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Empreendedorismo feminino: conheça as empresárias de sucesso na tecnologia

Em homenagem ao Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino, conheça, a seguir, algumas das mulheres que estão transformando o ecossistema no Brasil

Empreendedorismo feminino: conheça as empresárias de sucesso na tecnologia

Empreendedorismo feminino (Foto: Pexels)

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20 min

19 nov 2023

Atualizado: 19 nov 2023

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Por Gabriela Del Carmen

O empreendedorismo feminino segue crescendo de forma expressiva em todo o mundo. Somente no Brasil, já são mais de 30 milhões de mulheres empreendedoras – que representam mais da metade dos pequenos negócios no país, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Global Entrepreneurship Monitor em parceria com o Sebrae.

No entanto, os avanços em diversidade, inclusão e representatividade feminina no mercado de tecnologia ainda são tímidos e os dados, muito menos animadores. 

  • Apenas 4,7% das startups no Brasil são fundadas exclusivamente por mulheres – um avanço de apenas 0,3% na última década, de acordo com o estudo “Female Founders Report 2021”, elaborado pelo Distrito com a Endeavor e a B2Mamy. 
     
  • Se considerarmos as empresas cofundadas por mulheres, o número sobe para apenas 9,8% do total das startups do ecossistema.

“Ser mulher no mercado corporativo e na sociedade em geral é, de fato, desafiador. Ser fundadora de uma startup no ecossistema brasileiro exige não apenas foco, estudo e persistência, mas também paciência e um posicionamento firme. Enfrentar a descredibilização por ser mulher é uma realidade com a qual muitas empreendedoras lidam. Nossas ideias são frequentemente desmerecidas, e há uma crença equivocada de que somos improdutivas e incapazes de pensar racionalmente”, afirma Tatiana Pimenta, fundadora e CEO da Vittude, ao Startups. 


A executiva conta que na fase avançada do desenvolvimento da Vittude, a busca por investimentos se tornou particularmente desafiadora – um desafio infelizmente comum quando o assunto é empreendedorismo feminino. 

“Abordei diversos fundos, conversei com inúmeras pessoas – inclusive grupos de investidoras mulheres – e enfrentei uma série de recusas. Confesso que cogitei a possibilidade de desistir”, relembra. A motivação para continuar foi a missão em promover o acesso à saúde mental. 

“Meu propósito na área da saúde mental é o alicerce que me dá forças para superar qualquer obstáculo. Agarrei-me a esse propósito e mesmo diante dos percalços, continuo firme.”

Como especialista em gestão e tecnologias há mais de 20 anos, Nina Silva, fundadora da fintech D’Black Bank e do Movimento Black Money, já tinha uma visão clara das necessidades e lacunas existentes no mercado de tecnologia quando decidiu empreender.

“Ao longo da minha carreira, percebi uma falta significativa de representação de pessoas negras e mulheres nas empresas no brasil e exterior. Isso me motivou a criar um hub com diferentes áreas de negócio e a me tornar conselheira para alavancar outros negócios e carreiras de pessoas pretas”, afirma.

A executiva queria criar soluções inovadoras que atendessem a todas essas demandas e oferecessem oportunidades para pessoas que historicamente foram marginalizadas no setor.  

“Uma motivação importante foi a possibilidade de criar um ambiente inclusivo e diversificado em minha própria empresa, onde pessoas de diferentes origens e perspectivas pudessem contribuir e se sentir valorizadas. Por fim, empreender em tecnologia e inovação me permitiu ter controle sobre meu próprio trabalho e carreira. Queria ter a liberdade de explorar minhas ideias e paixões sem as limitações que muitas vezes são impostas em ambientes corporativos tradicionais.”

Empreendedorismo feminino: conselhos reais

Quais incentivos são necessários para fomentar, acolher e transformar o empreendedorismo feminino em tecnologia no Brasil? Para Tatiana Pimenta, da Vittude, um dos pontos principais é ser ouvida. 

“Não nos são proporcionadas as mesmas oportunidades que são oferecidas aos homens. Precisamos trabalhar duas, até três vezes mais, para mostrar nosso valor e comprometimento. E mesmo assim, o mercado não dá ouvidos às nossas ideias, não nos concede espaço para realizar nosso trabalho. Já estudamos muito, então talvez o que falte não seja apenas incentivo, mas sim oportunidade.”

