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Pesquisadores criam material semicondutor que é capaz de 'pensar'

O material é capaz de sentir estímulos mecânicos e reagir eletronicamente; a inovação pode transformar o mercado de semicondutores

Pesquisadores criam material semicondutor que é capaz de 'pensar'

, jornalista da StartSe

4 min

22 fev 2023

Atualizado: 19 mai 2023

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Os chips semicondutores transformaram o mundo da tecnologia (e ajudaram a tornar o Vale do Silício o que ele é hoje). Agora, cientistas criaram algo que pode transformar este cenário: um material semicondutor que é “capaz de pensar”.

Pesquisadores da Universidade Estadual da Pensilvânia e da Força Aérea dos Estados Unidos desenvolveram um material capaz de identificar impulsos e toques mecânicos (como um apertão, por exemplo) e reagir de forma eletrônica. O estudo foi publicado na Revista Nature.

Como funciona?

O material possui circuitos que, quando recebem estímulos externos, os transformam em informações elétricas que podem ser processados e criar novas reações. Na prática, a inovação pode ser usada para detectar frequências de rádio, por exemplo.

O potencial dessa descoberta é enorme, principalmente para identificar sons, vírus e cheiros que o corpo humano não é capaz de identificar. Para Ryan Harne, professor na Universidade Estadual da Pensilvânia e um dos responsáveis pela pesquisa, o material pode ser usado para identificar, isolar e “neutralizar patógenos transportados pelo ar”.

“O que torna os humanos inteligentes são nossos meios de observar e pensar sobre as informações que recebemos por meio de nossos sentidos, que refletem a relação entre a informação e como podemos reagir”, comentou Harne.

Agora, o próximo passo da pesquisa é tornar o material capaz de processar informações e estímulos visuais.

Como eles desenvolveram?

O material é resultado de um estudo feito pela universidade em 2021 e de uma pesquisa de 1938 do matemático Claude E. Shannon. Considerado “pai da teoria da informação”, ele desenhou um circuito elétrico que reage a partir de estímulos mecânicos. Seu estudo, no entanto, não previu como eles podem ser usados em larga escala.

Além de Ryan Harne, Charles El Helou (estudante em engenharia mecânica na Universidade da Pensilvânia), Benjamin Grossman, Christopher E. Tabor e Philip Buskhol (pesquisadores do Laboratório de Pesquisa da Força Aérea dos Estados Unidos) também participaram da pesquisa.


Por que importa?

Embora ainda esteja em fase de testes, o fato de o material ser capaz de “sentir” e “identificar” sensações que humanos não conseguem e traduzi-las em informações pode transformar completamente o mercado.

Em tempos de pandemia, um sensor que identifica vírus no ar e repassa essa informação eletronicamente tem o potencial de mudar tudo.

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Imagem de perfil do redator

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero. Apresenta o podcast Agora em 10 na StartSe e também atua na área de Comunidades na empresa. É especialista em inovação, tecnologia e negócios.

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