasil mostrou que houve um aumento (de 40,2% para 44,6%) no consumo de frutas e hortaliças no período.
Além disso, a aquisição do Hortifruti Natural da Terra irá aumentar a variedade dos itens nas lojas físicas e impulsionar a operação online da Americanas Mercado. E faz sentido. As compras de supermercado pela internet cresceram de 9% para 30%, de acordo com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Entre os entrevistados, 71% disseram comprar alimentos online.
Esta não é a primeira vez que a empresa aposta no setor de alimentos. Em janeiro do ano passado, fez a aquisição do supermercado NOW, marketplace de mercado online.
A título de comparação, a Americanas segue o movimento da Amazon que, em meados de 2017, investiu cerca de US$ 13,7 bilhões na compra da rede de supermercados Whole Foods Market, conhecida pela influência em vender alimentos orgânicos — mercado bilionário.
Outro ponto da sacada da Americanas é a Geração Y e a Geração Z em que, cada vez mais, prezam por uma alimentação mais saudável. Aliás, parte das aquisições feitas pela varejista mostra o olhar para esse público. Veja: em abril deste ano, comprou o Grupo Uni.co, dono das marcas Imaginarium, Lovebrands, MinD e Puket – que tem como público-alvo os jovens. No mês seguinte, fez a aquisição da OOOOO, plataforma de live commerce.
“Além disso, permite a expansão da integração com a fintech AME, aumentando a oferta de produtos e serviços financeiros nas lojas da HNT (cartão de crédito, recarga de celular, cartões de conteúdo, crédito para pessoa física, entre outros)”, conta a empresa em nota.
Trata-se de uma rede varejista brasileira especializada em produtos frescos com foco em frutas, legumes e verduras do Brasil. Ao todo, a companhia tem cerca de 73 lojas distribuídas no Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. As vendas online representam 16% do total.
Nos últimos 12 meses, terminados em 30 de junho de 2021, alcançou receita bruta de R$ 2 bilhões e uma margem EBITDA de 12%. “Esses resultados são reflexo do modelo de negócios focado em produtos frescos, que visa garantir maiores vendas/m² e margens. O Hortifruti Natural da Terra possui um time altamente qualificado, com vasta experiência no setor, e opera com uma estratégia omnichannel, oferecendo diversos serviços para compras realizadas nas lojas, sites, apps e WhatsApp, incluindo entregas no mesmo dia e retirada na loja em 100% da sua rede”, diz a Americanas em comunicado ao mercado.
A rede opera as marcas Hortifruti e Natural da Terra. Com isso, são ofertados mais de 7 mil SKUs (Stock Keeping Unit, ou Unidade de Manutenção de Estoque) em 3 formatos de lojas. “As lojas são abastecidas por uma plataforma logística proprietária que entrega diariamente em toda a rede. Do campo para as lojas em até 24 horas”, afirma o comunicado.
Além disso, a empresa usa dados. "Principalmente das vendas identificadas dos clientes de seu programa de fidelidade "Leve Natural", atingindo, ao final de 2020, o patamar de 75% de identificação de suas vendas. Os clientes do programa compram em média 34x ao ano, com gasto mensal de R$125, enquanto os clientes omnichannel compram em média 67x ao ano,com gasto mensal de R$326. A recorrência também é um destaque nas vendas online, com 73% dos clientes comprando mais de uma vez ao mês."
A movimentação da Americanas mostra uma tendência que vem sendo acelerada desde o ano passado: o crescimento de M&A (fusões e aquisições). No Brasil, 2020 apresentou o maior volume histórico: foram anunciadas 1038 transações, um volume 48% superior à média do mesmo período dos últimos 5 anos (701 transações), com aumento de 14% em relação ao ano anterior (912 transações), segundo dados da PwC.
Sendo a Região Sudeste a maior responsável, com 65% das transações anunciadas em 2020. Os três setores que mais se destacaram foram de tecnologia da informação (45%), serviços de saúde (11%) e financeiro (9%).
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Sabrina Bezerra é head de conteúdo na StartSe, especializada em carreira e empreendedorismo. Tem experiência há mais de cinco anos em Nova Economia. Passou por veículos como Pequenas Empresas e Grandes Negócios e Época NEGÓCIOS.
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