Microsoft, Nvidia e Anthropic acabam de redesenhar o tabuleiro global da inteligência artificial

As três gigantes anunciaram uma aliança de US$ 45 bilhões. 

Pelo acordo, a Anthropic compromete US$ 30 bilhões em capacidade computacional na Azure, a nuvem da Microsoft. É uma cifra quase inimaginável, que garante à startup acesso imediato a sistemas equipados com Grace Blackwell e Vera Rubin — as arquiteturas mais avançadas da Nvidia. Em paralelo, a Nvidia injeta até US$ 10 bilhões na Anthropic, e a Microsoft, outros US$ 5 bilhões. É um pacto triplo que combina capital, nuvem e chips em uma engenharia de poder muito clara: ninguém quer ficar para trás na nova corrida armamentista da IA.

O acordo chega apenas duas semanas após a OpenAI amarrar US$ 38 bilhões em serviços de nuvem da Amazon, sinalizando que o setor vive uma disputa feroz por energia, servidores e acesso privilegiado às GPUs. Estamos falando de um mercado no qual, só em 2025, as big techs devem gastar mais de US$ 400 bilhões em infraestrutura — e, segundo o Goldman Sachs, esse número pode chegar a US$ 4 trilhões até 2030. Se alguém ainda tinha dúvidas sobre a escala dessa revolução, elas acabam aqui.

Há quem veja tudo isso como sinais de bolha: empresas que queimam dinheiro em ritmo acelerado sem mostrar lucros no horizonte — a própria Anthropic não espera atingir o break-even antes de 2028. Mas os líderes desse movimento têm uma visão diferente. 

Jensen Huang, CEO da Nvidia, tem repetido uma frase que explica o momento: “A IA precisa de fábricas.” Fábricas, no caso, são data centers colossais, alimentados por GPUs de última geração e energia barata. Quem não construir agora fica irrelevante depois.

A Microsoft entra no acordo fortalecendo seu domínio crescente em nuvem. O Azure cresceu 39% no último trimestre, bem acima dos 17,5% da AWS, e esse contrato bilionário com a Anthropic acelera ainda mais a vantagem. Curiosamente, a Anthropic continua mantendo a AWS como seu provedor principal, apesar de ter firmado essa compra astronômica com a Microsoft — um sinal claro de que, no novo mundo da IA, dependência de um único player virou risco estratégico.

No fim, a parceria não é só sobre dinheiro. 

É sobre alinhamento de forças. Microsoft garante demanda; Nvidia garante poder computacional; Anthropic garante modelos cada vez mais sofisticados. É um pacto de sobrevivência e expansão ao mesmo tempo. Um choque tectônico que deve impactar não só o Vale do Silício, mas todos os mercados dependentes de IA — ou seja, praticamente todos.

Se parecia que o jogo já estava definido, pense de novo. 

A nova rodada pela liderança e domínio de IA começou. E ela é trilionária.