Nina Silva, do Movimento Black Money, destaca também uma urgência de educar o próprio ecossistema. “Precisamos educar investidores, parceiros e até mesmo o público em geral sobre o conceito e o potencial das startups de impacto, pois o cálculo de retorno financeiro é diferente. Isso pode exigir um esforço adicional para comunicar o valor e a importância do impacto social, além dos aspectos financeiros do negócio”, analisa.

Questionada sobre qual conselho gostaria de ter escutado para facilitar sua jornada, Nina cita a importância das conexões.

“Parcerias são necessárias em todos os momentos e os erros são aprendizados preciosos que não precisam gerar ansiedade. Construir rede de apoio é bem mais sobre uma comunidade engajada de maneira horizontal onde clientes, fornecedores, colaboradores e outros agentes fazem parte de um ecossistema expandido onde a verdade e compartilhamento de valores farão essas relações serem mais produtivas e duradouras”, pontua.

Já Tatiana reconhece que os conselhos não seriam suficientes para simplificar o processo. “Acredito que nada do que me contassem teria facilitado minha jornada. Passei por muitas coisas até chegar aqui, inclusive por um relacionamento abusivo. Nunca estamos preparados para passar por algo até vivenciarmos na prática. Mesmo tendo estudado antes, e embora me sentisse preparada, acredito que não estava de fato”, avalia.

Como mensagem para outras empreendedoras, ela deixa o recado: não se assuste se aparecer algum imprevisto no meio do caminho ou se algo não der certo; é assim mesmo. “É caindo que aprendemos e é vivendo que adquirimos experiências. Cuidar da sua saúde mental é a melhor coisa que você pode fazer para você e para o seu negócio”, finaliza.

Em homenagem ao Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino, conheça, a seguir, algumas das mulheres que estão transformando o ecossistema no Brasil:

Andréa Migliori, Workub

Com mais de 20 anos de experiência em tecnologia, liderança e inovação, Andréa é fundadora da Badaró, agência especializada em experiências digitais para grandes empresas, e atualmente é CEO e fundadora da Workub, HRTech de soluções para portais corporativos por assinatura. A executiva também  atua como mentora em programas de formação e aceleração de startups, e fala sobre temas variados como tecnologia, modernidade, RH, carreira, mercado de trabalho, inovação, empreendedorismo e gestão de negócios. 

Foto: Reprodução/LinkedIn

Camila Florentino, Celebrar

Desde a adolescência, Camila Florentino sabia que queria trabalhar com eventos. Em 2015, como resultado do seu Trabalho de Conclusão de Curso, ela cofundou a Celebrar ao lado de Patricia Cella. A startup oferece um marketplace que conecta grandes empresas e multinacionais e pequenos e microempreendedores individuais, que atuam como fornecedores de serviços para eventos. Assim, a eventech utiliza tecnologia para levar eficiência ao mercado e ajudar grandes empresas a contratar micro fornecedores de experiências corporativas.

Carla Moussalli e Márcia Cunha, Plenapausa

A Plenapausa é uma femtech brasileira especializada em soluções para mulheres na menopausa. O negócio foi fundado por Márcia Cunha, que também é investidora-anjo da Feel, e Carla Moussalli, que além de empreendedora atua como mentora na B2Mamy. Fundada em 2021, a startup se posiciona como uma plataforma de informação, cuidado e tratamento para mulheres a partir da menopausa, desenvolvendo suplementos para aliviar os principais sintomas.

Carla Moussalli e Márcia Cunha, Plenapausa

Dani Junco, B2Mamy

Um dos principais nomes do país quando se pensa em inovação e maternidade, Dani é fundadora e CEO da B2Mamy, a maior comunidade de mães do Brasil. Desde 2016, a socialtech conecta mães e mulheres em comunidade tornando-as líderes e livres economicamente por meio de educação, empregabilidade e pertencimento. Ao todo, são mais de 100 mil mulheres capacitadas, gerando um impacto econômico de R$ 27 milhões. 

