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Case de sucesso: como startup Styme foi comprada pela OiMenu

Empresa foi comprada por uma de suas maiores concorrentes. Objetivo? Expandir as frentes do negócio. Em entrevista exclusiva, Frederico Tonietto conta os bastidores do negócio. Confira!

Case de sucesso: como startup Styme foi comprada pela OiMenu

Frederico Tonietto e Luiz Fernando Ribeiro, fundadores da Styme (Foto: Divulgação)

, jornalista

10 min

25 ago 2021

Atualizado: 19 mai 2023

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Por Sabrina Bezerra

 “Em 2017 eu tive a ideia de fundar a Styme (…). Quando, na espera de um voo no aeroporto de LaGuardia, nos Estados Unidos, todas as mesas [da área de alimentação] estavam com cardápio digital. Na hora, eu pensei: que coisa legal. Não vejo isso no Brasil.”

Esse foi o começo da entrevista com Frederico Tonietto, um dos fundadores da Styme, startup que oferece sistemas de cardápio digital e gestão de filas para bares e restaurantes. Recentemente, a empresa foi vendida para a concorrente OiMenu. “Foi a realização de um sonho”, conta Tonietto. 

Mas a trajetória empreendedora começou oficialmente em 2018. Confira abaixo:

OS BASTIDORES DA FUNDAÇÃO DA STYME

Na época, por não conhecer muito sobre o mercado de food service — do ponto de vista de negócios —, Tonietto foi aconselhado por uma amiga a partipar do Learning Experience, programa internacional de educação executiva no Vale do Silício, realizado pela StartSe.

“Ela disse: ‘Fred, faça a imersão, pois é muito legal. Você vai entender sobre o mercado de startups e quais são os princípios básicos para escalar muito rápido’”, conta ele.

Cardápio digital da Styme (foto: reprodução)

“Eu fiz. E aprendi também que precisaria ter muita gente boa ao meu lado para fazer o negócio dar certo. Então, eu chamei o Luiz Fernando Ribeiro para fundar a Styme comigo", completa. “Nós fizemos uma ótima dupla.” 

O modelo de negócio? “Começamos a oferecer cardápio digital para os bares e os restaurantes, depois ingressamos no gerenciamento de filas e reservas”, diz o empreendedor.

A trajetória da startup também foi marcada por uma parceria comercial com a Linx, empresa brasileira especialista em tecnologia. “Chegamos em vários restaurantes do Brasil, com clientes como: Bullguer, Habib's e The Fifties”, afirma. 

No início deste ano, no programa Shark Tank Brasil, ganhou investidores como Camila Farani (sócia fundadora da G2 Capital e referência na indústria de Venture Capital no Brasil) e Caio Castro, ator e empresário.

“A partir de então, ganhamos uma exposição na mídia, e claro, a Camila ajudou com estratégias para escalonar ainda mais o negócio”, diz Tonietto. Meses depois, o sonho foi realizado: a empresa foi vendida para a OiMenu.

COMO FOI O PROCESSO DE VENDA?

Vender a empresa é o sonho de muitos empreendedores. No caso dos fundadores da Styme, era uma ambição antiga que deu certo. “Estamos muito felizes com a venda”, conta o empreendedor.

Foi um processo rápido: a negociação começou no início deste ano e foi finalizada na última semana (os detalhes você confere no tópico abaixo). O valor da aquisição não foi divulgado, mas a história tem um fato interessante: enquanto muitos empreendedores enxergam os concorrentes como inimigos, Tonietto seguiu o caminho inverso. A rival virou parceria de um (bom) negócio.

“Sempre tive uma boa relação com os concorrentes. Ao longo da jornada empreendedora, a gente trocou muita figurinha”, conta ele. “É essencial ter um bom relacionamento com o mercado quando se empreende.”

Mas as ofertas para comprar a startup (sim, foram muitas) começaram a surgir no início deste ano. Entre as interessadas, estava a OiMenu. “Percebemos que, com eles, o nosso legado faria mais sentido. Iríamos unir forças e impactar, cada vez mais, os donos de restaurantes. A companhia tem os mesmos valores, ética e transparência que a gente”, diz o empreendedor. Negócio fechado.

(Foto: Divulgação)

POR QUE A OIMENU COMPROU A STYME?

“Com certeza, a nossa carteira de cliente chamou a atenção”, diz Tonietto. Isso porque, a companhia tem mais de 200 mil usuários ativos e cerca de 60 franquias e 100 restaurantes. Além disso, o sistema de gerenciamento de filas e reservas de mesas — serviço que a OiMenu não tinha — também chamou a atenção da concorrente.

“Com essa centralização em uma única plataforma, os mais de 500 restaurantes atendidos pela OiMenu terão acesso a uma série de otimizações no gerenciamento das atividades e, como consequência, a melhoria será sentida também pelos clientes”, diz a OiMenu em comunicado.

A startup é liderada pela gestora americana Feba Capital, que prevê, nos próximos dois anos, uma série de novos negócios. “A compra faz parte de um pacote de aquisições, investidas pela FEBA Capital, com foco no mercado de food service e empresas de tecnologia. O pacote será liderado pelo time da OiMenu e tem como objetivo a integração de novos players aos nossos serviços”, conta em nota Isaac Paes, CEO e fundador da OiMenu.

“Nosso objetivo é espalhar o maior número possível de tablets em restaurantes e possibilitar o pagamento da conta pelo aparelho ou celular. Na China, país que tem liderado os avanços neste setor, todas as compras já são feitas por meio de carteiras digitais. Queremos incentivar essa revolução no mercado brasileiro já que a tecnologia está sendo muito beneficiada com o lançamento do Pix e, em breve, do Pix Crédito", completa Paes.

Os fundadores da Styme, no entanto, passam a fazer parte do time da OiMenu. Tonietto como diretor de novos negócios e Luiz Ribeiro como diretor de operações. “Continuamos na operação porque podemos agregar muito ao negócio”, diz Tonietto. 

E o que vem de novidade por aí? “A OiMenu está olhando muito para o mercado de fintech. Queremos entrar mais nesta área e, provavelmente, essas aquisições que vamos fazer, podem impactar de alguma forma esse mercado”, completa Tonietto.

+ A revolução foodtech

POR QUE IMPORTA?

A movimentação da empresa traz uma lição da nova economia: se antes o concorrente era sinônimo de rivalidade, agora, pode ser um ótimo parceiro de negócios. Veja: apesar de atuar no mesmo ramo que a OiMenu, a Styme oferecia também outros serviços dos quais faltavam na rival — e que foram essenciais para fechar a venda. 

Além disso, mostra, mais uma vez, o que temos falado com frequência por aqui: o crescimento de fusões e aquisições (M&A) das startups. Afinal, o presente exige transformação digital — e isso, as startups tiram de letra. “O futuro do food service é digital, com dados que vão ajudar os bares e restaurantes a melhorar a experiência dos clientes e gestão", afirma Tonietto.

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Sabrina Bezerra é head de conteúdo na StartSe, especializada em carreira e empreendedorismo. Tem experiência há mais de cinco anos em Nova Economia. Passou por veículos como Pequenas Empresas e Grandes Negócios e Época NEGÓCIOS.

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