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Por que seguir o modelo dos outros pode sabotar o seu

A diferença entre crescer com consistência e viver correndo atrás da próxima moda.

Por que seguir o modelo dos outros pode sabotar o seu

Foto: Unsplash

, redator(a) da StartSe

7 min

30 jul 2025

Atualizado: 30 jul 2025

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Copiar a estratégia de outra empresa pode parecer um atalho inteligente, mas na maioria das vezes, é o caminho mais rápido para a frustração.

Nos bastidores de quase todo comitê executivo há sempre um PowerPoint “inspirado” no case do momento. Seja uma página tirada da Amazon, da Tesla ou do Nubank, é tentador tentar aplicar a “estratégia do outro” à sua própria realidade. Afinal, se funcionou lá, por que não aqui?

O problema é que estratégia não é receita de bolo. Ela não é um conjunto de táticas copiáveis. Ela é um sistema integrado, desenhado sob medida para um contexto específico, com cultura, timing, equipe e clientes únicos.

Se você muda uma peça sem entender o todo, o sistema desmorona.


1. A mágica está nas interconexões (não nas táticas isoladas)

Empresas vencedoras não fazem apenas “coisas certas” — elas combinam decisões que se reforçam mutuamente. O que parece uma boa ideia isolada pode se tornar um desastre se não estiver encaixada no sistema certo.

Caso real: A Southwest Airlines é celebrada por sua eficiência operacional e cultura forte. Muitas tentaram imitá-la, como a Spirit Airlines. Ambas operam com tarifas baixas, mas a Southwest foca em pontualidade, equipe engajada e voos diretos com uma única frota (Boeing 737). Já a Spirit aposta em tarifas ultra-baixas com múltiplas cobranças extras. Resultado: são modelos diferentes com resultados distintos, mesmo partindo de um mesmo setor.


2. Estratégia fora do contexto vira ruído

O que funciona para um não serve para outro, simplesmente porque o ambiente muda: consumidores diferentes, timing de mercado, concorrência e regulamentações.

Airbnb vs. VRBO: Ambas atuam com aluguel de curto prazo, mas a primeira promove experiências únicas, inclusive em quartos compartilhados. A segunda foca em casas inteiras, para famílias. Copiar o modelo da outra seria trair seus públicos-alvo. Mesma indústria, estratégias diferentes.

Segundo estudo da Harvard Business Review, 63% dos projetos de transformação estratégica falham por desalinhamento com o contexto de mercado.


3. Cultura não se terceiriza

A cultura é o terreno onde qualquer estratégia precisa florescer. Sem o solo certo, a semente da estratégia morre.

Vanguard vs. Charles Schwab: Ambas oferecem investimentos de baixo custo. Mas a Vanguard é uma cooperativa de investidores com foco em longo prazo e propósito de servir ao cliente. Já a Schwab aposta em inovação e acessibilidade com uma pegada mais empreendedora. Uma não conseguiria operar a lógica da outra com autenticidade.


4. Diferenciação é a alma da estratégia

Se a sua estratégia pode ser copiada facilmente, talvez ela nem seja uma estratégia de verdade. Ser diferente é um dos pilares que sustentam uma Licença Estratégica, como diz meu sócio Piero (coautor do Feitas pra mudar)

Apple vs. Microsoft: Uma aposta na experiência premium e integração entre hardware e software. A outra se consolidou em software corporativo e flexibilidade. Estratégias moldadas pelas forças de cada uma. Se a Microsoft tentasse virar uma Apple, perderia seu maior trunfo: a penetração nas empresas.

Um estudo da McKinsey com mais de 1.000 executivos mostrou que empresas com uma proposta única de valor e diferenciação clara têm 2,4x mais chance de crescer acima da média do setor.


Copiar é confortável. Criar é estratégico.

Inspirar-se é saudável. Mas aplicar um modelo sem entender as raízes que o sustentam é desperdiçar energia e, pior, desalinhar sua empresa com sua própria essência.

Cada empresa precisa construir sua estratégia como um terno sob medida, feito para seu corpo, seu momento e seu mercado. Um paletó do Steve Jobs não cabe no CEO da sua empresa, e nem deveria.


Feitas para mudar: sua estratégia nasce de você

Se há algo que esse projeto defende com convicção é que empresas que querem durar, precisam aprender a mudar. Mas mudar com coerência, com verdade, com clareza sobre quem são.

Copiar é preguiça disfarçada de benchmarking. Criar é a arte de se posicionar com coragem e lucidez.

Quer revisar a estratégia da sua empresa com profundidade e método?

O Executive Program da StartSe foi criado para líderes que entendem que crescer sem sentido não é mais uma opção. Fabio Neto, professor do Executive e autor do texto que você acabou de ler, fala mais sobre isso na imersão. Participe da próxima edição e aprenda pessoalmente com quem já liderou transformações reais no mercado.

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Imagem de perfil do redator

Sócio da StartSe com negócios no Vale do Silício e China, 20 anos Executivo de Grandes Cias, nas áreas estratégica, inovação, transformações digital e cultural nos negócios em que atuou. Investidor e Conselheiro de empresas.

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