Com a aquisição da Confluent, a IBM sinaliza que sua nova grande aposta para voltar ao protagonismo tecnológico passa por dados em tempo real e infraestrutura robusta para inteligência artificial.
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6 min
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9 dez 2025
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Atualizado: 9 dez 2025
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A IBM acaba de dar um passo audacioso para se reposicionar no mundo da tecnologia. A empresa fechou a compra da Confluent por US$ 11 bilhões em dinheiro, pagando US$ 31 por ação, numa oferta com prêmio de cerca de 34% sobre o último fechamento. A transação, anunciada em 8 de dezembro, deve ser concluída até meados de 2026.
É o maior M&A da companhia desde a aquisição da Red Hat em 2019 — um marco que revela o quanto a IBM está disposta a investir para garantir sua fatia na nova economia da inteligência artificial.
A Confluent oferece uma plataforma de código aberto especializada em transmissão de dados em tempo real, uma camada crítica para casos de uso de IA empresarial. Com mais de 6,5 mil clientes, incluindo empresas da Fortune 500, a empresa mantém parcerias com gigantes como AWS, Microsoft e mesmo com players de linguagem e IA — o que a torna um pilar estratégico num mundo onde dados limpos, rápidos e disponíveis em escala são diferenciais competitivos.
No comunicado oficial, o CEO da IBM, Arvind Krishna, afirma que a combinação entre IBM e Confluent vai permitir que organizações implementem IA generativa “de forma mais eficiente e veloz” — traduzindo a aposta em dados como infraestrutura essencial para a próxima geração de serviços corporativos.
Para a Confluent, as vantagens também são claras: com a escala global, a capacidade de execução e o portfólio da IBM, a empresa espera acelerar sua estratégia e ampliar o impacto da plataforma.
Nos últimos anos, a IBM fez uma transição estratégica: de gigante de hardware e serviços legados, para protagonista da nuvem híbrida, automação e IA para empresas.
Em 2025, a empresa vem reforçando seu portfólio com aquisições pontuais (como da startup de infra em nuvem/IA HashiCorp, por US$ 6,4 bilhões) e parcerias com empresas de IA para atender demanda crescente por automação, dados e agentes autônomos corporativos.
Os sinais mais recentes dos balanços mostram um aumento na receita e no fluxo de caixa livre da companhia, o que dá base financeira para esse tipo de aposta ousada.
Mas o cerne da estratégia da IBM parece claro: não basta oferecer IA — é preciso dominar a infraestrutura de dados que vai alimentar os próximos anos de inovação corporativa.
Dados em tempo real deixam de ser luxo — viram pré-requisito
Com a Confluent, a IBM passa a oferecer uma cadeia completa de dados + processamento + infraestrutura + automação, essencial para projetos de IA generativa e agentes inteligentes.
Concorrência com Big Techs e novos entrantes se intensifica
Ao reforçar infraestrutura para IA corporativa, a IBM se posiciona como alternativa a gigantes de cloud e startups de IA — cobrando competitividade tanto em tecnologia quanto em governança e privacidade.
Velha guarda tenta se reinventar em educação e transformação digital empresarial
Para empresas tradicionais — as que nem pensavam em IA há alguns anos — a compra sinaliza que agora há infraestrutura madura para adoção em larga escala. A IBM parece apostar que será a ponte entre o legado e o futuro digital.
O investimento bilionário traduz convicção — mas também traz peso. A estratégia da IBM depende de dois fatores cruciais:
Que empresas estejam realmente dispostas a migrar cargas de dados críticas para plataformas de streaming e IA.
Que a adoção de IA corporativa acelere de fato, gerando escala e retorno para justificar o desembolso.
Se funcionar, a gigante antiga pode se reinventar como um dos pilares da próxima era tecnológica global. Se falhar, corre o risco de ser vista como quem pagou muito caro por uma aposta antecipada demais — e o ecossistema de IA pode simplesmente migrar para outras plataformas mais flexíveis ou open-source.
Mas, por enquanto, a aposta está feita. E em uma era onde dados são o novo petróleo, a IBM parece determinada a refinar sua própria reserva.
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Jornalista e Copywriter. Escreve sobre negócios, tendências de mercado e tecnologia na StartSe.
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