Startup gaúcha inova dieta de animais com proteína de insetos
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4 min
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26 jul 2024
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Atualizado: 26 jul 2024
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Você sabia que insetos são uma fonte poderosa de proteína? Pois é, e esse tipo de proteína está ganhando destaque como uma alternativa sustentável e inovadora na produção de alimentos. Na França, a Ynsect é uma das precursoras desse movimento. Já no Brasil, uma startup gaúcha desempenha um papel pioneiro nesse cenário: a Insect Protein.
A empresa é a primeira a obter registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para a criação e processamento de insetos alimentícios e a única do Sul do Brasil a receber autorização para essa atividade.
Curiosamente, a ideia do casal de cofundadores Adriana Bender (CFO) e Mauro Ávila (CEO) para criar a startup surgiu depois de 24 anos dedicados a uma outra empresa, uma agência de desenvolvimento de sites e sistemas para internet. Segundo Adriana, chegou um momento que decidiram sair da zona de conforto e mudar de área. E como ela foi criada na roça, sempre se interessou pela agricultura.
“Certo dia assistimos a uma reportagem sobre uma empresa que criava insetos em São Paulo e os vendia para tutores de animais exóticos. Achamos interessante, mas a logística para vender insetos vivos era complicada”, afirma ela em conversa com o Startups para a série Além da Faria Lima. “Depois de muita pesquisa sobre proteína de inseto, potencial de mercado e de conhecermos o Lucas (zootecnista e mestre em nutrição animal), começamos nosso projeto na garagem de casa, mesmo”, acrescenta.
Incubada no Feevale Techpark em Campo Bom desde o início de 2023, a startup desenvolve soluções inovadoras a partir da larva do Tenebrio Molitor, nome científico dado ao besouro de hábitos noturnos conhecido como bicho-da-farinha. O foco está na criação e processamento responsável de insetos comestíveis, visando atender às demandas nutricionais de animais não ruminantes - cães, gatos, peixes, répteis, anfíbios, pássaros, aves e suínos - de forma sustentável.
Adriana ressalta que os insetos são uma fonte rica em proteínas, vitaminas e minerais. Além disso, sua produção apresenta vantagens significativas. A criação de insetos requer menos espaço, água e recursos do que a pecuária convencional. Além disso, eles emitem menos gases de efeito estufa.
Outra vantagem é que os insetos convertem alimentos, como o farelo de trigo, em proteína de alta qualidade de forma mais eficiente do que os animais tradicionais. Os insetos também são menos suscetíveis a doenças e podem ser criados em ambientes controlados, em fazendas verticais.
Atualmente a Insect Protein comercializa três produtos: larvas desidratadas, que podem ser incorporadas em rações para animais ou utilizadas em formulações específicas; fertilizante orgânico produzido pelas larvas de insetos, ideal para nutrir plantas e flores de forma sustentável; e a farinha de tenébrio integral, que pode ser usada como ingrediente em diversos alimentos, contribuindo para a saúde animal. Ela tem alto teor de proteína (53%) e energia, além de um perfil de aminoácidos semelhante ao whey protein.
Mas calma, se você se empolgou com a possibilidade de provar uma larva da Insect Protein como um pré-treino, esqueça. A comercialização de produtos para consumo humano derivado de insetos no Brasil ainda carece de autorização e regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Ocupando duas salas de apenas 23 metros quadrados na Feevale Techpark, a Insect Protein consegue produzir, hoje, em torno de 30 quilos de proteína por mês, em um processo feito manualmente em fazendas verticais. Por conta da baixa produção, a startup vende seus produtos para pequenas empresas que produzem comida natural para pets.
Com um e-commerce previsto para ser lançado na próxima semana, a startup começará a vender seu fertilizante, especificamente, para o B2C. No entanto, a ideia é ganhar escala industrial com a venda de seus ingredientes para grandes fabricantes de ração. Mas para isso, é preciso dinheiro e um espaço maior.
Segundo Adriana, com um planejamento estratégico pronto, agora a startup vai começar a vender seu peixe (ou melhor, insetos) para potenciais investidores. Até agora, o total de R$ 300 mil investido na operação veio do próprio bolso dos fundadores e de um investidor-anjo amigo do casal.
“Estamos atrás de investimento, em torno de R$ 3 milhões, justamente para isso. Para a gente alugar ou adquirir um pavilhão de pelo menos 500 metros quadrados, conseguir automatizar e ampliar a produção, comprar equipamentos e expandir o time”, finaliza Adriana.
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