Dani Junco, B2Mamy (Foto: Divulgação)

Fernanda Ribeiro, Conta Black

Fernanda é cofundadora e CEO da Conta Black, startup criada em 2018 com a missão de desburocratizar o acesso aos serviços bancários. A companhia oferece conta digital, internet banking, cartão empresarial e outras soluções para resolver o desafio da exclusão financeira no país. A executiva também é ex-presidente e atual membro do conselho da AfroBrasil, instituição sem fins econômicos que visa fortalecer a inclusão social e econômica da população negra no empreendedorismo.

Fernanda Ribeiro, Conta Black (Foto: Divulgação)

Jhenyffer Coutinho e Fernanda Miranda, Plure

As sócias são fundadoras da Plure, HRTech especialista em conectar empresas a mulheres incríveis e plurais. Fundada originalmente como Se Candidate, Mulher!, a startup anunciou o seu reposicionamento no mercado em julho de 2023, e apoia uma comunidade de mais de 250 mil mulheres em sua plataforma. 

Com o objetivo de levar diversidade e inclusão como estratégia de negócios para empresas, além de empregar meio milhão de mulheres até 2030,  a startup já impactou mais de 50 grandes companhias incluindo players como Heineken, Samarco, Volvo, Ambev e PAM Saint-Gobain.

Luana Ozemela, BlackWin

Luana é cofundadora da BlackWin, a primeira plataforma de investidoras-anjo negras do Brasil, criada para apoiar mulheres negras a se tornarem investidoras e conectá-las com o ecossistema de inovação e a negócios liderados por pessoas negras. Além da BlackWin, a executiva é cofundadora e CEO da DIMA Ventures Lab, que empodera afro-empreendedores por meio do programa PreCapLab e co-investe com pessoas diversas e aliadas, e da GryndTech, plataforma que oferece soluções tecnológicas para a cadeia de valor do agronegócio na África.

Maitê Lourenço, BlackRocks Startups

Em 2016, Maitê criou o BlackRocks Startups, hub de inovação que promove acesso à população negra em ambientes altamente inovadores e tecnológicos, conectando empreendedores a capital e oportunidades no ecossistema de startups. 

Além disso, ela é cofundadora e general partner do YA Ventures, fundo de investimento em startups de tecnologia com foco em empreendedores negros e mulheres periféricas na América Latina. Psicóloga, com mais de 10 anos no empreendedorismo, Maitê foi uma das 100 lideranças empreendedoras na lista da Bloomberg Línea 2021.

Manoela Mitchell, Pipo Saúde

Quando decidiu criar a Pipo, Manoela não era uma novata no ecossistema de startups. Já tinha trabalhado durante 7 anos no mercado financeiro como investidora de private equity, mas, em 2019, decidiu ir para o outro lado da mesa de negociação. Sua startup usa dados e tecnologia para ajudar o RH das empresas na hora de escolher o plano de saúde ideal para seus colaboradores e administrar os benefícios. Em julho, a healthtech levantou uma série A de R$ 100 milhões liderada pelo fundo norte-americano Thrive Capital.

Manoela Mitchell, Pipo Saúde (Foto: Tiago Queiroz/Divulgação)

Marcella Zambardino, positiv.a

Aos 15 anos, em uma consulta com a dermatologista, Marcella descobriu que tinha desenvolvido uma alergia que deformava as unhas por conta do uso do lava louças tradicional. Daquele dia em diante, ela iniciou a transição para produtos ecológicos – processo que levou à criação da positiv.a, marca que promove a limpeza e o autocuidado com a casa por meio de produtos ecológicos. Recentemente, a startup abriu sua rodada na plataforma Kria com meta de captar R$ 9 milhões – a maior quantia captada via crowdfunding no Brasil.

Marcella Zambardino, positiv.a (Foto: Divulgação)

Mariana Dias, Gupy

Formada em Administração pela USP, com especialização em empreendedorismo e inovação pela Universidade de Stanford, na Califórnia, Mariana é cofundadora e CEO da Gupy, HRTech de softwares para recrutamento, seleção e admissão de talentos. Criada em 2015, a startup levantou R$ 500 milhões do SoftBank e Riverwood em 2022 e, no mesmo ano, adquiriu a Kenoby, sua principal concorrente. Finalista do prêmio Mulheres que Transformam, da XP.inc, a executiva tem mais de 10 anos de experiência no setor e passou por empresas como Unilever e Ambev, onde atuou como business partner Latam.

