Por que o termo “startupar” ficou obsoleto?

Nesta última década, “startupar” acabou se tornando quase uma receita infalível de sucesso: 

• Job to be done: encontrar um problema relevante; 
• Biz Model Canvas: criar hipóteses de novos produtos e modelo de negócios; 
• MPV (produtos minimamente viáveis): construir um protótipo funcional ou quase;
• VC Early-Stage: levantar capital; 
• CSP - Cold Start Problem: ganhar o primeiro nicho;
• Agile & Lean: inteirar e iterar enlouquecidamente para ver se faz sentido;
• PMF (product market fit): validar que funcionou;
• VE late-stage: levantar mais capital, se conseguir convencer alguém;
• Growth Hacking Blitscalling: Escalar o mais rápido possível, tipo foguete; 
• Exit, M&A, IPO: sair;

Mas, o que o Vale do Silício realmente sempre fez, na minha perspectiva, não é inventar startups, mas reinventar continuamente a gestão empreendedora. 

O Vale do Silício inova a maneira de inovar

Nas últimas décadas, muitas startups (insurgentes) venceram em mercados dominados por empresas maiores, mais ricas e poderosas. Isso porque, muitas destas empresas (incumbentes) achavam que uma startup era apenas uma empresa legal, divertida, digital, inofensiva e com um escorregador dentro. Eventualmente era verdade, mas, perigosamente, as empresas tradicionais não perceberam que, por trás das startup, surgia uma nova ciência de gestão.

Esse “segredo”, as táticas clássicas do desenvolvimento de startups, além de moldar gerações de empreendedores e investidores, criou riqueza para uns e muita preocupação para outros. 

Mas, agora, dois fatores principais aceleraram a obsolescência do método infalível de criar startups.

• Primeiro, os tais segredos vazaram para o mundo e se tornaram lugar comum. 
• Segundo, existe uma nova nova convergência tecnológica que permite reinventar o mundo. 

O moat (fosso que protegia o castelo) das startups do Vale do Silício foi suplantado pelas próprias reinvenções do Vale do Silício. 

• O que antes era um diferencial, virou commodity. 
• O que antes era criativo, ficou cansativo. parece que se cansou de pensar. 
• O que antes era delicioso, está ficando sem sabor.

Minha aposta: estamos assistindo ao fim silencioso do modelo tradicional de criação de startups. 

A transformação que estou descrevendo não consegue ser percebida andando pelas auto-estradas ou visitando as lojinhas das Big Techs do Vale do Silício. O que está acontecendo - sorrateiramente - no Vale, só conseguimos perceber visitando os garimpos. 

Eu acredito que praticamente todas as disciplinas para criação e desenvolvimento de uma startup estão sendo reinventadas. Podemos chamar estas disciplinas de táticas ou ferramentas, blocos de montar, peças do motor, micro serviços e objetos, modelos ou agentes. O que eu estava percebendo há alguns anos, mas que está cada vez mais evidente, é que os próprios startupeiros estão implodindo o modelo clássico de startups.

Mas, o que é que eles estão fazendo?

Bom, para achar ouro é preciso aprender a cavar no garimpo. E, neste momento, nós estamos cavando muito. Escarafunchando o que está escondido, mas brotando dentro do Vale do Silício.

E, por isso, aqui vai um convite: 

Desvendar os novos segredos é o objetivo da nossa Imersão StartSe LE Vale do Silício (Learning Experience). Uma semana mergulhados na região, para fritar os miolos e meter a mão no barro, intensa e desafiadora, focados na criação de empreendimentos inovadores.

Na próxima edição, de 22 a 26 de setembro 2025, eu, Cristiano Kruel, e meu amigo fora da curva, Maurício Benvenutti, vamos liderar a StartSe LE Vale do Silício. Venha garimpar conosco!