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Como essa startup queimou mais de US$ 500 milhões em um ano?

A startup norte-americana também viu sua taxa de crescimento de receita cair drasticamente no último ano. Entenda o que houve!

Como essa startup queimou mais de US$ 500 milhões em um ano?

Patrick (esquerda) e John Collison (direita), os irmãos que fundaram a Stripe (Foto: Divulgação)

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5 min

16 fev 2023

Atualizado: 19 mai 2023

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A Stripe, uma das startups norte-americanas mais badaladas do mercado de pagamentos digitais, gastou mais de US$ 500 milhões em caixa no ano passado e viu sua taxa de crescimento de receita cair drasticamente, segundo apurou o The Information junto a pessoas com familiaridade no assunto.

O crescimento da receita líquida da Stripe desacelerou de 85% para 18% entre 2021 e 2022, quando a companhia fez pouco mais de US$ 2,8 bilhões, disseram as fontes entrevistadas. A empresa também não foi lucrativa com base no lucro ajustado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda): a fintech perdeu cerca de US$ 75 milhões nessa base, ante um lucro ajustado de quase US$ 500 milhões no ano anterior.

Em março de 2021, a Stripe havia sido cotada em US$ 95 bilhões em uma rodada de US$ 600 milhões feita por investidores como Allianz, Fidelity, Baillie Gifford, AXA e Sequoia Capital. Mas em julho de 2022 a fintech cortou internamente o valor de suas ações em cerca de 28%. O preço dos papéis caiu de US$ 40 para US$ 29, derrubando a sua avaliação de mercado para US$ 74 bilhões. 

Há 3 meses, a companhia demitiu cerca de 14% da sua força de trabalho, o equivalente a 1,1 mil funcionários em sua base de 8 mil colaboradores. Na época, o CEO da companhia, Patrick Collison, afirmou que a Stripe fez uma grande onda de contratações na pandemia, frente ao crescimento acentuado do e-commerce. No entanto, a empresa não conseguiu sustentar essa expansão durante a recessão econômica em 2022.

“Nós contratamos demais para o mundo em que vivemos agora, e nos dói sermos incapazes de entregar a experiência que esperávamos para os que foram impactados pela Stripe”, afirmou o executivo em nota aberta no site da startup. Collison admitiu que a liderança da fintech cometeu “erros de julgamento” ao calcular erroneamente o potencial de crescimento da economia online em 2022 e 2023.


Momento desafiador

Recentemente a Stripe estimou seu próprio valuation em cerca de US$ 63 bilhões, embora tenha buscado levantar dinheiro com uma avaliação de apenas US$ 55 bilhões, revelou o The Information com o apoio de pessoas familiarizadas com o assunto.

“A empresa privada precisa de dinheiro para cobrir as contas de impostos que enfrenta depois de modificar seus planos de concessão de ações para permitir que mais funcionários vendam ações a investidores por meio de uma oferta pública. A Stripe está em negociações com investidores existentes, bem como com várias novas empresas, para levantar os bilhões de dólares de que precisa”, afirma a reportagem.

A fintech estruturou um plano para resolver a questão tributária por meio de um acordo no mercado privado ou um IPO. Mas, de acordo com as fontes, é improvável que a Stripe se torne uma empresa pública tão cedo. Em meio ao furacão, a diretora financeira da empresa, Dhivya Suryadevara, anunciou no início deste mês que deixaria a operação para cuidar de assuntos familiares.

“A empresa tem lançado seu desempenho financeiro em 2022 como uma anomalia. A Stripe também disse a investidores e funcionários que tem sido conservadora com seu caixa ao longo de sua história, queimando menos de US$ 150 milhões no total, de acordo com um memorando que a empresa enviou aos funcionários em novembro. Ela disse aos funcionários que voltaria a gerar caixa em breve”, disse o The Information.

Embora poucos acreditem que a vertical de processamento de pagamentos, que até então tem sido o core business da empresa, esteja sob ameaça, a empresa tem buscado criar novas linhas de negócio para estimular o crescimento.

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