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Sportechs: oportunidades de investimento em startups de esporte no Brasil

Sportechs: oportunidades de investimento em startups de esporte no Brasil

Sportechs: oportunidades de investimento em startups de esporte no Brasil

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4 min

20 jun 2024

Atualizado: 21 jun 2024

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*Ivan Ballester é CEO e fundador da Esporte Educa

O esporte é uma paixão que transcende fronteiras, criando uma conexão emocional única entre pessoas de diferentes culturas. Historicamente, o esporte tem o poder de parar guerras e unir nações. No mundo dos negócios, as grandes empresas e marcas de diversos setores veem no esporte uma plataforma poderosa de comunicação. Patrocinar o esporte é uma estratégia eficaz para aumentar a notoriedade (awareness) e impulsionar a conversão. A indústria do esporte possui um poder inerente que poucas outras indústrias têm, tornando-se um campo fértil para startups de esporte e inovação esportiva.

Nos últimos quatro anos, o esporte tem se transformado rapidamente com a ajuda da tecnologia. As sportechs, startups focadas em trazer inovações tecnológicas para o universo esportivo, estão se posicionando como uma das áreas mais promissoras para investimentos de venture capital. Essas startups de esporte estão revolucionando o mercado, oferecendo soluções inovadoras que vão desde o aprimoramento da performance dos atletas até novas formas de engajamento dos fãs. Com base nesses aprendizados, investir em sportechs pode ser uma excelente oportunidade no mercado brasileiro, especialmente para aqueles que atuam em outros setores e buscam diversificar seus investimentos. Além disso, o setor de educação também se beneficia com essas inovações, integrando novas tecnologias para aprimorar o ensino esportivo e o desenvolvimento de talentos.

Estou inserido no mercado esportivo há mais de 22 anos. Nos últimos quatro anos, como empreendedor de tecnologia para o esporte, mergulhei no mundo do venture capital. Minha empresa, a Esporte Educa, foi eleita a maior inovação esportiva do Brasil em 2022, representando nosso país em Dubai e na Alemanha. Nesses eventos, tive a oportunidade de expor nas maiores feiras de tecnologia do mundo, conversar com hubs e fundos árabes, e conhecer novas ideias que estão revolucionando o setor. 

Mais recentemente, em 2023, ganhamos o Prêmio Sou do Esporte como a melhor tecnologia aplicada ao esporte. Além disso, sou embaixador das startups de esporte do Arena Hub, o maior hub da América Latina para o setor, e tenho contato constante com diversas ideias e startups emergentes. Essa experiência me permite acompanhar de perto como a educação e a tecnologia estão transformando o esporte.

Perspectiva positiva para startups no esporte (2025-2030)

O cenário para startups de esporte está cada vez mais promissor. A partir de 2025, prevemos que as sportechs se tornarão um dos principais focos de interesse no mercado de investimentos de risco e startups. Vários fatores contribuem para essa tendência, incluindo a crescente digitalização da indústria esportiva, a profissionalização do mercado com a adoção das SAFs (Sociedades Anônimas do Futebol) e a entrada de investidores profissionais na gestão dos clubes. Além disso, a interseção entre esporte e educação também está em ascensão, com startups desenvolvendo soluções inovadoras para aprimorar o treinamento e o desenvolvimento de talentos esportivos. Essa convergência de tecnologia, esporte e educação está criando oportunidades sem precedentes para empreendedores e investidores.

Historicamente, os investidores não demonstravam tanto interesse na indústria esportiva devido aos frequentes escândalos e à falta de profissionalismo e regulamentação. No entanto, com o movimento de profissionalização dos clubes e a entrada de capital estrangeiro, essa percepção mudou significativamente. Hoje, o esporte é visto como uma área promissora e segura para investimentos. Esse novo cenário está impulsionando o crescimento das startups de esporte (SporTechs), que estão trazendo inovações tecnológicas para o setor. A profissionalização do mercado esportivo, aliada ao aumento do capital estrangeiro, está criando um ambiente propício para startups emergentes, oferecendo também novas oportunidades para o setor de educação esportiva.

Além dos aportes de fundos de venture capital agnósticos, que são bem ativos no setor esportivo, como Verve Capital, Domo e Bossa Nova, temos também fundos especializados que atuam no setor de startups de esporte, como OTF Capital, GO4IT e Sports Angels. Esses fundos estão impulsionando o crescimento das SporTechs e trazendo inovações tecnológicas para o universo esportivo. Além disso, fundos CVC e internacionais já reconheceram o esporte como uma alternativa relevante para o capital de risco. Esse crescente interesse está criando oportunidades não apenas para startups emergentes, mas também para o setor de educação, que se beneficia da integração de novas tecnologias esportivas.

