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Foodtechs atuam e lucram contra a perda de comida

Para diminuir a perda alimentar e aumentar a produtividade, startups B2B e B2C criam soluções com inteligência artificial, marketplaces e até blockchain.

Foodtechs atuam e lucram contra a perda de comida

Comida (foto: Cristiano Pinto/Unsplash)

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Um oferecimento

Por Emily Nery

O avanço cada vez maior de processos automatizados e da inteligência artificial têm transformado cada vez mais setores do mercado. A área alimentícia é um bom exemplo de como enxergar a tecnologia como protagonista para combater, por exemplo, a perda de alimentos da cadeia produtiva e dar um outro destino à comida que não seja a lata do lixo. 

Nós já comentamos por aqui como a inteligência artificial auxilia diretamente no ganho de produtividade das lavouras e pomares. Mas boa parte desses alimentos, que acabaram de sair das fazendas, são perdidos antes de chegarem ao consumidor. Segundo dados das Nações Unidas, 14% de toda a comida produzida é perdida nesta etapa. Mas há outro lado também ligado ao mau armazenamento e gerenciamento de estoques. Em países em desenvolvimento, como o Brasil, a FAO estima uma perda de 14 a 21% nas etapas de processamento e distribuição.

Os efeitos são claros: desperdício de alimento e prejuízo à sociedade. Assim, algumas soluções tecnológicas surgiram para trazer boas práticas ao armazenamento e criar uma transformação cultural para empresas e toda a cadeia produtiva. 

AUTOMAÇÃO PARA DAR NOVA VIDA ÀS “SOBRAS”

Saveadd (foto: reprodução)

A SaveAdd, startup de gerenciamento e negociação de excedentes, tem como objetivo mudar a concepção de sobras, além de facilitar a administração segura de alimentos que sobraram nos estoques do varejo e da indústria. 

Atuando desde 2019, a marca funciona em duas frentes integradas: primeiro, por meio da inteligência artificial, ela consegue catalogar o estoque de alimentos de empresas varejistas, indústrias, ONGs e até de outras startups. Assim, sabe previamente quando comidas excedentes estão perto do vencimento ou já passaram da fase de serem aceitas pelo consumidor final, por exemplo. 

Do outro lado, todos esses dados ficam visíveis a perfis de compradores que já costumam utilizar tais alimentos em sua produção. Por exemplo, um supermercado tem uma certa quantidade de banana perto do vencimento. Na plataforma da SaveAdd, isso aparece disponível para compra apenas para empresas com perfis compatíveis para compra do produto, como uma fábrica que utiliza a fruta para fazer doces. Ou o sistema pode até incluir perfis de clientes que preferem a fruta em um estado avançado de amadurecimento para criação de aromas. 

Dessa forma, a comida está em uma boa fase para a indústria, com uma alta concentração de frutose e, além disso, as compradoras acabam pagando bem menos. Do lado do vendedor do excedente, ele deixa de jogar o produto fora e ainda ganha uma porcentagem pela venda. 

CONTRATOS INTELIGENTES

Salvador Iglesias, fundador da Saveadd (foto: reprodução/Arquivo Pessoal)

Salvador Iglesias, co-founder e CEO da SaveAdd, percebeu que a empresa precisava preencher a lacuna da tomada de decisão do empresário e acabar com a burocracia para encontrar um comprador do alimento excedente. Além disso, precisava contar com a confiança de seu cliente, já que todos os dados sobre seus produtos estariam sob cuidados de um terceiro.

A solução foi apostar em contratos inteligentes, recurso que utiliza diretamente o conceito de blockchain. O uso dela traz segurança a seus clientes e permite que as informações armazenadas possam ser executadas automaticamente quando condições pré-definidas forem atendidas, como naquele exemplo da venda das bananas. “No final, nós fazemos com que o cliente possa confiar no processo e não necessariamente nos envolvidos”, afirma Salvador. 

“PARA UNS, É O LIXO; PARA OUTROS, O LUXO”

Para adotar um serviço de gerenciamento de estoques e negociação de excedente, Salvador relata que basta ter uma noção mínima sobre a estocagem da empresa. Então, identificar possíveis soluções e destinos para suas “sobras”. Já todo o manejo e a busca por um destino ao excedente fica por conta da inteligência artificial e da blockchain

O mais importante é entender que o lixo é a última das saídas. O processo da cadeia produtiva varia conforme o local para onde o alimento é destinado. Para o varejo, o produto pode ter validade de 10 dias, enquanto, para a indústria, sua vida útil pode durar muito mais tempo.

FOOD TO SAVE É O IFOOD DAS SOBRAS

Food to Save (foto: divulgação)

Os sócios Murilo Ambrogi, Lucas Infante e Fernando Henrique fundaram a Food to Save em 2020. Trata-se de um marketplace que conecta restaurantes e lojas com alimentos próximos da data de validade a clientes interessados em experimentar a comida e pagar um preço quase 70% menor

A Food to Save possui um site em que mostra os restaurantes parceiros próximos a sua localização. Além disso, aponta quais são os pacotes disponíveis ao cliente com base no que deseja - comida doce, salgada ou mista. São oferecidos três tamanhos de sacolas, com preços de R$ 10,99, R$ 15,99 e R$ 20,99. Assim, quanto maior for a sacola, maior é o abatimento de preço. 

No entanto, o que torna a experiência ainda mais interessante é a surpresa: o cliente escolhe o tipo de alimento que deseja, mas é somente quando a embalagem chega que descobre qual foi a comida selecionada. Com atuação em São Paulo, a Food to Save possui em seu portfólio colaboradores como lojas de donuts, padarias, docerias, sorveterias e até hortifrutis. 

STARTUP JÁ VENDEU MAIS DE 2 MIL SACOLAS

Sacola da Food to Save (foto: divulgação)

Lucas comenta que a Food to Save surgiu em outubro de 2020 por meio de compras no Instagram, mas o site da marca só entrou no ar em maio de 2021. Nesse curto período, a startup já soma mais de 2 mil sacolas comercializadas e cerca de 500 mil usuários ativos. 

A expansão da empresa é atribuída principalmente ao boca a boca. “Nós atuamos por consciência e as pessoas também. Hoje elas são muito mais ativistas do que antes, elas procuram consumir em empresas sustentáveis e engajadas socialmente”, ressalta Lucas. 

Nas redes sociais da marca, o co-founder afirma que procura gerar conteúdo voltado ao combate ao desperdício de alimento e a atenuação do Food Loss. O perfil dá dicas do que fazer com alimentos que, aparentemente, já perderam o tempo de consumo, além de dar indicações de receitas utilizando as sobras e partes das comidas que poucas pessoas usam, como a casca do abacaxi.

Com foco nas gerações Y e Z, o próximo passo da Food to Save é exportar o marketplace para um aplicativo, facilitando a interação de seus clientes e aumentando sua participação na esfera digital. O “Kinder Ovo da fase adulta”, conforme nomeou um usuário da marca, pretende se expandir para fora da capital paulista. 

Os executivos contam que já foram procurados por investidores que querem levar a Food to Save para outras capitais do Brasil. E o trio enxerga com bons olhos: "Queremos chegar nas grandes cidades do país para mostrar a importância do consumo consciente e levar o nosso propósito de olhar para o alimento de uma outra forma”.

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