Entender a China e observar o quanto o mundo está mudando por causa dela é fundamental
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, redator(a) da StartSe
6 min
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19 set 2025
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Atualizado: 19 set 2025
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A China hoje expõe uma forte contradição ao modelo ocidental tradicional: o capitalismo liberal, que aposta em mercados livres, mínima intervenção estatal e direitos individuais como alicerces do crescimento econômico, parece insuficiente para explicar como Pequim construiu sua ascensão.
O Estado chinês segue mantendo papel central em setores estratégicos, orientando investimento, definindo prioridades tecnológicas e regulando fortemente empresas privadas, especialmente as de tecnologia.
Esse arranjo híbrido — nem capitalismo puro, nem socialismo tradicional — tem permitido à China alcançar em décadas o que muitos países ocidentais não conseguiram: crescimento persistente, inovação de escala e influência global crescente.
Segundo relatório do China Economic Update do Banco Mundial (junho de 2025), embora haja fraquezas, especialmente no setor imobiliário e no emprego jovem, o governo responde com estímulos fiscais e políticas de investimento público que sustentam crescimento de cerca de 5%.
O modelo ocidental, com foco em política monetária ou regulações mínimas, não tem a mesma capacidade de orquestrar crescimento coordenado com objetivos de longo prazo – como inovação estratégica, segurança digital ou soberania tecnológica.
O “fracasso” do capitalismo ocidental não é um colapso ideológico, mas uma incapacidade prática de responder a desafios que a China trata como prioritários: transição energética, ambição geopolítica, autossuficiência em semicondutores etc.
Empresas nos EUA ou Europa enfrentam ciclos eleitorais, divisões regulatórias ou litígios que tornam intervenções governamentais coordenadas mais difíceis. A China, em contraste, mobiliza recursos centralizados para metas nacionais, por exemplo, investindo bilhões em infraestrutura digital, redes 5G, IA, e eletrificação.
O resultado é uma economia que mistura competição de mercado com direção do Estado: um modelo que talvez nós, ocidentais, tenhamos críticas, mas é inegável que está funcionando para os objetivos chineses.
Para quem observa de fora, isso exige repensar: não basta criticar intervenções estatais como se isso impedisse um país de crescer. Novos modelos de capitalismo, ou “capitalismo condicionado pelo Estado”, talvez sejam mais adequados para grandes nações em posições estratégicas.
Observe o cenário mundial: a grande nação da liberdade e símbolo do capitalismo de mercado está indo por este caminho. Ou você acha que o Governo dos EUA comprar uma parte da Intel, de olho no controle do mercado dos semi-condutores foi à toa?
Donald Trump, que quando efetivou a compra teve inúmeras manchetes o rotulando de socialista, ainda afirmou, em sua rede social: "Farei acordos como esse para o nosso país o dia todo", deixando aberta a possibilidade de aumentar a participação do Governo em empresas estratégicas para o futuro.
Isso não é mero acaso, é consequência do sucesso relativo da China: ela acaba por pressionar economias ocidentais a repensarem seus pressupostos sobre mercado livre, regulação e soberania econômica num mundo polarizado.
É claro: nada aqui é uma verdade absoluta. É pura análise, leitura, conexões de episódios, estatísticas e estudos que, isoladamente parecem não dizer muita coisa, mas eles estão contando a história do mundo como conhecemos e aquilo que ainda vamos conhecer.
Você pode concordar, discordar, ter a sua própria análise sobre os fatos. O que, sinceramente, é fundamental: furar a bolha. Sair da bolha. Olhar para o desconhecido oriental como quem quer aprender, não como quem quer, de cara, refutar.
É por isso que conhecer a China que a maioria dos brasileiros desconhece é uma excelente oportunidade que a StartSe oferece na Imersão China.
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Jornalista e Copywriter. Escreve sobre negócios, tendências de mercado e tecnologia na StartSe.
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