Vive La France: seis startups para conhecer o ecossistema francês
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12 jul 2024
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Atualizado: 12 jul 2024
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Torre Eiffel, croissant, Zinedine Zidane, Napoleão Bonaparte, Alain Prost, Charles Aznavour, Liberté, Egalité, Fraternité. Coloque aqui seu clichê sobre a França, país que daqui a duas semanas será a sede dos Jogos Olímpicos. Entretanto, aposto que nessa lista de clichês, você não chegou a pensar em nenhuma startup, não é mesmo?
Contudo, saiba que o país liderado por Emmanuel Macron tem um sólido ecossistema de inovação, somando alguns nomes de respeito no cenário global de startups, em áreas que vão do RH e mobilidade até tendências quentíssimas do mercado atual, como energia e inteligência artificial generativa.
Para ajudar você a conhecer melhor a "comitiva" francesa de inovação, separamos aqui sete startups de destaque no ecossistema de lá.
Essa você nem imaginava que era francesa. Apesar de só ter chegado ao Brasil em 2017, a startup de compartilhamento de caronas foi criada na França em 2003, quando o fundador Fréderic Mazella teve dificuldades em encontrar uma carona para viajar à cidade de sua família no Natal. Entretanto, foi apenas em 2011, quando a companhia captou sua primeira rodada de venture capital, que ela iniciou a transformação na plataforma que é hoje, entrando em mercados como Reino Unido, Portugal, Espanha e Holanda.
Em 2014, a BlaBlaCar arrecadou mais US$ 100 milhões junto a investidores como a Accel e Index Ventures. No ano seguinte, veio uma nova rodada de US$ 200 milhões, liderada pela Insight Venture Partners e que elevou o valor da companhia em para US$ 1,6 bilhões de dólares.
Atualmente a BlablaCar está presente em 22 países e já atendeu mais de 60 milhões de pessoas. No Brasil, a empresa anotou no ano passado um crescimento de 200%, e projeta que o Brasil desbanque a França e se torne o mercado mais importante para a empresa globalmente a partir de 2024.
Caso você não saiba, a França é pioneira quando o assunto é benefícios corporativos. Grandes empresas que hoje são grandes aqui no Brasil nasceram por lá, como Edenred (antiga Ticket) e Pluxee (antiga Sodexo). Entretanto, até pouco tempo atrás, se via pouca inovação nesse segmento por lá, tanto que muitos estabelecimentos ainda operavam utilizando os vales em papel, enquanto aqui no Brasil o uso de cartões já era difundido desde a virada dos 2010s.
Foi fechando esse gap tecnológico que a Swile conseguiu "invadir" o mercado francês de forma rápida, introduzindo o conceito de benefícios flexíveis e o uso de cartões atrelados a bandeiras amplamente aceitas como Mastercard.
Em 2021, com menos de cinco anos de mercado, a Swile já tinha abocanhado boa parte do market share em seu país natal, o que atraiu investidores como o SoftBank, que aportou US$ 200 milhões no negócio. A rodada elevou a Swile ao status de unicórnio e abriu o caminho para a expansão internacional - que começou pelo Brasil.
A Ynsect não é tão conhecida por aqui, mas é um dos nomes da velha guarda no cenário de startups francesas. Fundada em 2011, a agritech ficou notória por sua tecnologia que transforma insetos em fontes alternativas de proteína.
Fundada por um grupo de cientistas e ambientalistas, a companhia tem como sua tese principal "fazer mais com menos", e para isso desenvolveu mais de 377 patentes, em 44 categorias distintas (alimentação, fertilizantes, bioplásticos e outros). Só no ano passado, a Ynsect levantou mais de € 160 milhões em investimentos. Em 2021, ela levantou US$ 372 milhões em sua série C.
Outra do segmento de mobilidade, a Driveco é uma das pioneiras europeias quando o assunto é infraestrutura para recarga de veículos elétricos. Fundada em 2010, a companhia opera mais de 8 mil pontos de recarga no seu país de origem, firmando parcerias com gigantes locais como a varejista Carrefour.
No ano passado, contudo, a scale-up levantou a sua maior rodada até hoje - € 250 milhões com o fundo holandês APG - como parte de seu plano de expansão continental. O plano da companhia é ter uma rede de mais de 60 mil pontos de recarga em toda a Europa até 2030, reduzindo a emissão de CO2 em 3 milhões de toneladas.
Não pense que é só Anthropic e OpenAI nos EUA. A França também é celeiro de algumas das startups mais inovadoras no cenário da inteligência artificial generativa. Um dos principais exemplos disso é a Hugging Face, startup que cria ferramentas para que diversas outras startups desenvolvam suas aplicações - uma espécie de GitHub, só que para desenvolvedores de IA.
Atualmente avaliada em US$ 4,5 bilhões, a empresa captou US$ 235 milhões em uma série D no ano passado, contando com investidores de peso como Google, Amazon, Nvidia, Intel, AMD, Qualcomm, IBM e Salesforce. Apesar de ter sido fundada na França, por franceses, hoje a Hugging Face é baseada em Nova Iorque, e atende mais de 10 mil clientes.
Para explicar o impacto da Verkor, é melhor falar de números. No ano passado, esta energytech baseada em Grenoble, no alpes franceses, captou impressionantes US$ 2,15 bilhões para financiar sua gigafábrica de baterias elétricas. Foi a maior captação da história para uma startup francesa, em um negócio que deve render mais de 4 mil empregos - diretos e indiretos.
Foi um feito e tanto para a startup, ainda mais uma com pouco tempo de vida (cerca de quatro anos), mas que chamou a atenção de gigantes com sua tecnologia para baterias sustentáveis. Um dos maiores parceiros da Verkor é a montadora francesa Renault, que ja adquriu dois terços da capacidade produtiva da nova fábrica da startup para sustentar sua próxima frota de veículos elétricos.
Essa aqui você já deve ter ouvido falar, pois recentemente se tornou uma das mais novas queridinhas do cenário de IA. Com pouco mais de um ano de existência, a Mistral já enfileirou diversos investidores de alto nível com sua solução, que entrega modelos open source quanto proprietários para criação de APIs utilizando inteligência artificial.
No meio do ano passado, a companhia captou US$ 112 milhões em uma rodada seed liderada pela Lightspeed. A série A veio em dezembro, no valor de € 385 milhões (cerca de US$ 415 milhões na época), quando foi avaliada em US$ 2 bilhões.
Mais recentemente, em fevereiro deste ano, ela embolsou mais US$ 16 milhões com a Microsoft. Como se toda essa grana não fosse o bastante, no mês passado a Mistral fechou a sua série B, atraindo a General Catalyst e colocando no bolso um cheque de € 600 milhões, o equivalente a contratação de quatro Mbappés no Real Madrid.
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