Empresas não estão prontas para inovar, mostra estudo do BCG
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10 jul 2024
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Atualizado: 10 jul 2024
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A inovação foi citada como prioridade para 83% dos executivos ouvidos por um levantamento realizado pelo Boston Consulting Group (BCG). No entanto, as respostas coletadas no estudo mostraram que, apesar das boas intenções, a maior parte das empresas não realiza esforços efetivos nessa direção ou não está pronta para, de fato, implementar inovações.
Entre os setores que destacam a inovação como tema prioritário estão tecnologia (98%), mídia e entretenimento (94%), bens duráveis (91%), química (91%) e viagem, turismo e hospedagem (87%).
O estudo Innovation Systems Need a Reboot avaliou a maturidade da inovação de empresas em uma escala de 100 pontos por meio de uma pesquisa realizada com mais de 1 mil executivos seniores em todo o mundo, incluindo o Brasil.
No âmbito global, 83% dos respondentes classificaram a inovação entre as três principais prioridades de suas organizações e 86% estão experimentando a IA generativa (GenAI), principalmente na área de pesquisa e desenvolvimento (P&D) de produtos e soluções.
Contudo, a situação muda quando os executivos são perguntados sobre ações efetivas. As respostas mostraram que menos da metade (48%) das companhias fez algum esforço para alinhar suas estratégias de negócios e inovação. Entre as que conseguiram, apenas 12% relatam que os esforços conjuntos entre as áreas estão gerando um impacto real.
“Essa falta de alinhamento entre as estratégias de negócios e inovação pode ser um dos fatores que contribuem para a baixa prontidão para inovação observada em 2024, em que apenas 3% das instituições se qualificaram como prontas para inovação, uma queda acentuada em relação a 2022, quando esse índice era de 20%”, reflete Bruno Vasconcellos, diretor executivo e sócio do BCG.
O relatório mostra ainda que organizações que já usam GenAI têm 80% mais probabilidade de se identificarem como líderes em inovação e cinco vezes mais probabilidade de aplicar essa tecnologia em escala.
No Brasil, a situação é ainda mais desafiadora: apenas 50% dos executivos veem a inovação como uma das prioridades centrais do negócio. Para 70% dos brasileiros entrevistados, a cultura avessa ao risco é o maior desafio para a instituição, seguida por estratégias não claras ou excessivamente amplas (45%) e falta de governança robusta (40%).
Em relação ao uso da GenAI, 65% das empresas brasileiras estão começando a utilizá-la para impulsionar a inovação, sendo que 35% estão experimentando a tecnologia em áreas limitadas e 30% usam em aplicações selecionadas. Porém, nenhuma está aplicando a GenAI em escala, em contraste com a média global de 8%.
“As empresas brasileiras devem intensificar suas estratégias de inovação e utilizar a GenAI como um acelerador. Para tanto, devem se concentrar em seis elementos-chave: propriedade executiva, claro senso de propósito, foco na vantagem competitiva, domínios específicos, estrutura de portfólio direcionada e objetivos quantificáveis. Companhias que implementam pelo menos quatro desses elementos têm mais de 50% das vendas provenientes de inovações em comparação com seus concorrentes”, afirma Bruno.
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