Mariana Dias, Gupy (Foto: Divulgação)

Marília Ponte e Marina Ratton, Feel & Lilit

Marília Ponte é fundadora da Lilit, startup que desenvolveu e lançou no páis o vibrador Bullet Lilit, vibrador desenvolvido por e para mulheres. Já Marina Ratton, é fundadora da Feel, pioneira no desenvolvimento de produtos íntimos naturais e veganos como lubrificantes. As empresas nasceram separadamente, em 2020, e há pouco mais de um ano, anunciaram a união de suas marcas para fortalecer sua atuação e impacto no segmento de saúde e bem-estar íntimo feminino.

Marília Ponte e Marina Ratton, Feel & Lilit (Foto: Bruna Bento/Divulgação)

Mônica Hauck, Sólides

Antes de empreender, Mônica estudou História, mas logo percebeu que gosta muito mais de pensar o futuro do que o passado. Hoje, ela lidera uma das maiores HRTechs do Brasil. Fundada em 2010, a Sólides é uma plataforma completa para o setor de RH de pequenas e médias empresas. Em 2022, a startup recebeu uma série B de R$ 530 milhões liderada pela Warburg Pincus – o maior aporte já feito a uma HRTech na América Latina. A companhia atende mais de 24 mil clientes, com mais de 5 milhões de vidas impactadas por suas soluções de atração, seleção, desenvolvimento, engajamento e retenção de talentos.

Mônica Hauck, Sólides (Foto: Divulgação)

Monique Evelle, Inventivos

Monique é fundadora da Inventivos, plataforma de formação, conexão e investimento para a nova geração de empreendedores do Brasil, e uma das tubarões do Shark Tank Brasil. Considerada um dos 50 profissionais mais criativos do Brasil pela Revista Wired, ela é autora do livro “Empreendedorismo Feminino: Olhar estratégico sem romantismo” e, em setembro de 2023, foi anunciada como sócia e parte do conselho da martech Creators LLC. Ela também é investidora de empresas como Purple Metrics, AfroSaúde e Dr Mep, além de Membro do Conselho Jovem, do Pacto Global da ONU.

Monique Evelle, Inventivos (Foto: Divulgação)

Nina Silva,  D’Black Bank e Movimento Black Money

Eleita a mulher mais disruptiva do mundo pelo Women in Tech Global Awards 2021, Nina é fundadora e diretora-executiva da fintech D’Black Bank, que conecta consumidores a empreendedores negros por meio de serviços financeiros digitais. A empreendedora também fundou o Movimento Black Money para estimular o consumo e a prestação de serviço entre pessoas negras a fim de impulsionar os negócios e fortalecer a circulação de recursos financeiros na comunidade.

Nina Silva, D’Black Bank e Movimento Black Money (Foto: Divulgação)

Nara Iachan, Cuponeria

Cofundadora e Chief Marketing Officer da Cuponeria Loyalty, startup com soluções de fidelidade para empresas, incluindo clubes de benefícios, cupons, cashbacks e programas de incentivo. A startup é investida por Google, Bradesco e ACE, e atende grandes empresas como Bradesco, Elo e Ticket. Segundo Nara, a startup tem como iniciativa intencional a contratação de mulheres para posições de liderança – hoje, 50% da liderança é feminina. 

Nara Iachan, Cuponeria (Foto: Reprodução/LinkedIn)

Nohoa Arcanjo, Creators LLC

Antes de empreender, Nohoa chegou a atuar no mercado da moda, produzindo editoriais para revistas como Elle e Vogue. Depois, ela migrou para a área de marketing, passando por TNG e a joalheria Pandora, até cofundar a Creators LLC, plataforma que faz o match entre marcas e criadores de conteúdo por meio de tecnologia e curadoria especializada. A executiva lidera a área de growth da startup, unindo os conhecimentos da graduação com o que aprendeu na prática no ecossistema e com o apoio de programas de aceleração, outros empreendedores e trabalho prático.

Nohoa Arcanjo, Creators LLC (Foto: Divulgação)

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