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JOKR/Daki fecha operação nos EUA para se concentrar na América Latina

EUA representava só 5% do negócio do unicórnio JOKR/Daki. Anúncio acontece no momento em que dinheiro para crescimento fica escasso

JOKR/Daki fecha operação nos EUA para se concentrar na América Latina

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Apenas 6 meses depois de alcançar o status de unicórnio, a startup de delivery de alimentos JOKR, que opera como Daki na América Latina, anunciou que vai encerrar suas operações nos Estados Unidos. A companhia fazia entregas nas cidades de Boston e Nova York – onde ficava sua sede.

Em comunicado, o fundador e diretor global da JOKR, Ralf Wenzel, afirmou que a startup quer se concentrar na América Latina. “Decidimos aumentar nossos investimentos na região organicamente e explorar ouras oportunidades complementares, expandindo nossa presença geográfica e nossa oferta de serviços para nos tornarmos o supermercado online líder, um mercado de varejo de US$ 1,2 trilhão com menos de 10% de penetração online”, pontua.

Em janeiro, o site The Information escreveu que a companhia estaria em busca de um comprador para a sua operanão em Nova York, que representava a maior parte de sua operação nos EUA. Na época, um porta-voz da Jokr disse que não havia panos de venda da operação no país e que nenhuma conversa nesse sentido tinha acontecido. De acordo com o o site, a JOKR estimava que sua operação nos EUA iria queimar US$ 74 milhões ao longo de 2022 e US$ 84 milhões em 2023. Para a América Latina, a perspectiva era mais otimista: ficar perto do break even em 2022 e ter geração de fluxo de caixa positiva de US$ 76 milhões em 2023.

Momento de ajustes

O anúncio acontece no momento em que o mercado de venture capital pisa no freio e o financiamento para negócios que demandam altos investimentos para crescer, como é o caso do segmento de entregas rápidas, fica escasso. Nos EUA, duas companhias já deixarem de operar: Buyk e Fridge No More. Já Gorillas e Getir fizeram cortes pesados. Aqui no Brasil o segmento ainda é incipiente e vem recebendo investimentos do iFood, Rappi, Uber (com Cornershop) e a própria Daki.

Segundo Ralf, as operações nos Estados Unidos representavam apenas 5% de todo o negócio e tinha uma “oportunidade estruturada de maneira muito diferente das outras regiões” em que a startup atua. O negócio foi estruturado em maio de 2021 a partir da fusão da brasileira Daki e da JOKR, que começou sua operação no México e migrou para os EUA. Com 1 ano de vida, a companhia chegou a 200 lojas e 15 cidades na base, incluindo a América Latina e os EUA.

As operações na América do Norte incluiam uma rede de 9 centros de micro-atendimento, de acordo com a Bloomberg. Como parte da reestruturação, a empresa cortará cerca de 50 funcionários de seus 950 colaboradores em todo o mundo. A companhia vai manter a marca JOKR para os outros países na América Latina e ficar com Daki só no Brasil.

Ralf afirma que a decisão de sair dos Estados Unidos “não foi fácil”, mas ressalta que a oportunidade de varejo global é “sem precedentes e incomparavelmente grande; ainda com grandes possibilidades de inovação e disrupção”.

Como anda a Daki no Brasil

Em dezembro do ano passado, quando recebeu um cheque de US$ 260 milhões na sua série B, a JOKR/Daki revelou que tinha planos de acelerar a expansão, com destaque para o Brasil.

Na época, Rafael Vasto, presidente da Daki contou ao Startups que o plano era sair de 60 para 100 lojas antes de completar 1 ano de vida e chegar a 150 em 2022. Nesse processo, a companhia pretendia ir além do eixo Rio-São Paulo, incluindo capitais como Belo Horizonte, mas também grandes cidades do interior dos estados, como Campinas (SP), onde ela já opera.

Atualmente a companhia tem 90 lojas. Com a mudnaça de ventos no mercado de venture capital, os planos também mudaram e o foco deixou de ser expansão para ser organizar a casa, se concentrando nas operações em São Paulo, Rio e Belo Horizonte. A companhia vem abrindo mais lojas nessas cidades e montou um centro de distribuição em SP com investimento de R$ 4 mihões.

Em abril, a companhia anunciou o lançamento de uma linha de produtos própria, que tem como objetivos aumentar a fidelidade dos clientes e verticalizar a operação, melhorando as margens.

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