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Do “Efeito Nokia” ao “Efeito Ozempic”: o risco de depender de um único gigante

A ascensão e o tropeço da Novo Nordisk expõem a vulnerabilidade da Dinamarca — lembrando ao mundo a lição que a Finlândia aprendeu com a queda da Nokia.

Do “Efeito Nokia” ao “Efeito Ozempic”: o risco de depender de um único gigante

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, Founder da StartSe

4 min

15 set 2025

Atualizado: 15 set 2025

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Nos anos 1990 e 2000, a Finlândia viveu um fenômeno conhecido como “Efeito Nokia”. A companhia de telefonia não era apenas um símbolo nacional, mas também a espinha dorsal da economia do país. Em seu auge, chegou a representar cerca de um quarto das exportações finlandesas e até 4% do PIB.

O peso da empresa era tão grande que sua queda, provocada pela ascensão do iPhone e dos smartphones Android, afetou diretamente o crescimento da Finlândia, ampliando o desemprego e revelando a vulnerabilidade de uma economia dependente demais de um único ator. Esse episódio virou um alerta histórico sobre o risco de apostar todas as fichas em apenas um campeão nacional.

Hoje, algo parecido acontece na Dinamarca. A Novo Nordisk, com medicamentos como Ozempic e Wegovy, transformou-se em uma das maiores empresas de saúde do mundo e, nos últimos anos, impulsionou de forma decisiva a economia dinamarquesa.

Em determinado momento, seu valor de mercado chegou a ultrapassar o próprio PIB do país, e as exportações ligadas aos remédios para diabetes e obesidade se tornaram um motor central do crescimento nacional. Surgiu então o que alguns já chamam de “Efeito Ozempic”, uma repetição moderna da dependência que a Finlândia viveu com a Nokia.

Mas o cenário atual é mais desafiador do que parecia. A concorrência global, liderada pela Eli Lilly com o Mounjaro, começa a corroer a posição dominante da Novo Nordisk. A empresa, que havia se tornado sinônimo de prosperidade, agora enfrenta cortes significativos de empregos, revisões para baixo em suas previsões de lucro e um impacto direto no PIB dinamarquês. O governo já reduziu suas projeções de crescimento pela metade, de cerca de 3% para pouco mais de 1%, justamente porque o fôlego das exportações da Novo Nordisk não se manteve no mesmo ritmo.

A semelhança com a Finlândia é inevitável: ambos os países, pequenos em escala global, encontraram em uma única empresa a força para se projetar no mundo. Quando esse motor começa a falhar, a fragilidade estrutural se expõe. Há, no entanto, uma diferença importante. Enquanto a Nokia estava em um setor sujeito a rápidas disrupções tecnológicas, a Novo Nordisk opera no mercado de saúde, mais estável e com demanda crescente diante da epidemia global de obesidade. Ainda assim, o risco permanece. Reguladores podem intervir, concorrentes podem ganhar tração e inovações alternativas podem reduzir a dependência dos atuais medicamentos.

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Imagem de perfil do redator

Fundador do StartSe, empresa de educação continuada com sede no Brasil e operações no Vale do Silício e na China. Empreendedor há mais de 10 anos, apaixonado por vendas e criação de produtos. Trabalha todos os dias para "provocar novos começos" através do compartilhamento de conhecimento.

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