Os desafios para desenvolver carros autônomos no Brasil

Por Tainá Freitas
4 de março de 2020 às 10:30 - Atualizado há 2 anos

Transmissão exclusiva: Dia 08 de Março, às 21h
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A partir do segundo semestre deste ano, carros autônomos irão andar pelo terreno de empresas privadas no Brasil — literalmente. A Hitech Electric, startup de Curitiba de veículos elétricos, lançou o seu primeiro carro autônomo. O modelo é o primeiro veículo elétrico e autônomo desenvolvido no país.
O veículo foi desenvolvido para operar em “ambientes fechados” e controlados, como fábricas, parques turísticos, aeroportos, condomínios, entre outros. Por operar exclusivamente dentro de empresas, a regulamentação deixa de ser um entrave para a utilização do carro autônomo no país. O Brasil (ainda) não possui uma legislação específica para lidar com o novo tipo de veículo.
O veículo elétrico e.coTech 4 foi adaptado com uma “Sensor Box” que contém LiDARs (radares específicos de carros autônomos), câmeras, GPS, entre outros equipamentos. Ele é capaz de atingir até 50 km/h e pode rodar 100 km por recarga. O carregamento é feito em qualquer tomada, evitando a dependência de postos específicos, visto que ainda não são algo popular no Brasil.
O e.coTech 4 Autônomo possui nível de automação 4 e detecta objetos em uma distância máxima de 50 metros. Também é possível conduzi-lo através de aplicativos para smartphones. O carro possui um tempo de reação de 100 milissegundos.
Confira os diferentes níveis de automação possíveis em um carro:
Os maiores desafios
Para Rodrigo Contin, fundador e CEO da Hitech Electric, a maior dificuldade ao desenvolver um carro autônomo no país foi encontrar pessoas capacitadas para tal. O projeto é resultado de uma parceria entre a Positivo Tecnologia e a startup Lume Robotics. Caso não conseguisse reunir o grupo de pessoas, o plano B — que não foi necessário — era procurar profissionais fora do Brasil.
O segundo desafio foi financeiro. A startup não revela quanto investiu no projeto, mas o retorno será através do aluguel dos veículos para utilização das empresas. “É um projeto de pesquisa e desenvolvimento, investidores querem retorno, mas não é algo que há logo de cara”, conta em entrevista exclusiva à StartSe. A expectativa é que a tecnologia se torne mais acessível com o tempo.
A terceira maior dificuldade foi em engenharia. O veículo foi desenvolvido entre a Hitech Electric e a Lume Robotics, entre Pinhais, no Paraná, e Vitória, no Espírito Santo. “O carro tem hardware, software, processadores, sensores, entre outros, embarcados. Ele não depende da infraestrutura, a via não precisa estar pintada. O veículo é capaz de andar em uma estrada cheia de pó — estamos falando de vias no Brasil, em que nem todas estarão bem estruturadas”, diz Contin. O veículo ainda possui a possibilidade de ser conduzido via aplicativo.
Veja um teste do veículo em ação:
Caminho sem volta — no Brasil e no mundo
Para o fundador Hitech Electric, é apenas uma questão de tempo para os carros autônomos se tornarem mais comuns no país. Sua aposta é que, em cinco anos, tenhamos um cenário parecido com o que acontece nos Estados Unidos e China hoje: veículos autônomos rodando as ruas das cidades em testes. Nos EUA, essa novidade está nascendo e sendo testada no Vale do Silício por empresas como Uber e Waymo (do Google). Conheça as principais inovações que estão nascendo nesse ecossistema hoje no Silicon Valley Conference.
A expectativa é de levar o carro autônomo da Hitech Electric para as ruas e de adaptar a mesma tecnologia em outros modelos, como nos caminhões.
“A máquina não tem variação de humor, repete um comando n vezes, não se assusta com a chuva e opera mais rapidamente que um ser humano”, disse Contin. “É claro que existe um caminho até levá-la a essa condição — é necessário entender as aplicações e cenários para poder implementar as funcionalidades da melhor forma”.
Mas, entre o teste e a realidade, existem pontos que ainda precisam ser superados: a falta de confiança dos passageiros, legislação e até mesmo como será o seguro desses veículos. “A burocracia não pode matar o projeto”, finaliza.

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