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A tecnologia pode preencher o vazio da solidão?

A polêmica em torno de um colar de IA em Nova York mostra os limites entre conforto digital e conexão humana e levanta a pergunta: até onde estamos dispostos a ir para não nos sentirmos sozinhos?

A tecnologia pode preencher o vazio da solidão?

Foto: Pexels

, produtora de conteúdo

5 min

2 out 2025

Atualizado: 2 out 2025

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Nos últimos dias, o sistema de metrô de Nova York está repleto de propagandas que estão irritando os nova-iorquinos. Uma startup chamada Friend, que criou um colar alimentado por IA projetado para ser um amigo digital, gastou mais de um milhão de dólares em mais de 11 mil anúncios que agora estão sendo vandalizados pelos passageiros do metrô. Segundo Avi Schiffmann, CEO da empresa, isso foi proposital. 

"Sei que as pessoas em Nova York odeiam IA, e coisas como companheirismo de IA e wearables, provavelmente mais do que em qualquer outro lugar do país", disse ele numa entrevista concedida à Adweek. “Então, comprei mais anúncios do que qualquer pessoa já fez, com bastante espaço em branco, para que eles comentassem socialmente sobre o assunto.”

E ele conseguiu. As mensagens rabiscadas nos anúncios dizem coisas como: "pare de lucrar com a solidão", "A IA não se importaria se você vivesse ou morresse", "vá fazer amigos de verdade" e "A IA promoverá o suicídio quando solicitada", se referindo ao caso do adolescente que tirou a própria vida depois de ser encorajado pela IA.

Reprodução

Há alguns meses atrás, nós falamos aqui na StartSe sobre a solidão na era da inteligência artificial. E talvez o caso do colar da Friend seja um exemplo claro de como essa discussão está longe de terminar.

A tecnologia, afinal, está tentando ocupar um espaço profundamente humano: o da conexão. Nósjá sabemos que o ser humano é um animal social, que precisa de outras pessoas para alcançar a plenitude. A desconexão, por sua vez, cobra um preço alto, e não apenas emocional. Ela está associada a uma série de problemas de saúde e pode afetar nossa forma de viver, pensar e até tomar decisões, conforme um artigo publicado pelo The Lancet.

O que os rabiscos nos anúncios nova-iorquinos parecem dizer é justamente isso: há um limite. Por mais sofisticada que a inteligência artificial se torne, ela ainda não consegue substituir o olhar, o toque ou a escuta verdadeira de outro ser humano. A frustração que transforma anúncios em protestos escancara um medo coletivo: o de que, ao tentarmos preencher o vazio da solidão com tecnologia, acabemos nos afastando ainda mais uns dos outros.

Por que importa?

Isso não quer dizer que ferramentas como o colar da Friend ou o próprio ChatGPT não tenham valor. Elas podem, sim, oferecer companhia e conforto em determinados contextos. Mas a questão central é como usamos essa tecnologia: como aliada para ampliar conexões reais ou como muleta para substituí-las?

No fim, talvez a resposta esteja em algo simples e antigo: continuar cultivando vínculos humanos, mesmo em meio a inovações cada vez mais sofisticadas. Porque, por mais que a IA evolua, nenhuma linha de código será capaz de replicar a profundidade e a complexidade de uma amizade de verdade.

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Produtora de conteúdo multimidia que escreve sobre carreira, negócios e tecnologia na StartSe.

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