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Nokia relança celulares “tijolões” — e o que está por trás disso

A novidade mostra que a empresa está apostando no mercado de feature phone. Entenda!

Nokia relança celulares “tijolões” — e o que está por trás disso

Nokia 6310 (Foto: divulgação blog Nokia)

, jornalista

8 min

22 out 2021

Atualizado: 19 mai 2023

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Há cerca de 20 anos, os celulares da Nokia faziam sucesso. Mas eles foram engolidos pelas inovações dos smartphones. Agora, a boa notícia para os fãs da marca é que um aparelho da Nokia, o 105 4G, mais conhecido como “anti-smartphone” foi aprovado para venda no Brasil. 

A aprovação, feita pela Anatel, permite que o aparelho seja vendido no país. Isso significa, que será uma opção para quem quer um aparelho menos tecnológico. Afinal, o celular não tem câmera e não oferece a opção de dual-SIM. E não para por aí… 

VOLTA DOS CELULARES TIJOLÕES?

A HDM Global, atual dona da Nokia, anunciou que vai relançar alguns clássicos. São eles: 8210 4G, 5710 XpressAudio e 2660 Flip (veja fotos abaixo). Além disso, a empresa também vai lançar um tablet. Chamado de Nokia T10 será um aparelho voltado para trabalho e vida familiar.

No caso do “tijolão” 8210 4G, a ideia é lançar a releitura com um design mais minimalista, mais fino, sem perder a originalidade do aparelho que foi sucesso há 23 anos. O celular tem câmera simples e suporte 4G. Um dos objetivos é reprisar a bateria de longa duração, diz a empresa.

Já o 5710 foi inspirado no Nokia 5310. Tem Bluetooth 5.0 e alto-falantes duplos e teclados de digitação. O 2660 Flip tem tela abre e fecha, câmera VGA e bateria de 1.450 mAh. O anúncio foi feito no mercado europeu e, por enquanto, ainda não há previsão de estreia no Brasil.

No entanto, esta não é a primeira vez que a empresa aposta no relançamento dos famosos “tijolões”. Ano passado, por exemplo, foi anunciado o Nokia 6310 — conhecido como tijolão por causa de sua boa resistência. Tinha o Snake, jogo da cobrinha, que também ficou popular na época.

O aparelho voltou em uma nova versão — em 3 opções de cores: amarelo, preto e verde escuro — em comemoração aos vinte anos do lançamento.

Este modelo celular tem a aparência parecida com o antigo, com melhorias: tela curva, botões e menus maiores, câmera de 0.3 MP com flash, MP3 player e rádio AM. Além disso, a bateria (como a antiga versão) pode durar semanas entre as cargas. 

A estratégia dos lançamentos pode estar atrelada ao apetite pelo mercado de feature phone para fisgar o consumidor que quer passar menos tempo em frente às telas. Segue o fio para entender essa história:

Nokia 6310 (Foto: divulgação blog Nokia)

O QUE É FEATURE PHONE?

São celulares básicos com algumas funções inteligentes. Em outras palavras, trata-se de um aparelho com menos recursos do que os smartphones. Podemos chamá-los de híbridos — já que une um pouco das características dos retrôs com a dos telefones inteligentes.

Geralmente, alguns modelos de features phones oferecem recursos como ligações, mensagens e rádio. Outros tipos têm câmera e wifi, mas com limitação de acesso aos buscadores, e-mails e aplicativos.

AS PESSOAS COMPRAM OS MODELOS DE FEATURE PHONE?

Sim. Segundo o IDC, o número tem caído nos últimos anos, mas continua movimentando o mercado. Para você ter uma ideia, nos 3 primeiros meses de 2021 foram vendidos cerca de 706 mil feature phones, segundo dados do IDC Brazil Mobile Phone Tracker Q1 2021.

De um lado, por causa do preço: eles são mais baratos do que os smartphones — embora a categoria tenha ficado 39% mais cara no ano passado, segundo a IDC Brasil — ainda assim é mais barato do que os celulares inteligentes. 

Do outro lado, para evitar o uso excessivo das redes sociais, as pessoas buscam se desconectar nos tempos livres, como em férias e viagens, por exemplo.

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FEATURE PHONE É PASSADO OU FUTURO?

Se depender da Nokia e das startups que estão apostando no modelo, será passado, e também futuro. Prova disso é a Ligth Phone, startup americana fundada por Joe Hollier e Kaiwei Tang, que criou um celular sem redes sociais e pesquisas no Google. Um feature phone super básico, mas com design moderno (veja foto abaixo).

“A tecnologia de nosso aparelho foi intencionalmente projetada para você usá-lo o menos tempo possível”, diz a companhia. O motivo? Aumentar a qualidade de vida das pessoas. E não, você não leu errado. Vai na contramão das gigantes da tecnologia — que a cada lançamento trazem smartphones cheios de inovações que prendem o usuário.

O Ligth Phone tem a aparência de um Kindle e está em sua segunda versão — o que mostra boa aceitação do público (não foi divulgado o número de compradores). “O Light Phone II [a segunda edição do produto] é um telefone premium e minimalista. Ele nunca terá mídia social, e-mail, navegador de internet ou qualquer outro feed infinito que induza a ansiedade. É uma experiência que chamamos de leve”, conta a companhia.

“É um telefone, ele liga e envia mensagens de texto. Há um menu personalizável de ferramentas simples e painel para gerenciar tudo. Também tem fone de ouvido e bluetooth”, completa.

Além dessas empresas, outras como a Xiaomi também apostam na fabricação do feature phone. A própria Nokia tem outros modelos além do 6310. Será que a moda pega?

Celular da The Light Phone (Foto: divulgação Instagram @thelightphone)

POR QUE IMPORTA?

Em um mundo com tanta tecnologia seria arriscado apostar nos modelos de celulares mais básicos. No entanto, a sacada dessas empresas são as pessoas que buscam reduzir o tempo que passam em frente às telas. Veja: em um mundo superconectado, seria impossível abrir mão do aparelho celular, certo? Logo, oferecer um modelo com menos funcionalidades — e um pouco mais barato do que os smartphones — pode ser uma alternativa para atrair esse público. Se essa é a direção certa, a gente não sabe, mas seguimos acompanhando o desfecho desta história.

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Celular da The Light Phone (Foto: divulgação Instagram @thelightphone)

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Imagem de perfil do redator

Sabrina Bezerra é head de conteúdo na StartSe, especializada em carreira e empreendedorismo. Tem experiência há mais de cinco anos em Nova Economia. Passou por veículos como Pequenas Empresas e Grandes Negócios e Época NEGÓCIOS.

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