O CEO da Nvidia rompe com o discurso do medo e coloca o Vale do Silício em uma nova era: a do uso obrigatório de IA.
Jensen Huang, presidente da NVIDIA
, redator(a) da StartSe
6 min
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27 nov 2025
•
Atualizado: 27 nov 2025
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Jensen Huang não está só liderando a Nvidia — ele está moldando a filosofia central da indústria. Em uma reunião geral na última quinta-feira, um dia após a companhia divulgar mais um trimestre histórico, o CEO foi direto: não há espaço para equipes que evitam IA.
Segundo Huang, alguns gestores pediram que funcionários reduzissem o uso de inteligência artificial no dia a dia. A resposta dele foi cirúrgica: “Vocês estão loucos?”. Para Huang, toda tarefa que puder ser automatizada deve ser automatizada.
Em vez de acalmar o receio da automação, Huang inverte a lógica: ele garante que o uso de IA não elimina trabalho — cria trabalho. A empresa, segundo ele, acabou de contratar “vários milhares” de pessoas no último trimestre e ainda estaria “10 mil abaixo do necessário”. Para o CEO, os funcionários devem usar IA mesmo quando ela falha: “Use até que funcione. E ajude a torná-la melhor.”
A Nvidia não está sozinha. Microsoft avisou funcionários de que usar IA nos fluxos internos já é obrigatório. Meta incluiu uso de IA como critério de avaliação. Google mandou engenheiros programarem com Gemini. Amazon discute adoção de ferramentas como Cursor.
A nova regra do jogo é simples: IA construída com IA, operada por times que usam IA diariamente.
Huang reforça que IA não substitui colaboradores dentro da Nvidia; amplia sua capacidade. É por isso que a companhia está abrindo novos escritórios nos EUA e na Ásia — incluindo Xangai e Taipei — e aumentando sua força de trabalho em ritmo acelerado. Na visão dele, trabalhadores que dominam IA não perdem espaço. Ganhando escala, tornam-se indispensáveis.
Apesar de lucros recordes e projeções ainda maiores, as ações da Nvidia caíram após o anúncio. Huang chamou isso de “cenário sem vitória”:
– Se a empresa apresenta um trimestre ruim, vira evidência de uma bolha.
– Se entrega um trimestre excelente, “alimenta a bolha”.
Segundo o CEO, qualquer oscilação mínima faria o mercado “desmoronar”. O sucesso da Nvidia criou expectativas tão altas que qualquer resultado é interpretado como risco.
Investidores icônicos, como Michael Burry — eternizado em “A Grande Aposta” — vêm alertando para uma possível repetição da bolha da internet. Em seu primeiro texto no Substack, Burry comparou a Nvidia à Cisco dos anos 1990 e afirmou que empresas “têm permissão para inovar até a própria morte”. É um alerta direto ao hype inflado em torno da IA.
Huang deixou claro aos funcionários que a empresa continuará acelerando a adoção de IA independentemente da opinião do mercado. O recado dele:
“Usar menos IA é correr atrás. Usar mais IA é projetar o futuro.”
Mais do que uma orientação operacional, a fala de Jensen Huang é um manifesto.
A era em que empresas discutiam se deveriam ou não adotar IA acabou.
A nova fase é outra: quem não usa IA em tudo está ficando para trás.
O mundo corporativo está discutindo se a IA vai substituir pessoas. Huang não está. Ele tem outra visão: as pessoas que usam IA substituirão as pessoas que não usam.
E, para ele, este é o único futuro possível.
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Jornalista e Copywriter. Escreve sobre negócios, tendências de mercado e tecnologia na StartSe.
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