O ciclo de alta está próximo do fim? Ou o Banco Central ainda guarda uma última cartada?
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6 min
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8 mai 2025
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Atualizado: 8 mai 2025
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A pergunta que domina os bastidores do mercado financeiro nas últimas semanas é uma só: onde e quando vai parar a Selic? A taxa básica de juros do país, atualmente em 14,75% ao ano, tem sido a principal ferramenta do Banco Central no combate à inflação.
Mas, à medida que os efeitos cumulativos da política monetária começam a aparecer, cresce a expectativa — e a incerteza — sobre o fim do ciclo de aperto.
A última decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) trouxe mais perguntas do que respostas, e cada palavra do comunicado foi dissecada por analistas.
Para lideranças empresariais e executivos, entender esse cenário é mais do que uma curiosidade: é essencial para decisões de investimento, crédito e crescimento. A seguir, a Redação da StartSe compila um resumo da análise que os principais bancos globais e nacionais fizeram sobre o tema à reportagem da Bloomberg Línea:
O BofA não vê sentido em prolongar demais o aperto. Para o banco, esperar mais uma reunião antes de encerrar o ciclo seria pouco produtivo, pois a maior parte do impacto desejado já foi alcançada.
O BTG também sinaliza que o ciclo chegou ao fim, ao observar que os efeitos cumulativos das altas anteriores ainda estão se manifestando. Ou seja, não seria necessário forçar a barra com novos aumentos.
Com uma visão mais cautelosa, o Citi espera a Selic estável em 14,75% até dezembro, apoiando-se em uma melhora gradual do cenário inflacionário doméstico.
O Goldman foi além do curto prazo. Destacou que o Copom agora vê três riscos de alta e três de baixa para a inflação, todos “mais elevados que o usual”. O recado: o ambiente é incerto, e o BC está navegando em águas turvas.
Para o Itaú, a estratégia do Copom é manter os juros elevados por mais tempo. No entanto, o tom levemente mais brando do comunicado pode abrir espaço para o mercado antecipar um ciclo de cortes, ainda que tímidos, no futuro próximo.
O banco vê maior chance de um eventual aumento de 0,25 p.p. do que de 0,50 p.p., mas mantém a previsão de que o ciclo de alta já foi encerrado. A posição: o Copom quis manter a porta entreaberta, mas sem se comprometer.
A XP destaca a falta de sinalização clara do Copom, o que pode indicar abertura para ajustes pontuais — especialmente se a inflação surpreender. Se houver alta em junho, seria apenas de 0,25 p.p.
O J.P. Morgan acredita que esse foi o último aumento e projeta manutenção da Selic até novembro, com possíveis cortes a partir daí — caso a atividade econômica e a inflação colaborem.
Mais conservador, o Morgan Stanley enxerga cortes apenas a partir de 2026, dada a complexidade do cenário inflacionário. Para eles, o fim do ciclo de alta chegou, mas o alívio vai demorar.
Para os líderes empresariais, o recado é claro: a Selic chegou ao topo do morro — mas ainda não começou a descer. O cenário base entre os grandes bancos é de estabilidade nos juros até, pelo menos, o final de 2024, com poucos esperando cortes antes disso.
A mensagem do Banco Central, por mais ambígua que pareça, cumpre um objetivo estratégico: manter a economia em compasso de espera. E, nesse compasso, quem antecipa os próximos passos com inteligência estratégica sai na frente.
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