O atual momento do venture capital no Brasil favorece a tendência de crescimento das startups de esporte. A evolução do venture capital no Brasil, como exploramos anteriormente, destaca por que as SporTechs serão o destaque na segunda metade do terceiro ciclo (2025-2030). Com o aumento dos investimentos em startups voltadas para o esporte e a educação, o mercado brasileiro está se tornando um ambiente propício para inovações tecnológicas que beneficiam tanto o setor esportivo quanto o educacional.

Para entender para onde o futuro das startups de esporte e educação está indo, precisamos entender o passado. Os ciclos do venture capital no Brasil destacam essa trajetória:

  • Primeiro Ciclo (2000-2010): Investidores institucionais começaram a investir em startups de tecnologia, enfrentando desafios burocráticos e o desinteresse inicial dos investidores brasileiros.
  • Segundo Ciclo (2010-2020): Emergiram unicórnios brasileiros, hubs de inovação e programas de corporate venture capital. O crowdfunding e investidores individuais ganharam força, e eventos de liquidez se tornaram mais frequentes.
  • Terceiro Ciclo (2020-presente): A primeira metade deste ciclo, que vai até 2030, é marcada por uma forte cultura empreendedora, aumento de second time founders (empreendedores com experiência anterior), e a disponibilidade de escolas de startups, mentores e ferramentas. Houve uma euforia no mercado com a disponibilidade de capital abundante, valuations elevados e rodadas de investimento expressivas. Segundo o Distrito, até 2021, os investimentos em startups no Brasil cresceram significativamente, atingindo US$ 9,4 bilhões. No entanto, a pandemia, a inflação e a instabilidade global reduziram a atratividade do venture capital, levando a uma correção no mercado. Isso resultou em cortes nas valuations e demissões em massa para estender a sustentabilidade financeira. Surgiram os inside rounds, com fundos já investidos realizando novas rodadas de financiamento. Atualmente, startups precisam apresentar valuations realistas para atrair investidores, enfrentando desafios como gerar confiança e se destacar em um mercado mais competitivo.

Compreender esses ciclos é fundamental para prever o futuro das SporTechs e outras startups no setor esportivo e educacional, onde o capital de risco está se mostrando cada vez mais relevante.

Preferências de investimento até 1º sem de 2021

 

Como podemos ver, a maior parte do volume de capital foi direcionada para setores como fintech, proptech, retail tech, healthtech e educação – área na qual a minha startup, Esporte Educa, se concentra. O capital abundante injetado no mercado permitiu que essas indústrias desenvolvessem soluções para quase todos os problemas relevantes, muitas vezes resultando em vencedores de mercado, como o iFood, que dominou a competição a ponto de a própria Uber descontinuar o Uber Eats no Brasil. Isso não significa que todos os problemas sociais ou mercadológicos do país foram resolvidos, mas sim que existem soluções bem capitalizadas liderando a maioria desses esforços.

 

Por outro lado, o esporte é uma indústria relativamente nova, mas já demonstra maturidade. Além de ser uma das maiores áreas de transformação social, o esporte é também um dos maiores mercados globais. Como diria Gustavo Hazan, se fosse um país, estaria entre as sete ou oito maiores economias do mundo. A diversificação dos investidores que antes olhavam somente para outros setores, aliada à profissionalização e digitalização do mercado esportivo, indica um momento promissor para quem deseja empreender com tecnologia esportiva no Brasil.

 

Em conclusão, chegamos ao conhecimento de que o Brasil tem a oportunidade de se inspirar nas práticas internacionais para fortalecer seu ecossistema de inovação e investimento em SportsTech. Alguns especialistas afirmam que, para prever o que acontecerá no Brasil, basta observar os Estados Unidos ou o cenário global. Isso nos permite antecipar tendências futuras e adaptar nossas estratégias.

 

O cenário global de sportech é empolgante e cheio de oportunidades. Existem mais de 111 fundos de investimento que direcionam verba ao esporte. Nos últimos 12 meses, 31 novos fundos foram anunciados, com mais de $4 bilhões disponíveis para investimentos. Parte desse capital já foi investido, mas a maior parte ainda está para entrar no mercado.

 

Seguindo essas tendências internacionais, o Brasil pode ver um aumento significativo no número de fundos de investimento, redes de networking e programas de aceleração, criando um ambiente mais propício para o crescimento e inovação das startups esportivas no país. Adotando essas práticas, o Brasil tem o potencial de se tornar um player relevante no cenário mundial de sportechs.

 

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