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Após falência das concorrentes, startup de patinetes elétricos por aluguel aposta no Brasil. O que está por trás da estratégia?

Whoosh desembarcou em Florianópolis e Porto Alegre em 2023 e pretende chegar a cinco outras cidades no próximo ano

Após falência das concorrentes, startup de patinetes elétricos por aluguel aposta no Brasil. O que está por trás da estratégia?

Patinete (Foto: Whoosh/Divulgação)

, conteúdo exclusivo

9 min

21 nov 2023

Atualizado: 21 nov 2023

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Startup de patinetes elétricos não é uma coisa que tem dado muito certo no Brasil. 

  • Em 2019, vimos a tentativa da norte-americana Lime, que chegou ao país e seis meses depois anunciou o fim de sua operação por aqui. 
     
  • Na mesma época, a brasileira Yellow se fundiu com a mexicana Grin para criar a Grow, que no ano seguinte entrou em processo de recuperação judicial e nesta semana teve a sua falência decretada pela Justiça de São Paulo.

Mas uma startup europeia acaba de desembarcar no país para provar que os patinetes têm demanda e empresas podem sim dar lucro. 

O que faz a Whoosh?

Fundada na Rússia em 2019, a Whoosh nasceu da ideia de que os moradores da cidade devem conseguir chegar facilmente a qualquer destino em 15 minutos. 

O objetivo da companhia é: preencher a lacuna entre uma caminhada de 10 minutos e passeios de 10 km, disponibilizando patinetes elétricos compartilhados como uma forma de mobilidade mais acessível e sustentável.

A startup tem mais de 160 mil patinetes elétricos espalhados em 42 cidades do mundo. O ponto de partida da operação no Brasil é a cidade de Florianópolis, que recebeu os primeiros 1.300 equipamentos da marca no país. 

Recentemente, a Whoosh chegou a Porto Alegre com outros 1.200 patinetes. 

O plano é expandir para mais uma cidades ainda este ano e outras cinco em 2024, com uma expansão gradual por outros centros urbanos como São Paulo e Rio de Janeiro até 2025.
 


“Decidimos começar por Florianópolis por conta da infraestrutura urbana e a topografia. É uma cidade com muitas ciclovias e áreas planas, que torna a região bem propícia para o transporte dos patinetes”, afirma Francisco Forbes, CEO da Whoosh no Brasil. “Há também um nível elevado de segurança e o tamanho da cidade é ideal – não tão grande quanto São Paulo, mas maior do que a de muitos outros municípios”, acrescenta.

Segundo o executivo, a operação brasileira da Whoosh é totalmente independente da europeia. “Empresa separada, CNPJ novo. Eles são sócios da Whoosh Brasil, fornecem o sistema e temos alguns benefícios por conta dos acordos comerciais de compra de equipamentos. Mas é um negócio totalmente independente”, pontua.

Agora vai?

Para Francisco, as experiências falhas de empresas de patinete no Brasil não foram causadas por um problema de mercado. 

“As empresas que operavam no Brasil pararam não porque o mercado é ruim ou questões regulatórias, e sim por uma má gestão que levou as empresas à falência, e porque o sistema da operação dos patinetes era ruim. Hoje temos a oportunidade de aprender com os erros do passado”, afirma.

O executivo observa que ainda há um grande potencial para o setor de micromobilidade elétrica no país. 

“O Brasil tem diversos centros urbanos com mais de 1 milhão de pessoas, todos com problemas de mobilidade por conta do crescimento desordenado, e os patinetes são uma ferramenta rápida, fácil de implementar e efetiva, que gera uma redução instantânea da emissão de gases poluentes”, pontua.

Como diferenciais da Whoosh, Francisco destaca a operação. “Empresas em todo o mundo adotaram o modelo free float, no qual os patinetes eram deixados em qualquer lugar da cidade. Já a Whoosh trabalha com pontos fixos de estacionamento tanto para retirar quanto para devolver os equipamentos”, explica o CEO. 

A estratégia promove uma maior organização na cidade, sem atrapalhar o fluxo de veículos e pedestres, e contribui para uma maior eficiência operacional da companhia.

 “Temos que trocar as baterias dos patinetes, e é muito mais fácil fazer isso se eles estiverem reunidos em um só lugar ao invés de espalhados um por um pela cidade”, aponta Francisco.

De acordo com o executivo, a frota da Whoosh está disponível 24 horas por dia, sete dias da semana. 

“Antigamente, era comum trocar o patinete inteiro e, de tempos em tempos, precisava substituir toda a frota. Mas temos um equipamento mais seguro, robusto e tecnológico, que nos permite trocar apenas as baterias e garantir que a frota esteja sempre disponível.”

No Brasil, a companhia concorre com a FlipOn, de compartilhamento e locação de transportes elétricos, e a Pulga, empresa de micromobilidade que nasceu em Gramado (RS) e aposta em pequenas cidades como Canela (RS) e Balneário Camboriú (SC) com seus patinetes elétricos compartilhados.

A nível global, a players de maior peso como a Bird, dos Estados Unidos, e a própria Lime, que deixou o Brasil mas ainda opera em cidades da Europa e da América do Norte.

A Whoosh fez o seu IPO na Rússia em dezembro de 2022, tornando-se a única empresa a realizar uma oferta pública inicial no país naquele ano. 

A companhia disse que arrecadou 2,1 bilhões de rublos (cerca de US$ 33 milhões) na listagem a uma avaliação de 20,6 bilhões de rublos (aproximadamente US$ 326 milhões). 

O valor é menos da metade da meta inicial de captar US$ 80 milhões, de acordo com a Reuters, em um mercado impactado pelo contexto geopolítico na região.

Francisco tem planos ambiciosos para a empresa no Brasil, que deve fazer uma primeira rodada de investimentos nos próximos dois anos e já tem olhos para um futuro IPO. “A empresa já é listada na Europa e quero levar a Whoosh à B3“, afirma.

 “O modelo voltou para ficar e tem dado super certo. Estamos operando há quatro meses, com resultados excelentes. Agora, o plano é expandir e conduzir a empresa para ganhar todo o Brasil”, afirma Francisco, sem revelar os números e resultados obtidos no Brasil até o momento.

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