O que acontece depois que uma startup vira unicórnio? É o fim do caminho? Entenda os passos seguintes de um unicórnio.
o-que-acontece-quando-uma-startup-vira-unicornio. (Foto: GettyImages).
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Por Victor Marques, da CapTable Brasil.
Muito se fala da trajetória das startups até se tornarem unicórnios. Com o crescimento no número de startups brasileiras que atingiram o status – especialmente por conta da abundância de capital no mercado privado de tecnologia –, o tópico virou febre. Mas o que ocorre depois de atingir o status? Se tornar unicórnio é um fim? Entenda os próximos passos para as startups unicórnio.
Depois de atingir US$ 1 bilhão em valor de mercado, as startups ainda têm muito o que provar. Com mais capital, as startups têm mais liberdade para experimentar e criar novas possibilidades de crescimento. Mas, com os investimentos, cresce também a expectativa dos investidores – quem investe em startups aguarda, ansiosamente, a oportunidade de ter seu exit, o retorno do investimento.
Nas startups, esses exits ocorrem através de M&As (quando a startup é faz uma fusão ou é comprada por outra empresa), IPOs (quando a startup abre o capital em uma Bolsa de Valores) e SPACs (quando uma empresa de aquisição levanta capital por meio de um IPO para adquirir uma outra empresa e então tornar uma companhia de capital aberto).
A Escola de Negócios de Stanford realizou pesquisa para mostrar qual a proporção dos diferentes tipos de saída ocorre com as startups que se tornaram unicórnios entre 1997 e 2019. Das 531 startups analisadas, 396 ou tiveram um exit ou faliram. Das 396, 54% realizaram um IPO, 34% foram adquiridas, 8% abriram capital através de listagem direta ou SPAC e apenas 4% faliram.
Ou seja, depois de virar unicórnio, as chances de uma startup falir são pequenas e os caminhos mais comuns para o exit são a abertura de capital em uma bolsa de valores e os M&As.
Com muito capital disponível para empresas privadas, no entanto, muitas das startups – unicórnios ou não – podem levar anos para fazer um IPO, por exemplo. É por isso que a criação de valor no mercado privado, especialmente de tecnologia, é bastante superior à geração de valor após a abertura de capital.
Ao observar as diferenças de valor criadas ao longo dos anos pelas empresas de tecnologia americanas, percebe-se uma tendência clara: antes, a criação de valor pós-IPO representava mais de 50% do crescimento total de um negócio de tecnologia. Porém, desde 2004, a maior parte do valor criado se concentra no mercado privado, enquanto as empresas ainda são consideradas startups.
Para tangibilizar isso no mercado brasileiro, podemos observar o recente IPO do Nubank: pode parecer um ganho razoável quando se observa que as ações cresceram de 15-20% em relação ao preço definido para o IPO. Mas, quando se observa o histórico de rodadas de investimento que o banco digital teve, a história é outra.
Em sua Série C, levantada em 2016, o Nubank foi avaliado em US$ 500 milhões post-money. Na Série G, de janeiro de 2021, a avaliação já havia pulado para US$ 25 bilhões. Isso quer dizer que os investidores que entraram na Série C, caso tenham vendido sua participação na Série G e não tiverem sofrido diluição, multiplicaram o capital investido em mais de 50x. Caso tenham aguardado o IPO para realizar seu exit (retorno do investimento), sua valorização foi ainda maior, 83x.
Logicamente, startups que já atingiram o status de unicórnio e aquelas que já chegaram à bolsa de valores possuem menor risco que as iniciantes. No entanto, boa parte da criação de valor – e consequentemente da valorização dos investimentos – está nas startups ainda em fase inicial.
Quem sai ganhando são os investidores que têm a possibilidade de entrar em empresas em crescimento, em seu princípio. No hub de investimentos da CapTable, é possível participar dessas janelas de oportunidade de se tornar sócio de empresas que ainda possuem muito valor para gerar.
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