IA, indústria, cripto e geopolítica: os sinais que mostram para onde vão os investimentos, os talentos e o poder nos próximos anos.
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9 min
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30 jul 2025
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Atualizado: 30 jul 2025
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A Microsoft está se movimentando nos bastidores para estender seu acordo com a OpenAI além de um marco crucial: a chegada da chamada AGI — inteligência artificial geral, capaz de aprender e raciocinar como um ser humano. Atualmente, o contrato entre as empresas permite à Microsoft explorar os avanços da OpenAI até esse ponto. No entanto, diante da velocidade com que a IA evolui, a gigante de Redmond já negocia o “dia seguinte”.
Esse movimento revela duas coisas importantes: primeiro, que a Microsoft acredita estar perto de cruzar o limiar da AGI; segundo, que ela não pretende abrir mão da vantagem estratégica que tem com o acesso preferencial à tecnologia da OpenAI. Manter esse vínculo será vital para sustentar sua dominância em áreas como computação em nuvem, produtividade e cibersegurança — todos setores em que a IA generativa já está redefinindo as regras do jogo.
A iniciativa também coloca pressão sobre outros players, como Google, Amazon e Meta, que agora correm para garantir seus próprios caminhos rumo à IA avançada. Para os mercados, o recado é claro: os acordos de hoje moldarão o poder tecnológico da próxima década. E, à medida que nos aproximamos da AGI, o risco geopolítico e ético também cresce, exigindo atenção regulatória internacional.
Enquanto todos os holofotes se voltam para chips, IA e data centers, uma velha conhecida do capitalismo global dá um sinal de força: a indústria tradicional. Só em julho, negócios industriais movimentaram mais de US$ 100 bilhões em fusões e aquisições, segundo a Bloomberg. O número é o maior desde a pandemia e inclui setores como construção, energia e transportes.
Essa movimentação não é por acaso. Há uma revalorização dos ativos físicos, em meio à transição energética, guerra comercial entre EUA e China e a necessidade urgente de modernizar infraestruturas envelhecidas. A tecnologia, antes vista como substituta da indústria, agora surge como sua aliada — com IA, sensores e automação aumentando a produtividade de fábricas e obras.
Investidores começam a perceber que o “mundo físico” voltou a ser estratégico, sobretudo em um contexto onde a soberania industrial passa a ter peso político. O Vale do Silício talvez dite o ritmo da inovação, mas é o setor industrial que ainda constrói as bases concretas dessa transformação.
A política pró-cripto de Donald Trump já começa a surtir efeito: uma gigante chinesa do setor de blockchain está planejando abrir sua primeira fábrica nos EUA. A instalação focará na produção de hardware para mineração de Bitcoin, aproveitando o novo ambiente regulatório favorável promovido pela Casa Branca.
Esse movimento marca uma inflexão importante. Após anos de incerteza, repressões e restrições, o setor cripto volta a enxergar os EUA como terra promissora. A decisão da empresa chinesa também carrega um simbolismo geopolítico: é uma tentativa de acessar o mercado americano sem depender da infraestrutura digital chinesa, sinalizando uma nova etapa na disputa tecnológica entre os dois países.
Para o mercado, é mais uma validação da tese de que os ativos digitais vieram para ficar. E, para o eleitorado americano, mostra como Trump pretende transformar a criptoeconomia em ferramenta de geração de empregos e influência global — algo que, se bem-sucedido, pode reverberar nas urnas.
A startup americana Aeva fechou um acordo estratégico com a LG Innotek, braço de semicondutores da sul-coreana LG, para desenvolver e produzir chips dedicados à tecnologia Lidar — sensores essenciais para veículos autônomos e robótica avançada. A promessa é entregar um sistema mais compacto, preciso e acessível do que os atuais.
A parceria é simbólica por dois motivos. Primeiro, representa a descentralização do ecossistema de IA e mobilidade, com empresas asiáticas ganhando protagonismo em áreas antes dominadas por players americanos. Segundo, acelera a corrida pela miniaturização e integração de sistemas ópticos, algo essencial para o avanço dos carros autônomos e dispositivos móveis com “visão” computacional.
Além disso, o acordo reforça a tese de que a nova geração de chips será altamente especializada. Em vez de grandes GPUs genéricas, veremos uma explosão de semicondutores customizados para tarefas específicas — da percepção espacial à simulação de linguagem. Isso pode fragmentar o mercado atual e abrir espaço para novos líderes na guerra do silício.
A Adobe anunciou mais uma leva de recursos com IA para o Photoshop, incluindo manipulação inteligente de iluminação, reconstrução de elementos apagados e mudanças radicais em cenas com um simples prompt de texto. A ideia é clara: transformar qualquer usuário em um criador profissional, independentemente de habilidade técnica.
Esse tipo de ferramenta reforça a tendência da “criatividade assistida”, onde humanos e IA colaboram em tempo real. No entanto, também levanta novas questões sobre autenticidade e manipulação de imagens — especialmente em um momento em que fotos e vídeos continuam sendo usados como prova visual em ambientes jornalísticos, jurídicos e políticos.
Ao mesmo tempo, a explosão de conteúdo hipereditado pode gerar uma nova inflação criativa: quanto mais fácil produzir imagens impressionantes, menor seu impacto. Para profissionais da área, isso representa tanto uma ameaça quanto uma oportunidade: adaptar-se à IA não é mais opcional, é vital para continuar relevante.
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Fundador do StartSe, empresa de educação continuada com sede no Brasil e operações no Vale do Silício e na China. Empreendedor há mais de 10 anos, apaixonado por vendas e criação de produtos. Trabalha todos os dias para "provocar novos começos" através do compartilhamento de conhecimento.
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